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28/12/2006 - 19h40

Ataques no Rio deixam 18 mortos; secretaria retifica número de vítimas

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da Folha Online

Mais dois ônibus foram incendiados nesta tarde --em Mesquita e em Niterói. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. As ações foram semelhantes --os criminosos pediram para que os passageiros descessem e atearam fogo nos ônibus.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Rio de Janeiro informou que o número oficial de mortos na onda de ataques ocorridos desde a madrugada desta quinta-feira é de 18 pessoas, e não 19 como havia informado à tarde. Anteriormente, a SSP havia informado que um policial militar, que estaria internado, havia morrido durante a tarde. No entanto, a suposta 19ª vítima dos ataques não é um policial militar e sua morte não tem ligação com a onda de violência, de acordo com a secretaria.

Dos 18 mortos, sete ocupavam um ônibus da Viação Itapemirim incendiado no viaduto que liga a rodovia Washington Luiz à avenida Brasil. O veículo havia saído de Cachoeiro de Itapemirim (ES) e deveria chegar a São Paulo na manhã desta quinta, com 28 passageiros. A lista com nome de todos os mortos não foi divulgada pela SSP.

Arte/Folha Online/Folha Online


As sete pessoas morreram carbonizadas. De acordo com a empresa, alguns passageiros, assustados, fugiram do local e ainda são procurados pelas autoridades. A viação afirma que assumirá as despesas dos traslados dos mortos.

A Polícia Militar informou que três homens apontados por uma testemunha como envolvidos no incêndio foram presos. Eles estão com as mãos queimadas e não teriam apresentado justificativas para os ferimentos.

Os soldados da PM mortos em decorrência dos ataques foram Robson Padilha Fernandes e o cabo Marcelo da Silva Oliveira. Eles foram atingidos em diferentes pontos do Rio. As outras vítimas são uma vendedora ambulante que estava perto de uma cabine da PM em Botafogo e um homem que estava na porta da 28 DP.

Sete supostos criminosos morreram em confronto com a polícia --dois em Mesquita, dois no complexo da Maré, um na avenida Ayrton Sena, um em Benfica e outro no morro do São Carlos. Com eles, os policiais afirmam ter apreendido dois fuzis, quatro pistolas e uma granada.

A onda de ataques também deixou 22 pessoas feridas. Os criminosos atacaram a tiros delegacias, carros e cabines da Polícia Militar.

Segundo balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública, os criminosos agiram em 12 pontos. Os alvos foram uma cabine da PM em Botafogo; o Shopping Carioca; a 6ª DP (Cidade Nova); a 28ª DP (Campinho); um carro do 31ª Batalhão que estava na avenida Ayrton Senna; um outro carro da polícia que estava na Lagoa; o Destacamento de Policiamento Ostensivo em Mesquita; dois ônibus no Trevo das Missões; uma cabine da PM no shopping Nova América; dois ônibus na área do 14º Batalhão da PM (Bangu); um carro do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais na Perimetral e o Destacamento de Policiamento Ostensivo da PM do Alto da Boa Vista.

Crime organizado

Para o secretário da Segurança Pública, Roberto Precioso Júnior, a ordem para os ataques partiu de presos, que temem mudanças na administração penitenciária a partir de 2007, com a troca de comando do governo do Estado, e o endurecimento do regime disciplinar.

Ele afirmou que a série de ataques não foi organizada por uma única facção, mas por criminosos que se uniram em torno de interesses comuns para pressionar o governo a, mais tarde, negociar concessões e privilégios. Uma das preocupações dos criminosos seriam os prejuízos financeiros causados por ações do governo, como as de repressão ao tráfico de drogas.

O secretário disse que o movimento era monitorado pelo setor de inteligência e considerou que as ações da polícia evitaram um número maior de mortes.

"Com as informações colhidas pela nossa área de inteligência e a colocação das forças policiais nas ruas, conseguimos evitar, apesar das lamentáveis mortes de policiais e inocentes, que houvesse uma tragédia de dimensão maior, como a ocorrida em São Paulo, onde centenas de pessoas foram assassinadas", afirmou ele, em referência aos ataques promovidos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

Neste ano, a facção que atua em São Paulo promoveu três ondas de violência. Inicialmente, os alvos foram as forças de segurança e, depois, os atentados atingiram ônibus e prédios públicos.

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