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21/07/2006
-
17h53
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
O advogado Geraldo Jabur, responsável pela defesa dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos no processo que os acusa de ter planejado e matado Manfred e Marísia von Richthofen em 2002, causou espanto e risos na platéia que acompanha o júri do caso, nesta sexta-feira, ao compará-lo a novelas.
Primeiro, Jabur afirmou que a filha do casal, Suzane von Richthofen, 22, também ré confessa de sua participação na morte dos pais, é "meio parecida" com Bia Falcão, vilã interpretada por Fernanda Montenegro na última novela das oito da Rede Globo, a "Belíssima".
"É uma mulher rica que fugiu com o dinheiro em um avião levando um moço que poderia ser seu filho a tiracolo."
Em seguida, ele comparou o namoro de Daniel e Suzane, ao qual os pais dela se opunham, ao relacionamento entre os personagens Safira e Pascoal, da mesma novela. Na trama, Safira e o mecânico Pascoal viviam um romance proibido. Ela se recusava a ter um envolvimento sério com o rapaz porque tinha filhos de diferentes casamentos, e era criticada pelo pai.
"É a filha de um rico, no caso a Cláudia Raia [atriz que representou Safira], que se apaixonou por um mecânico que lidava com pneus, que tinha as mãos sujas. Da mesma maneira que a mão de Daniel, fazendo seus aviõezinhos", disse. Daniel era aeromodelista e foi por causa da prática que ele conheceu Suzane.
Os bens da família Richthofen são avaliados em R$ 2 milhões. Suzane sempre estudou em bons colégios particulares de São Paulo e fala três idiomas.
Quase no final de sua fala, durante os debates que precedem a decisão dos jurados sobre a culpa de cada réu, ele ainda comparou a jovem à também vilã Leona, personagem de Carolina Dieckmann na novela "Cobras e Lagartos", também da Rede Globo.
Jabur mostrou aos jurados a capa de uma revista com uma foto da atriz. A manchete fazia referência à personagem: "A vitória da loira má".
Defesa
O tempo destinado exclusivamente aos argumentos de defesa dos irmãos ficou restrito a aproximadamente 15 minutos, embora Jabur e a filha dele, a também advogada e defensora da dupla, Gislaine Jabur, tenham falado durante quase uma hora e meia. Na próxima uma hora e meia, falará a defesa de Suzane.
Em sua fala, Gislaine tentou convencer os jurados a derrubar as qualificadoras colocadas pelo Ministério Público contra Cristian e Daniel.
Eles respondem por duplo-homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas, além de fraude processual, por terem alterado a cena do crime para forjar latrocínio (roubo seguido de morte). Cristian responde ainda a uma acusação por furto, já que ficou com o dinheiro e as jóias levadas da casa dos Richthofen.
Gislaine afirmou que Cristian não pode ser condenado por duplo-homicídio, pois os golpes desferidos por ele mataram apenas Marísia. "Se tirássemos a atuação de Cristian, Manfred teria morrido da mesma forma."
Ela disse ainda que não houve motivo torpe, já que ele não tinha nenhum rancor quanto às vítimas; e que não foi usado um meio cruel, pois não foi provado que a toalha colocada por ele dentro da boca de Marísia não causou asfixia. No processo, consta que a causa da morte foi traumatismo craniano.
Sobre Daniel, Gislaine chamou a atenção dos jurados para o fato de que ele disse, ainda na reconstituição do crime, exibida ao júri na quinta-feira (20), que sacudiu o braço de Manfred após golpeá-lo e passou uma toalha molhada sobre o rosto dele com a intenção de acordá-lo.
Os advogados dos Cravinhos também argumentaram que as acusações de furto e fraude não procedem. Eles dizem que Cristian só ficou com o dinheiro e as jóias a pedido de Suzane; que comprou uma moto com a quantia na intenção de entregá-la à jovem; e que a fraude jamais enganou os policiais que atuaram no caso.
