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13/02/2005 - 08h34

Comissão Pastoral da Terra atribui à "sanha de madeireiros" o assassinato de freira

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da Folha Online

A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou nota em que lamenta o assassinato de irmã Dorothy Stang, de 73 anos, ocorrido às 9h de ontem, em uma emboscada no município de Anapa (Pará). "O inqualificável assassinato de Dorothy Stang, traz para nós a memória de um passado que julgávamos encerrado", diz o texto.

A entidade lembra que esta é "a primeira morte de um agente da Comissão Pastoral da Terra no governo do presidente Lula".

A nota destaca ainda que "a sanha de fazendeiros e madeireiros da região não respeita nada, nem a ação de uma religiosa idosa, que se tornou para eles um obstáculo para a consecução dos seus objetivos".

No texto, a CPT se diz "surpresa, chocada e impotente diante de tanta brutalidade". "Se a vida de uma religiosa indefesa é tirada desta forma, como não são tratados os trabalhadores e trabalhadoras do campo?", questiona, acrescentando que a entidade continua firme em seu serviço aos povos da terra e das águas.

"Preferiríamos que não fosse assim. Mas infelizmente irmã Dorothy é mais uma mártir da Pastoral da Terra", conclui o texto.

Ainda segundo a nota da CPT, irmã Dorothy, de nacionalidade norte-americana, naturalizada brasileira, da congregação das religiosas de Notre Dame, participava da CPT desde a época da fundação da entidade.

O crime

A missionária católica americana Dorothy Stang, foi assassinada com seis tiros neste sábado no município de Anapu (PA). Ela trabalhava há mais de 20 anos no Estado e defendia causas ambientais e trabalhadores sem-terra.

Na última semana, a missionária teve uma reunião com o secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e denunciou que quatro pessoas da região estavam recebendo ameaças de morte. A americana também afirmou que fazendeiros e madeireiros invadiram uma área de Anapu.

Segundo Miranda, os responsáveis pela morte da missionária são dois pistoleiros conhecidos por Eduardo e Pogoió, que teriam assassinado a freira a pedido de um intermediário conhecido por Tinair.

O ministro conversou ontem com autoridades da cidade, que relataram os detalhes do assassinato.

As informações foram repassadas pela única testemunha do crime, um trabalhador da região que acompanhava a freira no momento do assassinato e já está sob proteção policial.

Segundo o trabalhador, Dorothy estava desde anteontem no assentamento Esperança, discutindo a situação de violência e a constante invasão dos assentamentos pelos pistoleiros comandados por Tinair.

Pela manhã, quando saíam da casa onde estavam, a freira e o trabalhador foram cercados pelos dois pistoleiros, que fizeram provocações. A missionária não respondeu e levou um primeiro tiro, de Pogoió. O trabalhador fugiu, se escondeu na mata e disse que ouviu mais dois tiros.

Com Agência Brasil

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