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13/03/2006 - 19h44

Exército admite desconhecer paradeiro de armas roubadas

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O Exército admitiu nesta segunda-feira que, apesar de ter ocupado morros e favelas do Rio e bloqueado rodovias, as armas roubadas de um quartel em São Cristóvão (zona norte do Rio) há dez dias podem ter sido levadas para diversas comunidades da cidade ou sido retiradas do Estado.

O balanço da operação divulgado pelo secretário estadual da Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, foi de 228 armas apreendidas, 38 apreensões de drogas e 13 autos de resistência à prisão. Porém, dos dez dias de operação, nenhum dos dez fuzis FAL ou a pistola roubados foi localizado.

Embora as armas não tenham sido recuperadas ainda, o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, general de brigada Hélio Chagas de Macedo Júnior, avaliou a operação como "muito boa".

"Considero muito bom [o resultado] porque a ação está levantando vários aspectos. (...) Até pela aprovação da cidade os efeitos colaterais positivos são bons", afirmou Macedo. Ele disse que a operação terá um resultado "ótimo" se encontrar as armas roubadas.

Inicialmente, o Exército ocupou dez morros e favelas. Depois, a operação foi reduzida para oito favelas e finalmente para seis. Desde domingo (12), as tropas foram retiradas das favelas da Mangueira, Manguinhos, Providência, Complexo do Alemão, Jacarezinho, na zona norte, e Metral, na zona oeste.

O Exército, todavia, negou que a primeira fase da operação, de "presença maciça" nas principais comunidades carentes da cidade, tenha sido um fracasso e afirmou que vai realizar ações pontuais com base em cruzamento de dados do Disque-Denúncia e de outras fontes.

"Não houve retrocesso. Hoje continuamos ações integradas da força-tarefa em unidades que já haviam sido visitadas", afirmou.

Segundo o general Macedo, o efetivo de cerca de 1.200 homens não será reduzido. Na prática, no entanto, a maioria pode estar de sobreaviso nos quartéis. Para as operações na favela do Dendê, Ilha do Governador, e na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, foram deslocados cerca de 200 homens para cada comunidade.

Repercussão

O general destacou a aprovação da população à atuação do Exército e a redução dos índices de criminalidade. Porém, o secretário Itagiba afirmou que não existem dados que comprovem a redução da criminalidade do Estado e que estas informações só serão conhecidas no final do mês.

Sobre a reação das comunidades à presença das tropas, o Exército afirma que parte da resistência é induzida pelos traficantes e também pela mudança na rotina das comunidades. No morro da Providência, zona central do Rio, a saída dos militares foi celebrada com fogos de artifício pelos traficantes.

"O Exército está preparado para isso. Temos que ter o profissionalismo para enfrentar", disse.

Segundo o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, os dados de inteligência não foram favoráveis de início e até agora não se encontrou nada de concreto. Ele negou que a saída tenha sido motivada pelo fim do prazo dos mandados de busca e apreensão.

Para Marcelo Itagiba, secretário da Segurança, a situação no Rio não é digna de intervenção e sim de integração das polícias. "Para combater a criminalidade não precisamos de intervenção e sim de integração."

Durante a tarde, um angolano foi preso na Vila dos Pinheiros. Segundo a PM, ele foi detido para averiguações e liberado.

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