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30/09/2006 - 06h37

Equipes intensificam buscas a avião da Gol que desapareceu com 154 pessoas

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da Folha Online

As buscas ao Boeing 737-800 da Gol, desaparecido desde a tarde de sexta-feira (29), foram intensificadas com o amanhecer deste sábado. O vôo 1907, que havia saído de Manaus e seguia para Brasília, transportava 148 passageiros e seis tripulantes.

Durante a noite, equipes da FAB (Força Aérea Brasileira) tentaram localizar o avião por meio de sinais. Com o dia, foi retomada a busca visual, com apoio de sete aeronaves --sendo dois aviões-radar. Equipes dos bombeiros, Infraero e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) também participam dos trabalhos.

O Boeing teria colidido, na parte inferior, por uma aeronave Legacy, fabricada pela brasileira Embraer e adquirida pelos Estados Unidos. O Legacy conseguiu pousar na base aérea de Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará. A Infraero não soube informar se a aeronave que pousou teve feridos.

Alan Marques/Folha Imagem
Pessoas buscam informações sobre o vôo 1907 no aeroporto de Brasília
Pessoas buscam informações sobre o vôo 1907 no aeroporto de Brasília
O choque teria causado a queda do avião da Gol. Há suspeitas de que o ocorreu perto de São Fêlix do Xingu, ao sul da Serra do Cachimbo, no Pará, por volta das 17h (hora de Brasília, uma a mais do que em Manaus).

A Gol Linhas Aéreas divulgou a lista de passageiros na madrugada deste sábado. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, funcionários do guichê da Gol forneciam o número de telefone [0800 2800749] para quem buscasse informações sobre o desaparecimento do avião.

O vôo 1907 tinha o Rio como destino final. O piloto, o comandante Décio Chaves Jr., tinha 10 mil horas de vôo.

A Gol informou que o avião desaparecido possuía 200 horas de vôo. Segundo a empresa aérea, o Boeing foi recebido do fabricante em 12 de setembro deste ano.

Buscas

Equipes de resgate da FAB (Força Aérea Brasileira) saíram de Anapólis (Goiás), e do Rio de Janeiro. Além da ajuda de aviões e helicópteros de Campo Grande.

O Esquadrão Pelicano, sediado em Campo Grande (MS), enviou duas aeronaves e dois helicópteros para fazer buscas na região do sul do Pará. Criado em 1957, o Esquadrão é especializado em operações de buscas e resgates.

As buscas serão feitas na região da Serra do Cachimbo. Famílias que aguardavam parentes no aeroporto de Brasília foram levadas, por funcionários da Gol, a hotéis da região.

Relatos

O radioamador Laudir Benevides, 56, morador de Alexânia (GO), disse ter avisado a Polícia Civil de Brasília sobre o desaparecimento do avião. Ele disse que estava com outros radioamadores quando a freqüência foi interrompida por um rapaz que afirmou ter visto um avião de grande porte voando baixo perto da fazenda Jarinã, na cidade de Matupá (MT), e depois escutado um estrondo. "Possivelmente seria uma explosão", disse.

Segundo afirmou à Folha Online, após avisar a polícia, funcionários da Gol entraram em contato com ele. De acordo com Benevides, o local apontado "é uma área de difícil acesso".

Pilotos de táxi aéreo da região norte de Mato Grosso ouvidos pela Agência Folha também disseram que moradores de uma fazenda Jarinã, próxima à cidade de Peixoto de Azevedo (701 km ao norte de Cuiabá) ligaram para o piloto Silvio Corrêa e pediram o telefone do Campo de Provas da Serra do Cachimbo, após ouvirem a possível explosão.
Rubens Cavallari/Folha Imagem
Namorado de passageira do vôo 1907 da Gol aguarda informações em aeroporto
Namorado de passageira do vôo 1907 da Gol aguarda informações em aeroporto


Legacy

Em nota, a Embraer informou que o avião Legacy 600, de sua fabricação, pertencia e era operado por um de seus clientes. O nome do proprietário não foi divulgado.

