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15/05/2006 - 15h33

SP sofre ao menos 180 ataques criminosos; mortos passam de 80

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da Folha Online

O PCC (Primeiro Comando da Capital) coordena, desde a última sexta-feira (12), a maior onda de ataques a forças de segurança do Estado de São Paulo --foram 180, conforme balanço divulgado pelo governo estadual na tarde desta segunda-feira. Os criminosos também queimaram ônibus, atacaram agências bancárias e ainda promovem uma série de rebeliões.

O movimento é uma retaliação à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção.

De acordo com o balanço parcial, morreram 81 pessoas. São 22 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis. Além deles, 38 suspeitos de ataques morreram em confrontos. Treze presos também morreram em rebeliões, elevando para 94 o número de mortes --o número não foi confirmado pela Secretaria da Administração Penitenciária.

Os ataques também deixaram 49 feridos, sendo 19 PMs, seis policiais civis, oito guardas municipais, um agente penitenciário e 15 civis.

No total, 91 suspeitos foram presos. Desde o início dos ataques, mais de 90 armas foram apreendidas.

Onda de ataques

O movimento começou na sexta, com ataques às forças de segurança já ocorrida no Estado. Os alvos foram policiais civis, militares, guardas municipais e agentes penitenciários.

Ao mesmo tempo, rebeliões simultâneas começaram em penitenciárias, CDPs (Centros de Detenção Provisória) e cadeias. Na tarde desta segunda, 29 unidades permaneciam rebeladas, com cerca de 120 reféns --a série atingiu cerca de 80 unidades. Em Jaboticabal, o delegado Adelson Taroco, 39, foi incendiado por presos rebelados na cadeia. Ele foi internado em estado grave.

Presos de unidades de Mato Grosso do Sul e do Paraná também iniciaram rebeliões no domingo (14). Os motins teriam envolvimento do PCC.

Entre a noite de domingo (14) e a manhã desta segunda, a violência atingiu também agências bancárias e ônibus. Criminosos atiraram contra ao menos cinco agências e jogaram coquetéis molotov em outras cinco.

Transporte

Ao menos 68 ônibus foram queimados --44 em São Paulo e os outros na região do ABC, em Osasco e em Campinas. Com medo de novas ações, ao menos dez empresas não tiraram os ônibus da garagem --três delas circulam parcialmente-- e nove terminais foram fechados. A região sul é a mais afetada da cidade.

Pararam as empresas Vip, Tupi, Paratodos, Transcuba, Cidade Dutra, Campo Belo, Gatusa, Cooperauhton e Cooperpan --a paralisação foi parcial nas duas últimas. todas na zona sul. Na zona norte, a Sambaíba também parou as atividades, mas alguns ônibus voltaram a circular.

Os terminais fechados são: Bandeira, Capelinha, Santo Amaro, Guarapiranga, João Dias, Jardim Angela, Varginha, Parelheiros e Grajaú.

A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos na nesta segunda-feira. Com isso, veículos com placas finais 1 e 2 podem circular normalmente pelo chamado centro expandido da cidade durante o horário de pico --das 7h às 10h e das das 17h às 20h.

Aulas

De acordo com a Secretaria Estadual da Educação, cerca de 30% dos alunos não compareceram às aulas na zona sul, devido à paralisação dos ônibus.

Em Higienópolis, um veículo da DAS (Divisão Anti-Seqüestro) foi atingido por tiros. Dois tradicionais colégios da região, o Rio Branco e o Sion, aumentaram a segurança em seus quarteirões. O Sion suspendeu as atividades extras, que obrigariam os alunos do período matutino a voltar para o bairro à tarde. Os alunos do período vespertino têm aulas normais. O Sion tem 1.100 alunos.

O Rio Branco --com 1.800 alunos-- informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os alunos do período da tarde só sairão do colégio na presença dos pais ou responsáveis.

Mais violência

No fim da noite de domingo, criminosos também lançaram coquetéis molotov contra duas bases da CET (Companhia de Engenharia de Trânsito) --em frente ao terminal Parque Dom Pedro e outra no Glicério.

No início da madrugada, tiros atingiram um guichê da estação Artur Alvim do metrô (zona leste), mas não há confirmação sobre o possível envolvimento do PCC no caso.

Reação

A série de ataques começou após a transferência de 765 presos para Presidente Venceslau, na quinta-feira (11), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

Com Agência Folha

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