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28/12/2006 - 11h10

Série de ataques no Rio deixa 16 pessoas mortas

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da Folha Online

A onda de violência que atingiu o Rio entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira levou medo aos moradores e deixou 16 pessoas mortas, entre elas cinco supostos criminosos. Das vítimas, sete estavam em um ônibus que foi queimado e morreram carbonizadas. A ordem para as ações teria partido de um presídio.

A partir da 0h, os criminosos atacaram a tiros delegacias, carros e cabines da Polícia Militar. No início da manhã, um posto policial no Alto da Boa Vista também foi atacado. Durante a série de atentados, quatro ônibus foram incendiados. No total, há cerca de 20 feridos.
Silvia Izquierdo/AP
Pessoas observam ônibus queimado na Cidade Alta durante série de ataques no Rio
Pessoas observam ônibus queimado na Cidade Alta durante série de ataques no Rio


O secretário da Segurança Pública, Roberto Precioso, disse acreditar que a ordem para as ações tenha partido de presos, contra possíveis mudanças na administração penitenciária a partir de 2007, com a troca de comando do governo do Estado. Em entrevista coletiva, ele afirmou que os ataques não foram promovidos por uma única facção, mas por criminosos que se uniram em torno de interesses comuns para pressionar o governo a, mais tarde, negociar concessões e privilégios.

O temor dos presos seria o endurecimento do regime disciplinar. Para o secretário, as ações do governo levam prejuízos ao crime organizado, com a repressão ao tráfico de drogas, por exemplo.

Precioso descartou que a série de ataques tenha sido motivada contra ações de milícias em morros da cidade, hipótese levada em conta pelo secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos. No dia 12 de dezembro, reportagem publicada pela Folha mostrou que milícias formadas por policiais, ex-policiais, bombeiros, agentes penitenciários e militares já expulsaram traficantes de comunidades e ocuparam favelas.

Em um dos locais atacados durante a madrugada foram encontrados panfletos que diziam: "Rosinha e Garotinho apóiam a "melíssia" (sic) contra o pobre e o favelado e a resposta é Rio de sangue". O texto refere-se à governadora, Rosinha Matheus, e a seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho, ambos do PMDB.

Ataques e mortes

Segundo balanço da Secretaria da Segurança Pública, foram praticados 12 ataques. Em entrevista à rádio CBN, Precioso disse que o plano dos criminosos era monitorado pelo setor de inteligência e que, apesar do resultado "trágico", a polícia conseguiu "evitar o pior".

Do total de mortos, sete estavam em um dos ônibus incendiados, da Viação Itapemirim. O veículo havia saído de Cachoeiro de Itapemirim (ES) e deveria chegar a São Paulo na manhã desta quinta, com 28 passageiros.

O ataque ocorreu no viaduto que liga a rodovia Washington Luiz à avenida Brasil. De acordo com a empresa, alguns passageiros, assustados, fugiram do local e ainda são procurados pelas autoridades. A viação afirma que assumirá as despesas dos traslados dos mortos.

A Polícia Militar informou que três homens apontados por uma testemunha como envolvidos no incêndio foram presos. Eles estão com as mãos queimadas e não teriam apresentado justificativas para os ferimentos.

Durante as ações criminosas, também morreram dois policiais; uma mulher que trabalhava como ambulante em Botafogo, perto de uma cabine da PM atacada; e um homem que ainda não teve o nome confirmado.

Dos cinco suspeitos mortos, dois foram baleados depois de tentar atacar uma cabine em Mesquita. Os policiais reagiram e houve tiroteio. Com a dupla, os PMs afirmam ter apreendido uma granada, uma pistola e uma moto que havia sido roubada.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online

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