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24/09/2006 - 11h00

Após caso Cicarelli, psicólogos comentam a exposição do sexo

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MARIANNE PIEMONTE
ROSANA FARIAS DE FREITAS
da Revista da Folha

OK, o Brasil não era exatamente virgem em escândalo do gênero (de nenhum gênero, diga-se). Em 2005, o decano compositor Chico Buarque foi flagrado em lazer litorâneo explícito com uma morena, e as fotos foram parar em todos os jornais brasileiros.

Nada parecido, porém, com o fuá internacional em que se meteu a apresentadora Daniella Cicarelli, 26, a ex de Ronaldo Fenômeno. Pudera, Chico não é Cica, o Leblon não é Cádiz e foto não é filme, não tem movimento.

O vídeo do amasso da apresentadora e seu namorado, Tato Malzoni, 33, na praia espanhola relegou o enésimo escândalo político petista ao pé da lista de assuntos mais lidos durante a semana e deflagrou uma infindável discussão, que começava no "é ela ou não é", esbarrava na questão da privacidade de atos públicos (contradição de termos?) e terminava no "quem nunca fez?"

Numa praia lotada, em pleno dia, pouca gente certamente teve a coragem --ou o desplante, como queira o leitor. Filmada e com legendas em espanhol, menos ainda. Mas todo mundo (ou quase) tem alguma história picante em lugar inusitado para contar, inclusive aqueles que não contam.

O problema é que, nestes tempos de YouTube e câmera digital a preço de banana, aquela singela rapidinha pode virar um vídeo para a posteridade. Tudo bem se você é um "dogger", invenção britânica para nominar fetichistas que gostam de transar com platéia. Tudo mal se você é só alguém apanhado durante a derrapada numa fantasia transgressora.

A questão parece ser mais do grau de transgressão. "Transar no banheiro de uma festa ou numa praia escondida é uma coisa totalmente diferente de transar ao ar livre em plena luz do dia", afirma o psicólogo Osvaldo Martins Rodrigues, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana. "O saudável é o limite do social. Se você não tem controle sobre os seus impulsos, não é confiável socialmente."

Rodrigues diz que o "descontrole" é natural em períodos da vida --como na adolescência--, mas pode se configurar como psicopatologia mais tarde se, para sentir prazer, o indivíduo precisar sempre correr risco e infringir regras.

O psicanalista Jorge Forbes é mais generoso. "A sexualidade é algo muito íntimo, mas que o homem quer expor. Mesmo os amantes secretos acabam se revelando parcialmente, porque eles têm o prazer de pensar que o outro sabe. Faz parte dessa necessidade de legitimar a escolha sexual e amorosa."

O mesmo raciocínio, diz, vale para o sexo em lugares públicos. "Há um prazer em enfrentar os limites à expressão amorosa e, se o indivíduo acha um jeito de burlar a vigilância social, não pensará duas vezes em romper a barreira do proibido. Não há nada de patológico."

Francisco Daudt, que assina a coluna "Fale com ele", da Revista, faz pouco do fuzuê. "A única novidade nessa história toda é a existência da câmera portátil e da internet. A privacidade já foi novidade até alguns anos atrás, hoje não é mais."

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