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23/08/2006 - 22h04

Grande Vitória é a metrópole mais violenta do Brasil, diz estudo

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EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha

Estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta a região metropolitana de Vitória (ES) como a que tem o mais alto índice de homicídio no país, com taxa de 79,1 por grupo de 100 mil habitantes.

Em seguida aparecem as regiões metropolitanas de Recife (PE), com 72,2/100 mil, e de Porto Velho (RO), com 71,4/100 mil. A Grande São Paulo aparece na décima colocação no ranking, com taxa de 39,8/100 mil.

Os dados referem-se ao ano de 2004 --base mais atualizada do Ipea-- e são baseados em informações repassadas pelo Ministério da Saúde. Compõem o trabalho do Ipea chamado de Radar Social, que passou a ter informações de 2004.

O estudo aponta o tráfico de drogas como principal indutor da violência. "Entre uma gama diversa de crimes, o tráfico de drogas parece ter um maior impacto na sociedade: domínio de áreas urbanas, aliciamento de crianças e adolescentes, mortes de policiais, corrupção de policiais e agentes penitenciários."

Caso sejam levados em conta os dados dos Estados, o Espírito Santo aparece na terceira colocação: 48,6/100 mil, ante a taxa de 49,3/100 mil comum para Pernambuco e Rio de Janeiro.

O delegado-chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, André Luís Reis Neves, escalado pelo governo para falar sobre o estudo, afirmou que dados apurados pela sua equipe indicam uma "tendência de forte queda" na taxa de homicídios de 2005 na Grande Vitória, que segundo ele foi de 35/100 mil. Para este ano, o dado provisório é de 22/100 mil.

Neves criticou o que considera falta de padronização na coleta de dados. "A falta de padronização pode, inclusive, inverter resultados. Aqui, nós colhemos de forma severa. Porque o nosso objetivo, além de investigar bem cada caso, é entender o fenômeno [da violência]."

Números nacionais
Os dados do Ipea indicam que há maior concentração de homicídios nas áreas urbanizadas do país. Em 2004, o índice de homicídios no conjunto das regiões metropolitanas do país com mais de 500 mil habitantes foi de 41,1/100 mil, contra uma taxa registrada de 26,7/ 100 mil para o Brasil.

De acordo com o instituto, houve redução dos homicídios no país na comparação do índice de 2004 com os disponíveis nos anos anteriores: 2001 (27,6/100 mil), 2002 (28,2/100 mil) e 2003 (28,8/100 mil).

Na análise do Ipea (vinculado ao Ministério do Planejamento), fatores como o crescimento econômico e a implantação do Bolsa-Família "podem ter contribuído indiretamente para isso [redução], ao fortalecer a capacidade econômica de famílias e a valorização do mundo legal [do trabalho e direitos sociais] frente ao poder de atração da via criminosa [tráfico de drogas]".

"No entanto, impacto mais certo parece ter sido do Estatuto e da Campanha Nacional de Desarmamento. (...) Há pesquisas do Ministério da Saúde que indicam a correlação entre o recolhimento de armas nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e a redução de homicídios e internações por armas de fogo."

Ainda segundo o estudo, a redução "quebra uma tendência de alta que já vinha do início dos anos 90". "No entanto, como esta queda se deu basicamente em 2004, não se pode afirmar ainda que entramos numa tendência de baixa e nem mesmo de estabilização."

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre violência na Grande Vitória
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