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16/03/2006 - 08h35

Câmera e depoimento contradizem Exército

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ITALO NOGUEIRA
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

Câmera de imóvel da Universidade Cândido Mendes, na estrada das Canoas --instalada a 1,5 km do local onde o Exército diz que encontrou as armas roubadas--, não registrou movimentação de nenhum veículo das Forças Armadas durante a tarde e a noite de terça-feira. O endereço do imóvel é um dos dois acessos ao "Esqueleto", local próximo de onde o Exército afirma ter encontrado as armas roubadas do ECT (Estabelecimento Central de Transportes), em São Cristóvão.

Segundo o gerente do Centro de Treinamento da universidade, Sérgio Candido, a empresa de segurança Estrela Azul, responsável pela vigilância do imóvel, revê as fitas todos os dias e nenhuma movimentação diferente foi notada.
Flávio Florido/Folha Imagem
Exército apresenta armas recuperadas no Rio de Janeiro
Exército apresenta armas recuperadas no Rio de Janeiro


"Apenas carros da polícia que fazem as rondas normais aqui na estrada", afirmou. "Causou-me surpresa a notícia de que acharam [as armas] aqui. A polícia fez treinamento aqui de quarta a sexta-feira. Não seria o lugar ideal para deixar essas armas."

O imóvel da universidade fica no número 3.520 da estrada das Canoas, a 1,5 quilômetro da entrada da rua do "Esqueleto". Quem vem do Alto da Boa Vista em direção ao local, passa obrigatoriamente em frente à universidade. O outro acesso possível é pela entrada na estrada Lagoa-Barra, em São Conrado. Funcionários da loja Pau Brasil, que fica na esquina da via com a estrada das Canoas, não viram nenhum carro militar passar pela área à noite.

No caminho de São Conrado ao "Esqueleto", a Vila das Canoas é passagem obrigatória. Funcionário de uma farmácia à beira da estrada diz não ter visto nenhum veículo militar subindo em direção ao "Esqueleto", embora tenha trabalhado "até umas 19h30". Além dele, dois caseiros de imóveis em frente à rua de acesso ao local também afirmam não terem visto carros do Exército por lá.

Esqueleto

O "Esqueleto" é a estrutura da obra do que seria o Gávea Tourist Hotel, paralisada há mais de 40 anos devido à falência da incorporadora, a Companhia Califórnia de Investimentos. Na rua que dá acesso ao prédio, há uma placa, encoberta por plantas, que diz: "Imóvel arrecadado pelo juiz de direito da 5ª Vara Cível da capital da massa falida da Cia. Califórnia de Investimentos".

O edifício tem 11 andares, mais dois de garagem, e é projetado para ter 440 apartamentos, de 23 metros quadrados cada. O prefeito Cesar Maia publicou no "Diário Oficial" do município em 18 de maio de 2001 instrução a secretarias e à subprefeitura da zona sul para que o local fosse utilizado de alguma forma pelo poder público.

Rocinha

Um dia após a ocupação da maior favela da América Latina, moradores da Rocinha não fizeram reclamações dos militares que ali estiveram anteontem. De acordo com eles, o único transtorno foi o fechamento da estrada da Gávea e da via Ápia, principais acessos à comunidade.

"As carnes que recebemos hoje [ontem] era para terem chegado ontem [anteontem]", afirmou funcionária de um açougue da favela, que preferiu não se identificar. Crianças também tiveram dificuldades de ir e voltar das escolas, segundo relatos.

Ontem o movimento voltou ao normal. Inclusive com a subida de caminhões entregando mercadorias. "Sabe como é favela. Temos dias complicados e dias tranqüilos. Ontem [anteontem] e hoje [ontem] foram dias calmos", afirmou uma moradora.

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