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17/05/2006
-
08h29
da Folha de S.Paulo
O Poder Judiciário tem "muita responsabilidade" pelos ataques da facção criminosa PCC que culminaram com o pânico que paralisou São Paulo anteontem. Essa avaliação é compartilhada por 55% dos paulistanos, como revela pesquisa Datafolha feita ontem com 553 entrevistados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem em posições similares entre aqueles que consideram que eles tiveram "muita responsabilidade" pelos episódios de violência que começaram na última sexta e arrefecem desde ontem.
Lula teve "muita responsabilidade" segundo 39%; Alckmin é apontado nessa condição por 37%. Já o governador Cláudio Lembo (PFL) é citado por 30% nessa mesma categoria --a dos que tiveram muita responsabilidade pelos episódios.
Negociação desaprovada
O governo negociou com o PCC na opinião de 65% dos paulistanos, de acordo com a pesquisa. A Secretaria da Segurança Pública do Estado afirma que não houve acordo com os bandidos. Alega que o término sincronizado das rebeliões nos presídios anteontem foi obra do acaso.
Para 42%, o governo agiu mal ao sentar-se para negociar com criminosos que provocaram dezenas de mortes no Estado; 21%, porém, acham que agiu bem.
Terror e medo são as palavras mais citadas quando se pergunta o que vem à cabeça dos entrevistas ao relembrarem o dia de anteontem: elas foram mencionadas por 11%.
Na opinião de 73% dos entrevistados, o governador Lembo deveria ter aceitado a oferta do governo federal de enviar tropas do Exército para São Paulo.
Se é poupado no quesito responsabilidade, Lembo é considerado ruim ou péssimo por 56% quando se pede que a população avalie a maneira como conduziu a crise. Só 12% consideram que seu desempenho foi ótimo ou bom, enquanto 26% avaliam que sua atuação foi regular.
A avaliação de 46% dos paulistanos é que o governo do presidente Lula não está empenhado em resolver o problema da criminalidade nas cidades brasileiras.
Só 17% dos paulistanos dizem que Lula está "muito empenhado" em buscar soluções para a questão da criminalidade.
A situação do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2000 era ainda pior: 58% enquadravam-no na categoria dos que não estavam empenhados em resolver a questão da violência nas grandes cidades.
Pena de morte
Os ataques praticamente não alteraram o percentual dos que defendem a pena de morte: 56% apóiam a medida. Em dezembro de 2003, eram 59%. O percentual mais alto dos que defendem a pena de morte foi apurado em uma pesquisa de 1989: 73%.
A imagem da Polícia Militar também não sofreu abalos pelo levante do PCC: 56% têm mais medo do que confiança nessa instituição, segundo a pesquisa de ontem. Em 2003, eram 54%. O recorde desse índice nas pesquisas feitas pelo Datafolha é de 1997, quando 74% dos entrevistados diziam ter mais medo do que confiança na polícia.
Durante o ápice da crise do PCC, no entanto, 18% diziam ter mais medo da polícia do que dos bandidos, enquanto 57% afirmavam o inverso. Já 18% dos paulistanos dizem ter medo da polícia e dos bandidos na mesma proporção. Só 6% afirmam não ter medo de nenhum dos dois.
Desde a última sexta-feira, 6% dos paulistanos afirmam ter sido parados na rua para serem revistados por policiais. Entre esses, 3% afirmam ter sentido medo durante a operação.
Desempenho da PM
A avaliação da eficiência da Polícia Militar aumentou em relação à pesquisa feita em 2002. Agora, 14% consideram a instituição "muito eficiente" na prevenção de crimes, enquanto 18% fazem o mesmo tipo de avaliação no que se refere ao combate ao crime.
Em 2002, 14% avaliavam a PM "muito eficiente" no combate e 9% tinham esse tipo de julgamento sobre a prevenção.
Um quarto da população da cidade, no entanto, desaprova a PM e considera a instituição "nada eficiente" tanto na prevenção dos crimes quanto no combate.
O percentual dos que tomaram conhecimento dos ataques do PCC é um dos mais altos na história das pesquisas do Datafolha: atinge 99%. Acreditam estar "bem informados" 58% dos paulistanos entrevistados.
