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05/03/2005 - 22h36

Oitava criança indígena morre em Dourados

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

O bebê da etnia guarani Kindilei da Silva, que tinha três meses de vida, morreu na sexta-feira no hospital da Mulher em Dourados (218 km de Campo Grande), Mato Grosso do Sul, informou neste sábado o diretor nacional de Saúde Indígena da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Alexandre Padilha.

É a oitava criança indígena que morre em Dourados em menos de dois meses. Em Japorã (464 km de Campo Grande) morreram seis e outra nasceu morta. Das 15 mortes nos dois municípios, oito foram causadas pela desnutrição, confirma a Funasa.

Segundo Padilha, Kindilei não estava desnutrido. O menino morreu de septicemia (infecção generalizada), pneumonia e gastroenterite (inflamação no intestino), afirmou o diretor.

Kindilei era da aldeia de Paranhos (512 km de Campo Grande), na fronteira com o Paraguai, e foi trazido ao hospital de Dourados na semana passada.

Padilha disse que nesta época do ano, com o tempo seco nas aldeias, aumentam os casos de diarréia e pneumonia.

Após a morte da quinta criança por desnutrição em Dourados, no dia 24 de fevereiro, a Funasa reforçou as equipes de médicos, enfermeiros e nutricionistas nas aldeias no município.

Em Dourados, 486 crianças menores de cinco anos foram examinadas. Segundo a Funasa, 136 estão desnutridas ou em risco nutricional (baixo do peso), o que dá 27% do total de crianças que passaram por exames.

Neste sábado, oito médicos faziam atendimento em mutirão em Amambaí onde 331 crianças índias estão desnutridas, 19% dos menores de cinco anos.

Padilha afirmou ainda que está sendo enviado um médico às aldeias de Tacuru (490 km de Campo Grande), onde a mortalidade infantil indígena em 2004 aumentou quase três vezes em relação a 2003. No município, o índice pulou de 36,14 para 94,34. Padilha disse que a Funasa não conseguia médico interessado em trabalhar na aldeia, apesar de o salário ser R$ 6.900.

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