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O advogado Geraldo Jabur, responsável pela defesa dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos no processo que os acusa de ter planejado e matado Manfred e Marísia von Richthofen em 2002, causou espanto e risos na platéia que acompanha o júri do caso, nesta sexta-feira, ao compará-lo a novelas.
Primeiro, Jabur afirmou que a filha do casal, Suzane von Richthofen, 22, também ré confessa de sua participação na morte dos pais, é "meio parecida" com Bia Falcão, vilã interpretada por Fernanda Montenegro na última novela das oito da Rede Globo, a "Belíssima".
"É uma mulher rica que fugiu com o dinheiro em um avião levando um moço que poderia ser seu filho a tiracolo."
André Porto/Folha Imagem |
Suzane von Richthofen deixa delegacia rumo ao fórum da Barra Funda, em São Paulo |
Em seguida, ele comparou o namoro de Daniel e Suzane, ao qual os pais dela se opunham, ao relacionamento entre os personagens Safira e Pascoal, da mesma novela. Na trama, Safira e o mecânico Pascoal viviam um romance proibido. Ela se recusava a ter um envolvimento sério com o rapaz porque tinha filhos de diferentes casamentos, e era criticada pelo pai.
"É a filha de um rico, no caso a Cláudia Raia [atriz que representou Safira], que se apaixonou por um mecânico que lidava com pneus, que tinha as mãos sujas. Da mesma maneira que a mão de Daniel, fazendo seus aviõezinhos", disse. Daniel era aeromodelista e foi por causa da prática que ele conheceu Suzane.
Os bens da família Richthofen são avaliados em R$ 2 milhões. Suzane sempre estudou em bons colégios particulares de São Paulo e fala três idiomas.
Quase no final de sua fala, durante os debates que precedem a decisão dos jurados sobre a culpa de cada réu, ele ainda comparou a jovem à também vilã Leona, personagem de Carolina Dieckmann na novela "Cobras e Lagartos", também da Rede Globo.
Jabur mostrou aos jurados a capa de uma revista com uma foto da atriz. A manchete fazia referência à personagem: "A vitória da loira má".
Defesa
O tempo destinado exclusivamente aos argumentos de defesa dos irmãos ficou restrito a aproximadamente 15 minutos, embora Jabur e a filha dele, a também advogada e defensora da dupla, Gislaine Jabur, tenham falado durante quase uma hora e meia. Na próxima uma hora e meia, falará a defesa de Suzane.
Em sua fala, Gislaine tentou convencer os jurados a derrubar as qualificadoras colocadas pelo Ministério Público contra Cristian e Daniel.
Eles respondem por duplo-homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas, além de fraude processual, por terem alterado a cena do crime para forjar latrocínio (roubo seguido de morte). Cristian responde ainda a uma acusação por furto, já que ficou com o dinheiro e as jóias levadas da casa dos Richthofen.
Gislaine afirmou que Cristian não pode ser condenado por duplo-homicídio, pois os golpes desferidos por ele mataram apenas Marísia. "Se tirássemos a atuação de Cristian, Manfred teria morrido da mesma forma."
Ela disse ainda que não houve motivo torpe, já que ele não tinha nenhum rancor quanto às vítimas; e que não foi usado um meio cruel, pois não foi provado que a toalha colocada por ele dentro da boca de Marísia não causou asfixia. No processo, consta que a causa da morte foi traumatismo craniano.
Sobre Daniel, Gislaine chamou a atenção dos jurados para o fato de que ele disse, ainda na reconstituição do crime, exibida ao júri na quinta-feira (20), que sacudiu o braço de Manfred após golpeá-lo e passou uma toalha molhada sobre o rosto dele com a intenção de acordá-lo.
Os advogados dos Cravinhos também argumentaram que as acusações de furto e fraude não procedem. Eles dizem que Cristian só ficou com o dinheiro e as jóias a pedido de Suzane; que comprou uma moto com a quantia na intenção de entregá-la à jovem; e que a fraude jamais enganou os policiais que atuaram no caso.
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