A organização dos ataques foi feita pelo PCC, de acordo com 45% dos paulistanos. Já 18% apontam genericamente "bandidos" como os autores dos episódios violentos.
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55% dos paulistanos culpam o Judiciário pela violência
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem em posições similares entre aqueles que consideram que eles tiveram "muita responsabilidade" pelos episódios de violência que começaram na última sexta e arrefecem desde ontem.
Lula teve "muita responsabilidade" segundo 39%; Alckmin é apontado nessa condição por 37%. Já o governador Cláudio Lembo (PFL) é citado por 30% nessa mesma categoria --a dos que tiveram muita responsabilidade pelos episódios.
Negociação desaprovada
O governo negociou com o PCC na opinião de 65% dos paulistanos, de acordo com a pesquisa. A Secretaria da Segurança Pública do Estado afirma que não houve acordo com os bandidos. Alega que o término sincronizado das rebeliões nos presídios anteontem foi obra do acaso.
Para 42%, o governo agiu mal ao sentar-se para negociar com criminosos que provocaram dezenas de mortes no Estado; 21%, porém, acham que agiu bem.
Terror e medo são as palavras mais citadas quando se pergunta o que vem à cabeça dos entrevistas ao relembrarem o dia de anteontem: elas foram mencionadas por 11%.
Na opinião de 73% dos entrevistados, o governador Lembo deveria ter aceitado a oferta do governo federal de enviar tropas do Exército para São Paulo.
Se é poupado no quesito responsabilidade, Lembo é considerado ruim ou péssimo por 56% quando se pede que a população avalie a maneira como conduziu a crise. Só 12% consideram que seu desempenho foi ótimo ou bom, enquanto 26% avaliam que sua atuação foi regular.
A avaliação de 46% dos paulistanos é que o governo do presidente Lula não está empenhado em resolver o problema da criminalidade nas cidades brasileiras.
Só 17% dos paulistanos dizem que Lula está "muito empenhado" em buscar soluções para a questão da criminalidade.
A situação do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2000 era ainda pior: 58% enquadravam-no na categoria dos que não estavam empenhados em resolver a questão da violência nas grandes cidades.
Pena de morte
Os ataques praticamente não alteraram o percentual dos que defendem a pena de morte: 56% apóiam a medida. Em dezembro de 2003, eram 59%. O percentual mais alto dos que defendem a pena de morte foi apurado em uma pesquisa de 1989: 73%.
A imagem da Polícia Militar também não sofreu abalos pelo levante do PCC: 56% têm mais medo do que confiança nessa instituição, segundo a pesquisa de ontem. Em 2003, eram 54%. O recorde desse índice nas pesquisas feitas pelo Datafolha é de 1997, quando 74% dos entrevistados diziam ter mais medo do que confiança na polícia.
Durante o ápice da crise do PCC, no entanto, 18% diziam ter mais medo da polícia do que dos bandidos, enquanto 57% afirmavam o inverso. Já 18% dos paulistanos dizem ter medo da polícia e dos bandidos na mesma proporção. Só 6% afirmam não ter medo de nenhum dos dois.
Desde a última sexta-feira, 6% dos paulistanos afirmam ter sido parados na rua para serem revistados por policiais. Entre esses, 3% afirmam ter sentido medo durante a operação.
Desempenho da PM
A avaliação da eficiência da Polícia Militar aumentou em relação à pesquisa feita em 2002. Agora, 14% consideram a instituição "muito eficiente" na prevenção de crimes, enquanto 18% fazem o mesmo tipo de avaliação no que se refere ao combate ao crime.
Em 2002, 14% avaliavam a PM "muito eficiente" no combate e 9% tinham esse tipo de julgamento sobre a prevenção.
Um quarto da população da cidade, no entanto, desaprova a PM e considera a instituição "nada eficiente" tanto na prevenção dos crimes quanto no combate.
O percentual dos que tomaram conhecimento dos ataques do PCC é um dos mais altos na história das pesquisas do Datafolha: atinge 99%. Acreditam estar "bem informados" 58% dos paulistanos entrevistados.
A organização dos ataques foi feita pelo PCC, de acordo com 45% dos paulistanos. Já 18% apontam genericamente "bandidos" como os autores dos episódios violentos.
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