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28/12/2005 - 12h52

Impasse marca negociação com presos rebelados em RO

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da Folha Online

Um impasse marca as negociações entre o Gabinete de Gerenciamento de Crises e os rebelados na Casa de Detenção José Mário Alves da Silva, conhecida como Urso Branco, em Porto Velho (RO). Desde domingo, os presos mantêm quase 200 pessoas reféns. Um rebelado disse à Agência Folha que 16 presos foram assassinados.

A Secretaria da Segurança do Estado não confirma as mortes e, nesta quarta-feira, afirmou que os presos não manifestaram interesse na proposta para encerrar o motim.

Uma das principais reivindicações dos rebelados é o retorno à unidade do preso Ednildo Paula Souza, o Birrinha, considerado líder do Urso Branco. Ele cumpre pena de 30 anos por roubo e foi transferido para outra casa de detenção no último sábado (24).

O pedido foi aceito pela Secretaria da Segurança, contanto que os reféns fossem soltos e que a Polícia Militar revistasse o prédio antes da entrada de Birrinha --que foi levado para Porto Velho. Porém, os presos insistem que Birrinha entre antes da soltura dos reféns.

Diante da situação, o governo estadual afirma que pode levar Birrinha de volta ao presídio de Nova Mamoré.

Rebelião

Os reféns são cerca de 200 pessoas --sendo apenas nove homens-- que visitavam a unidade quando a rebelião começou. Conforme a direção do presídio, eles se recusam a deixar o local, em apoio aos presos.

Na terça-feira (27), as negociações eram consideradas avançadas. Porém, elas voltaram a ser suspensas por volta das 21h (19h horário local). O fornecimento de alimentos, água e luz para o presídio foi cortado.

Além do retorno de Birrinha, os rebelados também querem a mudança de comando na Vara de Execuções Penais de Porto Velho, chefiada pela promotor Amadeu Sikorski Filho, responsável pela transferência do preso.

Uma reivindicação dos presos aceita durante as negociações de terça-feira foi a de que alguns deles sejam transferidos para amenizar o problema da superlotação. Atualmente, o presídio com capacidade para apenas 360 presos abriga cerca de 1.050.

As negociações são feitas por membros do Gabinete de Gerenciamento de Crises. Ele é presidido pelo secretário da Segurança, Renato de Souza, e representantes do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, das polícias Civil e Militar e conta com advogados da Comissão de Direitos Humanos.

Mortes

Para pressionar as autoridades, os rebelados dizem ter matado ao menos dez presos rivais. Sobre o telhado da unidade, eles teriam exibido os corpos de dois deles. Para a secretaria, porém, as mortes ainda não estão confirmadas e há possibilidade dos presos terem organizado uma encenação.

Sob a condição de não ter seu nome revelado, um dos rebelados disse que os todos os corpos não foram expostos para evitar pânico entre os reféns. Ele afirmou que os corpos estavam escondidos em duas celas.

Memória

Em abril de 2004, os presos do Urso Branco promoveram uma rebelião e mataram 15 detentos --cinco decapitados. Como demonstração de força, amotinados, sobre o telhado da unidade, eles exibiram corpos e cabeças extirpadas das vítimas.

Na mesma época, a OEA (Organização dos Estados Americanos) redigiu um duro relatório contra o Estado brasileiro.

Com Agência Folha

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