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21/02/2006
-
09h14
ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo
O governo Lula prepara uma legislação para proibir os engates fixos traseiros instalados nos veículos, que viraram moda no país por razões estéticas ou para proteção contra pequenas batidas, principalmente na hora de estacionar.
A administração petista avalia que a utilização inadequada do dispositivo, sem a finalidade de reboque, tem agravado as conseqüências de acidentes --por exemplo, machucando pedestres.
Alfredo Peres da Silva, presidente do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), afirma que as regras serão definidas em até dois meses.
Ele disse já estar convencido da necessidade de impedir a utilização do equipamento e que esse entendimento é igual ao da câmara temática para assuntos veiculares do órgão. "A única indefinição é sobre os critérios da transição", afirmou à Folha, em referência ao tempo que será dado aos motoristas para que retirem os engates.
A intenção do Denatran é liberar somente a utilização de engates removíveis e impor normas mais rígidas aos fabricantes --como a obrigatoriedade de inserir no acessório a sua identificação, a capacidade de tração e até os modelos de veículo aos quais um determinado engate é destinado.
Hoje em dia muitos não têm nem mesmo conexão com a fiação elétrica do carro --para que, ao ser ligada a um reboque, permita, por exemplo, dar a seta.
A discussão sobre as restrições aos engates é feita pelo Contran há mais de três anos, mas sem prazos. Em 2006, os membros das novas câmaras temáticas do órgão tomaram posse e Peres da Silva solicitou que esses detalhes fossem definidos até abril.
As normas das câmaras precisam passar pela aprovação dos conselheiros do Contran, composto por sete representantes de ministérios. "Todos já estão cientes da importância da segurança no trânsito, não haverá problemas", afirma Peres da Silva.
A difusão de engates para evitar os "arranhões" --ainda que em prejuízo do carro vizinho-- se deu nesta década. Os equipamentos, oferecidos até nas concessionárias, custam de R$ 100 a R$ 200.
Warly José Paes, proprietário da Paes Engates, diz que fabricava 2.500 unidades por mês. Hoje vende para as lojas mais de 8.000. A instalação incorreta pode inclusive rasgar a lataria, afirma Paes.
O estudante Eduardo Ribeiro, 19, de Recife, chegou a criar uma comunidade no Orkut (rede virtual de relacionamentos) contra os engates. A revolta começou ao bater em um veículo que tinha esse dispositivo no ano passado.
"Foi um pequeno encostão. O carro era do meu pai. Eu gastei R$ 800 para arrumar", afirma. Ele tem conhecidos que já cortaram a perna ao tropeçar em engates.
Peres da Silva diz que, com a proibição, quem tiver um engate fixo poderá ter seu veículo apreendido. Ele afirma que os danos não se restringem aos pedestres. Os veículos são projetados para sofrer deformações que minimizam os impactos de uma batida aos passageiros, mas um engate pode anular essa função.
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O governo Lula prepara uma legislação para proibir os engates fixos traseiros instalados nos veículos, que viraram moda no país por razões estéticas ou para proteção contra pequenas batidas, principalmente na hora de estacionar.
A administração petista avalia que a utilização inadequada do dispositivo, sem a finalidade de reboque, tem agravado as conseqüências de acidentes --por exemplo, machucando pedestres.
Alfredo Peres da Silva, presidente do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), afirma que as regras serão definidas em até dois meses.
Ele disse já estar convencido da necessidade de impedir a utilização do equipamento e que esse entendimento é igual ao da câmara temática para assuntos veiculares do órgão. "A única indefinição é sobre os critérios da transição", afirmou à Folha, em referência ao tempo que será dado aos motoristas para que retirem os engates.
A intenção do Denatran é liberar somente a utilização de engates removíveis e impor normas mais rígidas aos fabricantes --como a obrigatoriedade de inserir no acessório a sua identificação, a capacidade de tração e até os modelos de veículo aos quais um determinado engate é destinado.
Hoje em dia muitos não têm nem mesmo conexão com a fiação elétrica do carro --para que, ao ser ligada a um reboque, permita, por exemplo, dar a seta.
A discussão sobre as restrições aos engates é feita pelo Contran há mais de três anos, mas sem prazos. Em 2006, os membros das novas câmaras temáticas do órgão tomaram posse e Peres da Silva solicitou que esses detalhes fossem definidos até abril.
As normas das câmaras precisam passar pela aprovação dos conselheiros do Contran, composto por sete representantes de ministérios. "Todos já estão cientes da importância da segurança no trânsito, não haverá problemas", afirma Peres da Silva.
A difusão de engates para evitar os "arranhões" --ainda que em prejuízo do carro vizinho-- se deu nesta década. Os equipamentos, oferecidos até nas concessionárias, custam de R$ 100 a R$ 200.
Warly José Paes, proprietário da Paes Engates, diz que fabricava 2.500 unidades por mês. Hoje vende para as lojas mais de 8.000. A instalação incorreta pode inclusive rasgar a lataria, afirma Paes.
O estudante Eduardo Ribeiro, 19, de Recife, chegou a criar uma comunidade no Orkut (rede virtual de relacionamentos) contra os engates. A revolta começou ao bater em um veículo que tinha esse dispositivo no ano passado.
"Foi um pequeno encostão. O carro era do meu pai. Eu gastei R$ 800 para arrumar", afirma. Ele tem conhecidos que já cortaram a perna ao tropeçar em engates.
Peres da Silva diz que, com a proibição, quem tiver um engate fixo poderá ter seu veículo apreendido. Ele afirma que os danos não se restringem aos pedestres. Os veículos são projetados para sofrer deformações que minimizam os impactos de uma batida aos passageiros, mas um engate pode anular essa função.
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