O piloto teria sido encaminhado para depoimento pela Força Aérea Brasileira. De acordo com as primeiras informações, o jato avariou uma das asas, mas não há maiores informações sobre a causa do acidente ou sobre o estado da tripulação.

Parentes e amigos

Parentes e amigos de passageiros do vôo 1907 reclamaram da falta de informações por parte da companhia aérea sobre o que teria acontecido. Eles procuraram os aeroportos em Brasília e no Rio de Janeiro em busca de informações.

Eliete Monteiro foi ao aeroporto de Brasília para tentar conseguir informações sobre o marido, que estaria a bordo do avião da Gol, reclama da falta de informações sobre o desaparecimento da aeronave. Ela disse que foi informada sobre o incidente primeiro pelo filho, que estava em casa, do que pela Gol.

Segundo ela, os parentes e amigos dos passageiros que aguardam pelos ocupantes do vôo ficaram sem informações até as 20h30 de sexta-feira --quando foram levados para um prédio da Infraero. O vôo deveria ter pousado por volta das 18h10 em Brasília.

Os familiares foram informados sobre o desaparecimento do avião somente às 21h10 por Paulo Albano de Godoy Penteado, diretor de segurança aeroportuária da Infraero.

Cerca de 50 pessoas aguardavam por informações sobre os passageiros do vôo da Gol, em Brasília. A maioria reclama da falta de informações e muitas estavam chorando.
Divulgação
Boeing 737-800 da Gol, semelhante ao desaparecido na tarde desta sexta
Boeing 737-800 da Gol, semelhante ao desaparecido na tarde desta sexta


No Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antonio Carlos Jobim, familiares e amigos de passageiros do vôo 1907 também se queixam da falta de informação por parte da companhia aérea.

Miguel Malheiros, tio de Talita Malheiros, que teria embarcado no vôo em Manaus, disse que a empresa nem mesmo liberou uma lista oficial com os nomes dos passageiros.

"Esta companhia está sonegando informação. Disse que não tem nem lista de passageiros", afirma Malheiros. Ele afirma que chegou a ser ameaçado pelos seguranças quando disse que iria buscar informações junto à imprensa.

André Gemal, diretor do Instituto Nacional de Controle de Qualidade de Saúde, afirma que estranha a falta de informações. "É muito estranho que eles não tenham os nomes. São apenas 150 passageiros", disse. Gemal foi ao aeroporto para tentar conseguir informações sobre funcionários da Fiocruz que teriam embarcado no vôo 1907.

Familiares e amigos que procuram por informações dos passageiros estão sendo encaminhados a uma sala reservada da empresa no aeroporto carioca.

Internet

Os usuários da rede de relacionamentos Orkut já começaram a criar comunidades em solidariedade aos desaparecidos do Boeing 737-800. As comunidades tentam reunir informações sobre o vôo e suas possíveis vítimas.

A comunidade "Vôo gol 1907" com 15 membros noticia o fato e manifesta várias mensagens em apoio a familiares que esperam notícias da aeronave. Já a comunidade "Avião da Gol caiu em fazenda no MT" reúne o maior numero de usuários (90). No fórum, usuários divulgam perfis de possíveis desaparecidos e publicam notas na imprensa.

De acordo com usuários da comunidade "Gol vôo 1907 ajuda aos sobreviventes", o avião da Gol teria explodido no Pará e divulga várias mensagens de apoio às "vítimas"

Um tópico da comunidade "Corrente de fé do vôo 1907" tenta construir uma "teoria conspiratória" sobre o desaparecimento do avião e divulga que o acidente seria um seqüestro com interesses políticos na véspera da eleição.

Sites internacionais sobre segurança de aviação já trocam informações e debatem o acidente com o Boeing da Gol, em fóruns de internautas. No Airdisaster.com, internautas também especulam se o acidente aéreo, caso seja confirmado o número de mortos, será o mais grave registrado na aviação do Brasil. O site é um dos principais do mundo a contabilizar acidentes aéreos, criando um arquivo que exibe fotos e até vídeos e gravações das tragédias.

Com Folha de S.Paulo

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