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15/07/2006 - 19h42

PCC incendeia ônibus na zona leste de São Paulo após trégua

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da Folha Online

Um ônibus foi incendiado no começo da noite deste sábado na rua Frei Antônio Fagiano, em José Bonifácio (zona leste de São Paulo). Ninguém se feriu. Foi o primeiro ataque registrado na capital desde a madrugada deste sábado. O último, contra uma lotação, havia ocorrido à 1h35. Houve mais ataques --inclusive contra policiais-- no interior do Estado.

O incêndio é atribuído à série de atentados promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em todo o Estado, desde a última terça-feira (11). Pelo menos oito pessoas morreram, conforme o último balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Entre os suspeitos, 78 foram presos e 4, mortos em supostos confrontos com policiais.

O último crime ligado ao PCC na capital, antes do incêndio na zona leste, havia sido um incêndio a uma lotação, na avenida Fernando Mendes de Almeida, no Jaraguá (zona norte de São Paulo). Ninguém ficou ferido.

Na noite de sexta-feira (14), um caminhão de lixo foi atacado também na zona leste. Foi o terceiro em dois dias. A empresa responsável pelo serviço ameaçou interrompê-lo, mas decidiu manter os caminhões nas ruas depois de receber apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

Também na noite de sexta, dois ônibus da Viação Himalaia foram atacados na avenida Sapopemba, na zona leste. Segundo a polícia, um dos ônibus ia do Parque Dom Pedro, no centro, para o Terminal São Mateus, na zona leste, e o outro vinha no sentido contrário. Ninguém se feriu.

Paralisação

Neste sábado, os agentes penitenciários que atuam nas seis unidades do complexo Campinas-Hortolândia pararam. Eles suspenderam os banhos de sol e as visitas, o que provocou atrito com familiares de detentos.

Segundo o Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), a paralisação é um protesto pela morte do agente Abner Machado da Silveira, 53, atacado a tiros na última quarta (12). O agente foi atacado pelos ocupantes de um Corsa enquanto escoltava detentos do regime semi-aberto para seus locais de trabalho.

Em assembléia realizada na última terça-feira (11), o sindicato decidiu que, a cada morte de um agente penitenciário, as atividades serão paralisadas no final de semana seguinte.

Nas demais unidades do interior do Estado, houve paralisações também nos CDPs (Centros de Detenção Provisória) de Americana e Ribeirão Preto e nas penitenciárias 1 e 2 de Presidente Venceslau, conforme admitiu a própria SAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).

Policiais atacados

Na noite de sexta-feira (14), o tenente aposentado da PM Neuton Santos Ramos, 57, foi morto diante da mulher e do filho de sete anos por quatro homens que invadiram a casa dele, em Praia Grande (litoral de São Paulo). Três dos criminosos usavam capuzes.

Também na noite de sexta, um PM à paisana foi atacado a tiros enquanto dirigia seu carro particular, em Itatiba, por duas pessoas encapuzadas. O PM não ficou ferido.

Durante a madrugada, a casa de um PM foi atingida por um coquetel molotov, em Araras. Ninguém ficou ferido. Na tarde de sexta, uma casa vizinha à de um guarda municipal foi atingida por tiros. Há suspeitas de que os criminosos tenham cometido um engano.

Em Franca houve um ataque à casa de um policial civil. O imóvel foi atingido por tiros, mas ninguém ficou ferido.

Em Mogi Mirim, na noite de sexta, a casa da família de um policial militar foi atingida por tiros. Em São Vicente, o ataque foi contra a casa de um agente penitenciário. Nas duas ocorrências, ninguém ficou ferido.

Em Bragança Paulista, uma base da guarda municipal foi atingida por uma bomba caseira, que não chegou a explodir, mas quebrou os vidros do prédio.

Outros ataques

Em Campinas, um ônibus foi incendiado às 12h30 deste sábado. Um suspeito sofreu queimaduras, mas não há informações sobre o estado de saúde dele. O fogo teria sido iniciado por três homens armados que pediram para os passageiros descerem e, em seguida, espalharam gasolina no ônibus.

Entre a noite de sexta e a madrugada deste sábado, agências do Itaú, da Caixa Econômica Federal e do Banco Real foram atingidas por cinco tiros cada uma, em Ribeirão Preto (314 km a norte de São Paulo). Os disparos teriam sido efetuados pelos ocupantes de uma moto. Eles atingiram paredes, portas e janelas, mas não feriram ninguém.

Outra agência bancária foi atacada também na noite de sexta, em Sumaré.

Também em Ribeirão Preto, três bombas caseiras foram lançadas em um estacionamento e um caminhão de cargas foi incendiado no bairro Ipiranga, um dos mais antigos da cidade. No estacionamento, só uma das bombas explodiu, e um carro pegou fogo.

Dois ônibus de trabalhadores rurais foram queimados na sexta (14), em Ituverava. Os ônibus estavam sem passageiros e estacionados. O primeiro foi queimado ás 22h e o segundo, 40 minutos depois. A polícia não tem suspeita dos autores dos ataques.

No centro de São Joaquim da Barra, usando coquetéis molotov, criminosos incendiaram um Fusca que estava em um estacionamento, às 5h30.

Em Morro Agudo, no Parque Dom Pedro, por volta das 4h, um caminhão carregado com 28 toneladas de açúcar foi incendiado e parte da carga, queimada.

Em Limeira, dois carros da prefeitura foram incendiados no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), na noite de sexta. Havia ao menos dez carros pertencentes à prefeitura estacionados na garagem.

Com Agência Folha

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