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07/12/2006
-
09h33
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Os dois meses de crise na aviação e o caos de anteontem nos principais aeroportos do país levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considerar insustentável a permanência de Waldir Pires no Ministério da Defesa, a de Luiz Carlos Bueno no comando da Aeronáutica e a do general Jorge Armando Félix no GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
A Folha apurou que o presidente gostaria que os três pedissem demissão para facilitar as substituições e dar a elas um caráter de naturalidade, pois pretende fazer a reforma do ministério até o Natal.
Lula já estuda nomes para a Defesa e o GSI. Por exemplo: o embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Ronaldo Sardenberg, que esteve ontem com o presidente, é cotado para as duas posições. Sardenberg transita bem no meio militar. Tarso Genro (Relações Institucionais) é lembrado para a Defesa, apesar de ter aumentado muito nos últimos dias a chance de substituir Márcio Thomaz Bastos na Justiça.
Lula reluta em demitir Pires. Acha que fazê-lo seria "crucificar" um político de 80 anos e que teve bom desempenho na CGU (Controladoria-Geral da União). Mas não vê nele habilidade para resolver a crise. A principal queixa de Lula é a seguinte: até hoje ele não sabe se há um boicote dos controladores ou se de fato eles não possuem equipamento e condições de trabalho para atender à atual demanda de vôos.
Sobre Bueno, Lula crê que ele permitiu insubordinação de auxiliares durante a crise e não conseguiu mandar nos controladores, a maioria militar. A respeito de Félix, o presidente avalia que o general chefia um serviço secreto que não descobre segredos e não lhe informa, por exemplo, se houve sabotagem anteontem ao sistema de rádio do Cindacta-1.
Em reunião de emergência anteontem à noite, Lula disse que achava "muita coincidência" a falha no Cindacta-1 ocorrer numa hora de queda-de-braço do governo com os controladores de vôo. Lula falou que parecia "sabotagem", nas palavras de auxiliares diretos. Essa hipótese foi considerada como a principal causa do caos aéreo de anteontem na reunião da qual participaram Lula, Pires, Dilma, Bueno, Félix e o diretor-geral da Anac, Milton Zuanazzi.
Lula determinou aos auxiliares que checassem com rigor a hipótese de sabotagem. E disse a Dilma, que chefiará por ora o "gabinete de crise", que providenciasse recursos para o reforço do sistema de radares de todo o país, em especial se ficar provado que não houve sabotagem, mas uma falha devido à antigüidade dos aparelhos ou à eventual falta de manutenção. Segundo auxiliares, o presidente disse que deseja "resolver de vez" o problema.
Possíveis nomeações
Os militares vêem com simpatia a eventual nomeação de Sardenberg para a Defesa ou o GSI, pois é um especialista em estratégia. Cotado para a Embaixada em Lisboa até o Itamaraty saber que Lula o cogitava para outro cargo, "perto dele", Sardenberg esteve ontem à tarde no Palácio do Planalto.
Tarso, que já teve a possibilidade de ir para a Defesa, viu seu nome crescer para substituir Thomaz Bastos. Quando voltou ao governo em 2005, após passagem pela presidência do PT, achava que iria para a Defesa. Acabou na articulação política, pois Jaques Wagner, então ministro das Relações Institucionais, sairia candidato.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Os dois meses de crise na aviação e o caos de anteontem nos principais aeroportos do país levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considerar insustentável a permanência de Waldir Pires no Ministério da Defesa, a de Luiz Carlos Bueno no comando da Aeronáutica e a do general Jorge Armando Félix no GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
A Folha apurou que o presidente gostaria que os três pedissem demissão para facilitar as substituições e dar a elas um caráter de naturalidade, pois pretende fazer a reforma do ministério até o Natal.
Lula já estuda nomes para a Defesa e o GSI. Por exemplo: o embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Ronaldo Sardenberg, que esteve ontem com o presidente, é cotado para as duas posições. Sardenberg transita bem no meio militar. Tarso Genro (Relações Institucionais) é lembrado para a Defesa, apesar de ter aumentado muito nos últimos dias a chance de substituir Márcio Thomaz Bastos na Justiça.
Lula reluta em demitir Pires. Acha que fazê-lo seria "crucificar" um político de 80 anos e que teve bom desempenho na CGU (Controladoria-Geral da União). Mas não vê nele habilidade para resolver a crise. A principal queixa de Lula é a seguinte: até hoje ele não sabe se há um boicote dos controladores ou se de fato eles não possuem equipamento e condições de trabalho para atender à atual demanda de vôos.
Sobre Bueno, Lula crê que ele permitiu insubordinação de auxiliares durante a crise e não conseguiu mandar nos controladores, a maioria militar. A respeito de Félix, o presidente avalia que o general chefia um serviço secreto que não descobre segredos e não lhe informa, por exemplo, se houve sabotagem anteontem ao sistema de rádio do Cindacta-1.
Em reunião de emergência anteontem à noite, Lula disse que achava "muita coincidência" a falha no Cindacta-1 ocorrer numa hora de queda-de-braço do governo com os controladores de vôo. Lula falou que parecia "sabotagem", nas palavras de auxiliares diretos. Essa hipótese foi considerada como a principal causa do caos aéreo de anteontem na reunião da qual participaram Lula, Pires, Dilma, Bueno, Félix e o diretor-geral da Anac, Milton Zuanazzi.
Lula determinou aos auxiliares que checassem com rigor a hipótese de sabotagem. E disse a Dilma, que chefiará por ora o "gabinete de crise", que providenciasse recursos para o reforço do sistema de radares de todo o país, em especial se ficar provado que não houve sabotagem, mas uma falha devido à antigüidade dos aparelhos ou à eventual falta de manutenção. Segundo auxiliares, o presidente disse que deseja "resolver de vez" o problema.
Possíveis nomeações
Os militares vêem com simpatia a eventual nomeação de Sardenberg para a Defesa ou o GSI, pois é um especialista em estratégia. Cotado para a Embaixada em Lisboa até o Itamaraty saber que Lula o cogitava para outro cargo, "perto dele", Sardenberg esteve ontem à tarde no Palácio do Planalto.
Tarso, que já teve a possibilidade de ir para a Defesa, viu seu nome crescer para substituir Thomaz Bastos. Quando voltou ao governo em 2005, após passagem pela presidência do PT, achava que iria para a Defesa. Acabou na articulação política, pois Jaques Wagner, então ministro das Relações Institucionais, sairia candidato.
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