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12/01/2007 - 12h38

Lama que vazou de barragem chega ao Estado do Rio e ameaça municípios

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da Folha Online

A lama que vazou da barragem de Miraí (MG) chegou ao Estado do Rio e, nesta sexta-feira, deixa moradores do município de Laje do Muriaé sem água. Segundo a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), o fornecimento foi interrompido às 22h40 de quinta (11).

Com a suspensão, a estrutura disponibilizada pela Cedae, inclusive o Gabinete de Emergência, foi deslocada para Itaperuna --próxima região que deverá ser atingida pelo vazamento. Também devem ser afetados os municípios São José de Ubá, Italva e Cardoso Moreira, em um total de cerca de 100 mil pessoas.

A lama, resultado da lavagem da bauxita, inundou Miraí na quarta-feira (10), depois que uma barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases se rompeu. Conforme análises da própria Cedae, a porção de água que recebeu a lama está 200 vezes mais turva que o normal. Caso seja captada, ela não será tratada adequadamente na estação e pode chegar suja à população.
Felipe Varanda/Folha Imagem
Homens limpam ruas em Miraí após rompimento de barragem de mineradora
Homens limpam ruas em Miraí após rompimento de barragem de mineradora


Nesta sexta, a companhia afirmou que apresentará uma ação indenizatória contra a mineradora. A ação responsabiliza os controladores da empresa pelos custos despendidos, "como deslocamento de funcionários, aluguéis de carros-pipa, e a perda de arrecadação com a suspensão do fornecimento de água" nos municípios afetados.

Segundo a mineradora, o acidente foi uma conseqüência de fortes chuvas que atingiram a região. Devido às dimensões do vazamento, o rio Fubá transbordou e a cidade mineira de Miraí, onde a barragem está instalada, foi inundada por lama.

Minas

O governo de Minas afirma que quatro caminhões hidrojateadores, que permitem a lavagem sob alta pressão de superfícies e tubulações, foram enviados pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas) nesta sexta-feira para a cidade de Miraí, na Zona da Mata, para auxiliar na limpeza da área urbana do município, atingida pela lama. Outros quatro caminhões-pipa também auxiliam a operação.

Sete bairros foram atingidos pelo rompimento da barragem, deixando 46 pessoas desabrigadas e 500 desalojadas. Todas são atendidas em igrejas e escolas. O total de afetados no município chega a 2.000 pessoas.

Ainda de acordo com o governo estadual, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros iniciam nesta sexta o levantamento dos prejuízos em Muriaé. As equipes percorrerão casa por casa das áreas afetadas nas zonas rural e urbana.

Multa

O governo do Estado refez o cálculo e afirmou que a mineradora será multada em R$ 75 milhões pelo rompimento da barragem --o valor anunciado inicialmente era de R$ 50 milhões.

O aumento no valor da punição foi baseado na lei estadual 15.972, que aumentou em mil vezes o valor máximo da multa --antes era de R$ 75 mil-- e estipulou que as empresas culpadas pelos acidentes devem ressarcir o governo por eventuais gastos.

"Estamos aplicando a multa máxima prevista na legislação. Isso está ocorrendo nesse momento em razão de tratar-se de uma empresa reincidente, uma empresa de grande porte e com grande potencial poluidor", afirmou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho.

O governo também manteve a proibição à empresa de reconstruir a barragem. A estimativa é de que dois bilhões de litros da lama tenham vazado. Segundo análise do Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente), ligado ao governo de Minas, a substância é composta apenas por água e argila e não é tóxica.

Histórico

Em março de 2006, outro vazamento durou três dias. Naquela ocasião, os 400 milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita --água e argila-- atingiram um córrego da região e chegaram ao Rio de Janeiro. Os moradores de Laje do Muriaé tiveram o abastecimento de água suspenso em caráter preventivo, devido à possibilidade de contaminações.

Em 2003, uma barragem pertencente às empresas Cataguases de Papel e Cataguases Florestal também rompeu e provocou o despejo de 1,2 bilhão de litros de resíduos --desta vez, tóxicos-- nos rios Pomba e Paraíba do Sul, atingindo o norte e o noroeste fluminenses.

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