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09/02/2005 - 17h30

Beija-Flor conquista tricampeonato no Carnaval do Rio

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da Folha Online

A Beija-Flor conquistou o tricampeonato no Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. A escola de samba obteve 399,4 dos 400 pontos possíveis.

Valorizando a comunidade --apenas 1.840 das 4.340 fantasias foram vendidas--, a escola fechou o desfile da segunda-feira com o enredo "O Vento Corta as Terras dos Pampas. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani. Sete Povos na Fé e na Dor... Sete Missões de Amor", sobre as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul.

Normalmente, há notas de quatro jurados para cada quesito. Entretanto, como uma jurada passou mal durante a primeira noite de desfiles e teve que deixar o sambódromo, a nota mais alta do quesito "samba-enredo" foi contabilizada duas vezes. A escola obteve a nota máxima dos jurados nos quesitos comissão de frente, enredo, samba-enredo e bateria.

Durante a comemoração, o patrono da escola, o contraventor Anísio Abraão David, ex-presidente da escola, abraçou o puxador, Neguinho da Beija-Flor. Neguinho agradeceu a comunidade e afirmou que a vitória foi por pouco. "Foi muito apertado porque a Tijuca chegou junto", afirmou. A comemoração foi marcada por muito tumulto e pela participação de integrantes da escola.

Segundo Anísio, o segredo da vitória foi a presença da comunidade. "O desfile foi a maior perfeição. A comunidade em si, que permanece na Beija-Flor, é que faz a escola ir com garra para a avenida", disse.

A Beija-Flor venceu por apenas 0,1 ponto de diferença. O presidente da Beija-Flor, Farid Abraão David, reconheceu que a vitória só veio no final da contagem dos pontos. "Conquistamos o título aos 48 minutos [do segundo tempo]", disse.

Pelo segundo ano consecutivo, a Unidos da Tijuca é a vice-campeã do Carnaval. A Tradição foi rebaixada e, no próximo ano, deve desfilar no Grupo de Acesso.

Desfile

Com o açoitamento de Jesus Cristo representado na avenida, a Beija-Flor tratou também da expansão da fé cristã, do modo de vida dos índios guaranis antes da chegada dos jesuítas e do contraste entre as culturas européia e indígena.

O fim do período de catequização foi apresentado com o tratado de Madri, que revogou o de Tordesilhas e deu à Coroa Portuguesa o direito formal ao território gaúcho.

Além das alas dirigidas por Hilton Castro, algumas alas da comunidade criaram coreografias próprias. Uma delas, dos centuriões de Herodes, teria sido inspirada em soldados nazistas. Com a chegada de um novo rei, Herodes ordena que eles matem todas as crianças com menos de dois anos.

Religião

A polêmica ligação entre Carnaval e religião já faz parte da história da escola de Nilópolis. Em 2003, com um enredo sobre a preservação da Amazônia, a Beija-Flor acabou modificando em cima da hora uma coreografia que trazia um duelo armado entre Jesus Cristo e Satanás. A princípio, Cristo mataria a criança, mas, no final, ela acabou morta pelo diabo e ressuscitada por Cristo.

Em 2002, a escola acabou "escondendo" entre os passistas uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, por causa de protestos da Arquidiocese do Rio. Em 1989, em um dos enredos lendários do Carnaval carioca, "Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia", o carnavalesco Joãosinho Trinta ocultou sob sacos de lixo a imagem do Cristo Redentor, com o texto "mesmo proibido, olhai por nós".

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