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14/05/2006 - 09h44

São Paulo enfrenta segunda madrugada de ataques a policiais

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da Folha Online
da Agência Folha

O Estado de São Paulo enfrentou neste domingo a segunda madrugada de ataques a policiais e guardas municipais. O movimento --a maior ação contra as forças de segurança já ocorrida no Estado-- começou na noite da última sexta-feira (12), como uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção.

Desde o início dos crimes, cerca de 35 pessoas morreram --entre policiais, guardas, agentes penitenciários e suspeitos. Há feridos. Por volta das 9h30 deste domingo, a Secretaria da Segurança Pública ainda não havia divulgado um novo balanço com os números de ataques e vítimas.

A onda de violência se estendeu a penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória). No sábado, foram registradas 24 rebeliões simultâneas. Na manhã deste domingo, presos ainda mantêm reféns em ao menos 16 unidades do Estado, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária.

Ataques

Entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo, teriam ocorrido mais de dez novos ataques. Foram mais de 70 desde a noite de sexta, em todo o Estado.

As novas ações foram registradas em São Bernardo do Campo, Itapecerica da Serra, Araraquara, São José do Rio Preto, São Vicente e na capital.

Em Itapecerica da Serra, os criminosos atacaram a tiros um posto da Polícia Rodoviária Federal na rodovia Régis Bittencourt. Não há informações de feridos.

Um agente de segurança da penitenciária de Araraquara (273 km noroeste de SP) foi morto por dois homens dentro de uma lanchonete. Em São Vicente (Baixada Santista), um carcereiro foi assassinado na praça Primeiro de Maio. Um outro policial teria sido atingido de raspão.

Em São José do Rio Preto (440 km noroeste de SP), dois homens em um carro vermelho dispararam contra ao Instituto Penal Agrícola (IPA). Um funcionário foi atingido pelos tiros.

Segundo informações da PM, foram efetuados mais de 20 disparos contra o instituto. Durante a fuga, a dupla trocou tiros com policiais militares e acabaram baleados. Detidos, ambos foram encaminhados para um hospital da região.

O funcionário do instituto ferido passa por cirurgia no Hospital de Base de São José do Rio Preto. Seu estado é grave.

Em São Bernardo (Grande São Paulo), os criminosos atacaram uma base comunitária da Guarda Municipal.

Também na madrugada deste domingo, criminosos atiraram contra o Fórum Regional de Santana (zona norte) e lançaram duas granadas, que não explodiram.

Reação

Os ataques começaram após uma megaoperação do governo paulista que transferiu 765 presos que integram o PCC na recém-reformada penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), na quinta-feira (11), com a intenção de isolá-los.

Na sexta (12), oito homens apontados como líderes do PCC foram levados para o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo. Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola.

Marcola foi transferido, na manhã de sábado, para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

Também no sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta (10), que as transferências trariam "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo."

"Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.

O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. Ele disse acreditar que, devido ao alerta da polícia, o número de mortes "foi bem menor" em relação ao que poderia ocorrer.

Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC.

"Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."

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