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18/05/2006
-
12h06
da Folha Online
O "Jornal da Noite", exibido quarta-feira (17) pela TV Bandeirantes, mostrou uma entrevista do jornalista Roberto Cabrini supostamente feita com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A Secretaria da Administração Penitenciária solicitou à emissora uma cópia da entrevista, que será periciada.
Por telefone, Cabrini e o suposto líder do PCC falaram sobre os ataques realizados pela facção criminosa --Marcola teria atendido o jornalista em um telefone celular, dentro de um presídio de segurança máxima.
No final da entrevista, ele negou ter feito acordo com autoridades para encerrar os ataques: "da minha parte não [houve acordos]", respondeu quando questionado sobre esta possibilidade.
O entrevistado afirmou que a facção determinou a realização da megaoperação de violência porque "os direitos dos presos não foram cumpridos". "Eles [autoridades] removeram diversos presos, feriram a lei e não pudemos usufruir de nenhum direito. Por isso acabamos tomando esta atitude, para chamar a atenção", afirmou o entrevistado identificado como Marcola.
Ele também falou sobre o não-cumprimento do banho de sol dos detentos e a impossibilidade de receber visitas dos advogados. Segundo o suposto detento, a decisão de iniciar os ataques teria sido feita na sexta-feira (12) por diversos membros da facção. "Foi uma decisão conjunta, em que cada um deu sua opinião."
Em uma resposta vaga aos ataques no metrô e a ônibus, o entrevistado disse: "o que foi visto foi feito". Sobre os assassinatos, negou que tenha ordenado a morte de policiais e bombeiros. "Existem oportunistas, pessoas que acabam tomando atitudes não-permissíveis [sic] para a gente." "A culpa, o câncer, são eles, não a gente", afirmou.
O suposto detento também afirmou que a facção criminosa "está preparada para muito mais". "Os ataques pararam, foram usados para resolver uma situação quando precisamos. Mas eles [autoridades] não estão querendo parar. Estão agindo de forma brutal, matando, declarando uma guerra e esquecendo que, assim, deixam a sociedade à mercê."
Por telefone, continuou: "dentro de uma guerra em que as duas partes têm poderio de fogo, quem perde são as pessoas que nada têm a ver com ambas as partes".
A Secretaria da Administração Penitenciária afirma que se pronunciará somente após perícia, que verificará a autenticidade da entrevista. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da TV Bandeirantes ainda não se pronunciou.
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Em entrevista, suposto líder do PCC nega acordo para encerrar ataques
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O "Jornal da Noite", exibido quarta-feira (17) pela TV Bandeirantes, mostrou uma entrevista do jornalista Roberto Cabrini supostamente feita com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A Secretaria da Administração Penitenciária solicitou à emissora uma cópia da entrevista, que será periciada.
Por telefone, Cabrini e o suposto líder do PCC falaram sobre os ataques realizados pela facção criminosa --Marcola teria atendido o jornalista em um telefone celular, dentro de um presídio de segurança máxima.
No final da entrevista, ele negou ter feito acordo com autoridades para encerrar os ataques: "da minha parte não [houve acordos]", respondeu quando questionado sobre esta possibilidade.
O entrevistado afirmou que a facção determinou a realização da megaoperação de violência porque "os direitos dos presos não foram cumpridos". "Eles [autoridades] removeram diversos presos, feriram a lei e não pudemos usufruir de nenhum direito. Por isso acabamos tomando esta atitude, para chamar a atenção", afirmou o entrevistado identificado como Marcola.
Ele também falou sobre o não-cumprimento do banho de sol dos detentos e a impossibilidade de receber visitas dos advogados. Segundo o suposto detento, a decisão de iniciar os ataques teria sido feita na sexta-feira (12) por diversos membros da facção. "Foi uma decisão conjunta, em que cada um deu sua opinião."
Em uma resposta vaga aos ataques no metrô e a ônibus, o entrevistado disse: "o que foi visto foi feito". Sobre os assassinatos, negou que tenha ordenado a morte de policiais e bombeiros. "Existem oportunistas, pessoas que acabam tomando atitudes não-permissíveis [sic] para a gente." "A culpa, o câncer, são eles, não a gente", afirmou.
O suposto detento também afirmou que a facção criminosa "está preparada para muito mais". "Os ataques pararam, foram usados para resolver uma situação quando precisamos. Mas eles [autoridades] não estão querendo parar. Estão agindo de forma brutal, matando, declarando uma guerra e esquecendo que, assim, deixam a sociedade à mercê."
Por telefone, continuou: "dentro de uma guerra em que as duas partes têm poderio de fogo, quem perde são as pessoas que nada têm a ver com ambas as partes".
A Secretaria da Administração Penitenciária afirma que se pronunciará somente após perícia, que verificará a autenticidade da entrevista. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da TV Bandeirantes ainda não se pronunciou.
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