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28/03/2006 - 09h56

Exército investiga agressão a recruta durante ocupação no Rio

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RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O Exército apura denúncia de que um tenente e cinco soldados do 8º GAC Pára-Quedista agrediram o recruta Elton Bittencourt Prado, da Companhia de Comando do Comando Militar do Leste (CML), xingaram-no e apontaram um fuzil para sua cabeça, na madrugada da sexta-feira, 10 de março. A Folha ouviu relatos de militares sobre o caso.

Integrantes de tropa de elite da corporação, os pára-quedistas participavam da operação para recuperar armas roubadas, no morro da Providência, e estavam baseados na Companhia de Comando, no Largo do Santo Cristo (centro), próxima ao morro.

A agressão ocorreu por volta das 4h, quando os soldados visitantes voltavam nervosos da Providência, onde o Exército enfrentou tiroteios e queixas de abusos de direitos humanos. Eles teriam praguejado que não tinham "matado nenhum vagabundo" nem "dado porrada" em ninguém.

O ataque teria acontecido porque o recruta lhes disse que a luz do alojamento só poderia ser acesa às 6h, por ordem do comando. Conforme o relato ouvido pela Folha, os pára-quedistas se irritaram: jogaram o rapaz contra a parede, chamaram-no de "urubu" e o agrediram a socos e pontapés. Chegaram a carregar um fuzil e ameaçar dispará-lo.

O tenente disse, aos gritos, que era ordem dele acender a luz, e o recruta tinha de acatá-la. Militares alojados no local acordaram e viram parte da ação.

Segundo militares ouvidos pela Folha, o comandante da unidade, major Walber de Almeida Andrade, não tomou providências ao saber do incidente, pelo próprio recruta Prado, naquela sexta.

Procurado, o major Walber nega ter sabido da agressão, mas admitiu ter conversado na ocasião com o rapaz, que é novato e temia ser punido por não ter sabido onde a luz era acesa. O comandante do 8º GAC Pára-Quedista, tenente-coronel Nélio, estava na companhia naquela noite, mas disse ter sabido do caso ontem, pelo major, e não ter percebido "nenhuma alteração" na ocasião.

A Folha ligou para o recruta Elton Prado na sexta-feira. Ele não quis comentar o caso.

O Ministério Público Federal apura denúncias de moradores do morro da Providência de supostas violações de direitos humanos por parte de militares, durante a operação naquela localidade. O Exército nega.

Outro lado

O comandante da Companhia de Comando do CML, major Walber de Almeida Andrade, negou ontem saber da agressão, mas vai apurar o caso.

"O que chegou foi que teriam pedido para ele acender a luz, e ele não sabia o local. O soldado comentou comigo que ficou preocupado em receber uma punição." O major disse ter conversado com o recruta, que teria negado a agressão.

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