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17/03/2006 - 00h08

Presidente da CNBB ganha "Oscar Gay" oferecido pelo GGB

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

A Igreja Católica foi contemplada na quinta-feira (16), pela primeira vez, com um troféu oferecido pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) àqueles que mais se destacaram em defesa dos direitos humanos da categoria.

Em sua 16ª edição, o "Oscar Gay" homenageou, entre outras personalidades, o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo.

"O prêmio para o arcebispo primaz do Brasil deve ser encarado como um incentivo para que a Igreja Católica crie uma pastoral voltada exclusivamente para os homossexuais", disse o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, 34.

De acordo com ele, a maioria dos homossexuais brasileiros é católica e sofre com a "intolerância da igreja". "Mas muitos não vão às celebrações religiosas por medo das reações dos padres e dos demais fiéis."

Cerqueira disse que o presidente da CNBB mereceu o troféu --todos os contemplados receberão diplomas pelos correios-- porque sempre teve uma "postura coerente em relação aos homossexuais."

No ano passado, ao comentar algumas reivindicações dos homossexuais encaminhadas a órgãos governamentais, o cardeal disse que as propostas tinham fundamento. "É legítima a reivindicação dos homossexuais de viver na sociedade sendo respeitados em suas diferenças, sem discriminações ou perseguições que os oprimam", afirmou o cardeal.

"A Igreja Católica sempre considerou os homossexuais como pessoas de segunda categoria", afirmou o antropólogo Luiz Mott, 56, um dos fundadores do GGB, entidade que existe há 25 anos.

"Muita coisa mudou na Igreja Católica, mas continuamos achando que o papa Bento 16, assim como João Paulo 2º, é muito conservador e insiste em não reconhecer os nossos direitos", disse Cerqueira.

Além de d. Geraldo Majella Agnelo, também receberam o troféu "Triângulo Rosa" --marca que relembra o distintivo utilizado pelos nazistas nos campos de concentração para identificar os prisioneiros homossexuais-- o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), procuradores e juízes federais.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) encabeça a lista dos "contemplados" com o troféu "Pau de Sebo", destinado aos "inimigos dos homossexuais". "Aproveitamos uma tradição do folclore brasileiro para dizer que essas pessoas jamais vão destruir o movimento de libertação dos homossexuais", acrescentou Cerqueira.

Além de ACM, que teria dito que existe um "gay forte dentro do governo Lula", também foram distinguidos, entre outros, com a "premiação" o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, e o cartunista Ziraldo, por classificar como "proselitismo" as demonstrações de carinho de um casal homossexual feminino na novela "Senhora do Destino".

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