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08/11/2005
-
23h04
Colaboração para a Agência Folha, em Salvador
O Ministério Público Federal da Bahia quer proibir a venda em todo o Brasil do livro "Orixás, Caboclos e Guias Deuses ou Demônios?", escrito pelo bispo Edir Macedo, um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus.
Movida pelos procuradores Sidney Madruga e Cláudio Gusmão, a ação civil pública alega que a obra é "degradante, injuriosa, preconceituosa e discriminatória" em relação às religiões afros --candomblé, umbanda e quimbanda.
De acordo Sidney Madruga, o livro de Edir Macedo, que já vendeu cerca de 3 milhões de exemplares desde 97, estimula o preconceito contra outros pensamentos religiosos.
"O Ministério Público Federal não quer apenas que as vendas do livro em bancas sejam suspensas. Queremos mais. Queremos que qualquer tipo de comercialização da obra, seja pela internet, seja por telefone, seja proibida."
A ação do Ministério Público será julgada pela juíza Nair Pimenta Bueno, da 4ª Vara da Justiça Federal. Além de solicitar a suspensão da venda do livro, Sidney Madruga disse que pretende aditar a ação [acrescentar outra solicitação] pedindo indenização por danos morais coletivos.
Caso a liminar seja concedida, a Gráfica Universal e a Igreja Universal do Reino de Deus deverão suspender imediatamente a distribuição dos livros, além de efetuar o recolhimento de todos os exemplares à venda.
Em um dos trechos do livro, Edir Macedo diz que as religiões afro são responsáveis pelo subdesenvolvimento do Brasil. "Se o povo brasileiro tivesse os olhos bem abertos contra a feitiçaria, a bruxaria e a magia, oficializadas pela umbanda, candomblé, kardecismo e outros nomes (...), certamente seríamos um país bem mais desenvolvido."
Repercussão
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da Bahia, Dinailton Oliveira, disse que apóia a posição do Ministério Público. "Não podemos aceitar qualquer tipo de intolerância religiosa", disse.
Segundo Oliveira, é preciso respeitar as opiniões divergentes. "Como católico, eu respeito as pessoas que são da Igreja Universal do Reino de Deus. Por que essas pessoas não podem nos respeitar?"
A reportagem entrou em contato à tarde com o deputado estadual Márcio Marinho (PL), líder da bancada evangélica na Assembléia Legislativa da Bahia e um dos principais representantes da Igreja Universal do Reino de Deus no Estado.
Sua secretária informou que o bispo estava participando de uma atividade e que não poderia atender, mas que ligaria de volta, o que não aconteceu.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre preconceito
Leia o que já foi publicado sobre Edir Macedo
Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo Edir Macedo
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O Ministério Público Federal da Bahia quer proibir a venda em todo o Brasil do livro "Orixás, Caboclos e Guias Deuses ou Demônios?", escrito pelo bispo Edir Macedo, um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus.
Movida pelos procuradores Sidney Madruga e Cláudio Gusmão, a ação civil pública alega que a obra é "degradante, injuriosa, preconceituosa e discriminatória" em relação às religiões afros --candomblé, umbanda e quimbanda.
De acordo Sidney Madruga, o livro de Edir Macedo, que já vendeu cerca de 3 milhões de exemplares desde 97, estimula o preconceito contra outros pensamentos religiosos.
"O Ministério Público Federal não quer apenas que as vendas do livro em bancas sejam suspensas. Queremos mais. Queremos que qualquer tipo de comercialização da obra, seja pela internet, seja por telefone, seja proibida."
A ação do Ministério Público será julgada pela juíza Nair Pimenta Bueno, da 4ª Vara da Justiça Federal. Além de solicitar a suspensão da venda do livro, Sidney Madruga disse que pretende aditar a ação [acrescentar outra solicitação] pedindo indenização por danos morais coletivos.
Caso a liminar seja concedida, a Gráfica Universal e a Igreja Universal do Reino de Deus deverão suspender imediatamente a distribuição dos livros, além de efetuar o recolhimento de todos os exemplares à venda.
Em um dos trechos do livro, Edir Macedo diz que as religiões afro são responsáveis pelo subdesenvolvimento do Brasil. "Se o povo brasileiro tivesse os olhos bem abertos contra a feitiçaria, a bruxaria e a magia, oficializadas pela umbanda, candomblé, kardecismo e outros nomes (...), certamente seríamos um país bem mais desenvolvido."
Repercussão
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da Bahia, Dinailton Oliveira, disse que apóia a posição do Ministério Público. "Não podemos aceitar qualquer tipo de intolerância religiosa", disse.
Segundo Oliveira, é preciso respeitar as opiniões divergentes. "Como católico, eu respeito as pessoas que são da Igreja Universal do Reino de Deus. Por que essas pessoas não podem nos respeitar?"
A reportagem entrou em contato à tarde com o deputado estadual Márcio Marinho (PL), líder da bancada evangélica na Assembléia Legislativa da Bahia e um dos principais representantes da Igreja Universal do Reino de Deus no Estado.
Sua secretária informou que o bispo estava participando de uma atividade e que não poderia atender, mas que ligaria de volta, o que não aconteceu.
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