Choque
Motorista de ônibus que bateu em trem em Barueri (SP) é indiciado
FABIANE LEITE
da Folha Online
A polícia indiciou o motorista Jaci Barbosa de Souza, 43, por homicídio culposo e lesão corporal culposa (sem intenção) nas investigações sobre o acidente entre um ônibus que levava funcionários do Bradesco e um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ocorrido no dia 23 de novembro em Barueri, Grande São Paulo.
Na colisão entre o ônibus e o trem, uma pessoa morreu _ a analista de sistemas Janaína Andréia Viana Rodrigues, 25 _e 17 ficaram feridas.
O motorista dirigia o ônibus no momento do acidente. O indiciamento ocorre quando há evidências da participação de alguém em um crime.
Um dos feridos, Jaime Frigo, continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Albert Einsten, na zona sul de São Paulo.
O ônibus colidiu quando o motorista resolveu atravessar a linha de trem, nas proximidades da estação Antônio João da CPTM.
Passageiros relataram que o motorista ultrapassou três veículos que aguardavam em uma fila para atravessar a linha do trem. Uma análise inicial de perito do IC (Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo) indicou que a sinalização sonora e luminosa que avisa a passagem de trens estava funcionando.
Não havia cancela na passagem.
Um segurança da CPTM, Aparecido da Silva, informou à polícia que sinalizou para que o motorista não passasse, mas Souza estaria olhando para o lado contrário de onde vinha o trem.
Segundo o delegado Marcelo do Prado, responsável pela investigação na delegacia de Barueri, em depoimento nesta semana o motorista negou ter culpa pelo acidente. Ele alegou que teria sido autorizado por um funcionário da CPTM a passar pela linha.
O motorista afirmou ainda à polícia que não viu o trem se aproximando. O local por onde o ônibus passava fica logo após uma curva, o que muitas vezes inviabiliza a visão das composições que estão vindo pela linha férrea.
"Ele disse que realmente saiu do trânsito (da fila de veículos) para atravessar (a linha)", afirmou o delegado.
Prado aguarda o resultado final de perícias para concluir o inquérito, o que pode ocorrer em 30 dias.
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