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04/03/2006
-
09h52
LUCAS NEVES
da Folha de S.Paulo
Vem trazido por marés do Báltico o carnavalesco que ostenta a melhor relação custo/ benefício do Carnaval brasileiro. Nascido há 45 anos em Varsóvia (Polônia), Roberto Szaniecki subiu duas vezes ao pódio do rei Momo nesta semana. Na terça-feira, foi campeão do Grupo Especial de São Paulo com a Império de Casa Verde. Não satisfeito, no dia seguinte, conquistou o vice da primeira divisão da folia carioca com a Grande Rio.
Antes de se debruçar sobre a contribuição do gado para a ocupação do território nacional (Casa Verde) e a história do Amazonas (Grande Rio), ele assinou desfiles na Mangueira, na Acadêmicos do Salgueiro e na Gaviões da Fiel, pela qual conquistou o título em 1999.
A trajetória carnavalesca dele começou mais inglória, em 1977, 17 anos depois de sua família se mudar para o Rio --onde o pai instalou o primeiro relógio atômico do Observatório Nacional. Na União da Ilha, atuou como "colador de espelhos em carros alegóricos". "Entrei pela porta da cozinha do Carnaval." Do posto inicial, ele foi promovido a colaborador dos decanos Maria Augusta e Max Lopes, em enredos como "O Amanhã" e "Yes, Nós Temos Braguinha" (que deu o título à Mangueira, em 84).
Em meados dos anos 80, Szaniecki se despediu temporariamente dos barracões para ingressar como estudante na Sociedade de Belas-Artes (hoje Faculdade de Belas-Artes da UFMG), em Belo Horizonte. No "período sabático", as ruas da capital mineira foram passarela de vários desfiles arquitetados pelo polonês. "Levei a escola de samba de Santa Tereza [reduto tradicional da burguesia belo-horizontina] ao título no último ano em que houve desfile."
De volta ao Rio em 92, não teve sorte com um enredo sobre máscaras na Unidos da Ponte, que acabou caindo para o Grupo de Acesso. As pazes com o sucesso vieram na migração para São Paulo, em 98. Um enredo sobre o Corinthians lhe valeu o vice. No Carnaval seguinte, ele conduziu a alvinegra ao título com "A Busca de Dom Sebastião em São Luís do Maranhão".
Comparando os desfiles das capitais, Szaniecki diz que o Rio "busca solução estética diferenciada, ousada", ao passo que São Paulo "se volta para o luxo e tem um Sambódromo mais bem estruturado". E a influência polonesa sobre o trabalho? "Por causa da minha visão de criação européia, sou um pouco mais chato do que o normal."
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da Folha de S.Paulo
Vem trazido por marés do Báltico o carnavalesco que ostenta a melhor relação custo/ benefício do Carnaval brasileiro. Nascido há 45 anos em Varsóvia (Polônia), Roberto Szaniecki subiu duas vezes ao pódio do rei Momo nesta semana. Na terça-feira, foi campeão do Grupo Especial de São Paulo com a Império de Casa Verde. Não satisfeito, no dia seguinte, conquistou o vice da primeira divisão da folia carioca com a Grande Rio.
Antes de se debruçar sobre a contribuição do gado para a ocupação do território nacional (Casa Verde) e a história do Amazonas (Grande Rio), ele assinou desfiles na Mangueira, na Acadêmicos do Salgueiro e na Gaviões da Fiel, pela qual conquistou o título em 1999.
A trajetória carnavalesca dele começou mais inglória, em 1977, 17 anos depois de sua família se mudar para o Rio --onde o pai instalou o primeiro relógio atômico do Observatório Nacional. Na União da Ilha, atuou como "colador de espelhos em carros alegóricos". "Entrei pela porta da cozinha do Carnaval." Do posto inicial, ele foi promovido a colaborador dos decanos Maria Augusta e Max Lopes, em enredos como "O Amanhã" e "Yes, Nós Temos Braguinha" (que deu o título à Mangueira, em 84).
Em meados dos anos 80, Szaniecki se despediu temporariamente dos barracões para ingressar como estudante na Sociedade de Belas-Artes (hoje Faculdade de Belas-Artes da UFMG), em Belo Horizonte. No "período sabático", as ruas da capital mineira foram passarela de vários desfiles arquitetados pelo polonês. "Levei a escola de samba de Santa Tereza [reduto tradicional da burguesia belo-horizontina] ao título no último ano em que houve desfile."
De volta ao Rio em 92, não teve sorte com um enredo sobre máscaras na Unidos da Ponte, que acabou caindo para o Grupo de Acesso. As pazes com o sucesso vieram na migração para São Paulo, em 98. Um enredo sobre o Corinthians lhe valeu o vice. No Carnaval seguinte, ele conduziu a alvinegra ao título com "A Busca de Dom Sebastião em São Luís do Maranhão".
Comparando os desfiles das capitais, Szaniecki diz que o Rio "busca solução estética diferenciada, ousada", ao passo que São Paulo "se volta para o luxo e tem um Sambódromo mais bem estruturado". E a influência polonesa sobre o trabalho? "Por causa da minha visão de criação européia, sou um pouco mais chato do que o normal."
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