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11/09/2005 - 10h45

Sem tratamento, pressão alta no pulmão pode matar

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FERNANDA BASSETTE
da Folha de S.Paulo

Ainda sem uma causa bem definida na literatura médica, a hipertensão arterial pulmonar é uma doença grave, progressiva e que atinge principalmente mulheres entre 20 e 30 anos de idade.

Os primeiros sintomas --falta de ar e cansaço físico-- são inespecíficos na maioria das vezes, o que dificulta e atrasa o diagnóstico da doença em até dois anos. Sem tratamento, estima-se que cerca de 50% dos pacientes morram em até três anos após o problema ser descoberto.

O termo hipertensão significa que a pressão em determinado sistema de vasos do corpo está aumentada. A hipertensão pulmonar é o aumento da pressão nos vasos do pulmão. A doença provoca uma obstrução progressiva dos vasos pulmonares, que ficam cada vez mais estreitos.

"Esse estreitamento faz com que o coração tenha de fazer muita força para que o sangue passe pelos pulmões. Isso leva a um quadro progressivo de insuficiência cardíaca e respiratória", diz o pneumologista Rogério Souza, responsável pelo grupo de Hipertensão Pulmonar do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo a pneumologista Jaquelina Sonoe Ota Araraki, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), há duas formas de classificação da doença: idiopática, quando a causa é desconhecida, e secundária, quando a hipertensão surge como conseqüência de outras doenças, como esclerose sistêmica e esquistossomose.

O mecanismo da doença nos pulmões é semelhante ao da restrita ao coração --a chamada hipertensão arterial sistêmica.

A grande diferença entre a evolução das duas é que, no caso da doença no coração, o lado esquerdo do órgão consegue trabalhar com níveis de pressão mais elevados. Já o lado direito --parte que leva o sangue para os pulmões--, não sendo adaptado para pressões altas, entra em falência de forma muito mais rápida.

"Como os primeiros sintomas são facilmente confundidos com outros problemas, como sedentarismo ou asma, quando o paciente descobre a doença já está em estágio avançado", diz Mauro Zamboni, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia.

O acesso à terapia também é complicado. As drogas hoje disponíveis --bosentana (Tracleer) e citrato de sildenafila (Viagra, que acaba de ser aprovado com outro nome)-- não estão na rede pública de saúde e, por isso, o paciente precisa recorrer à Justiça para recebê-las gratuitamente.

"O Tracleer bloqueia uma das substâncias que fecham os vasos, e o Viagra dilata os vasos. São caros, mas também a única forma de melhorar a qualidade de vida do doente. Não há cura, mas há tratamento", afirma Souza.

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