FHC visita Goiás Velho em fevereiro para ver os estragos deixados pelas chuvas que atingiram a região
EMERGÊNCIA
Chuva atinge Ceará e deixa pelo menos 23 mil desabrigados
(10/04/2002)
da Agência Folha
A chuva deixou pelo menos 5.600 famílias _cerca de 23 mil pessoas_ desabrigadas nesta quarta-feira nos municípios da região metropolitana de Fortaleza.
Sessenta e nove das 77 áreas de risco cadastradas pela Defesa Civil do Estado na região, localizadas principalmente próximas a rios e açudes, ficaram debaixo d'água.
Os desalojados tiveram de ir para para casas de amigos ou para as sedes de associações de bairros. Alguns também foram encaminhados para prédios públicos. Outras 6.000 famílias também foram atingidas pelas enchentes, mas ainda puderam ficar em suas casas.
A situação mais crítica foi no município de Caucaia, em áreas próximas ao riacho Maranguapinho, que transbordou.
No local, choveu 105 milímetros desde a madrugada, segundo a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos). Não parou de chover durante todo o dia.
"A água levou tudo o que eu tinha, fogão, cama, roupa, comida", disse Valéria Oliveira, 24, moradora do bairro Genibaú, em Caucaia, que teve de ir com os quatro filhos para a sede da associação do bairro.
A Defesa Civil distribuiu colchões e lonas aos atingidos. O Corpo de Bombeiros e as prefeituras locais também ajudaram no socorro aos desabrigados.
Capital
Em Fortaleza, a chuva alagou ruas e atrapalhou bastante o trânsito, interrompendo o tráfego em avenidas centrais da cidade, como no cruzamento entre a avenida Barão de Studart e a rua Torres Câmara.
No local, como são comuns os alagamentos, três flanelinhas fazem plantão durante a chuva para ganhar algum dinheiro ajudando motoristas que tiveram os carros atingidos pela enchente.
O problema dos alagamentos se repete anualmente em Fortaleza nesta época do ano. Em abril de 2001, as fortes chuvas deixaram cerca de 50 mil pessoas desabrigadas e causaram oito mortes.
Para amenizar o problema, o governo do Estado tem como meta construir 10 mil casas por ano para diminuir o número de áreas de risco. O objetivo, porém, só poderá ser alcançado, segundo a Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, em dez anos, no mínimo.
Fortaleza é o município com pior índice de déficit habitacional do país, com 22,7% de carência em relação aos domicílios já existentes.
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