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13/01/2007
-
18h53
da Folha Online
O Metrô contratou o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para apurar as causas do desabamento ocorrido na tarde de sexta-feira (12) no canteiro de obras da futura estação Pinheiros, na linha 4-Amarela. O acidente abriu uma cratera que engoliu carros e provocou o isolamento de ruas próximas. Moradores foram desalojados e levados a hotéis por um período indeterminado. Sete pessoas podem ter sido soterradas.
Em nota enviada à imprensa na tarde deste sábado, o Metrô informou que os esforços ainda são concentrados na verificação, "com o possível resgate", de vítimas, e a maior preocupação é "garantir a segurança da população da região". Não há previsão para a divulgação do laudo do IPT.
O governador do Estado, José Serra (PSDB), esteve no local do acidente neste sábado. Ele confirmou que a prioridade é localizar as vítimas desaparecidas e atender os moradores que foram desalojados. "A assistência é completa, pois temos 42 famílias já hospedadas em hotéis e que terão suas casas refeitas, se necessário. E também estamos nos empenhando na busca das pessoas que estão desaparecidas", disse.
As sete pessoas consideradas desaparecidas são o ocupante de um caminhão, quatro ocupantes de uma lotação, uma idosa e um outro homem que estava nas proximidades.
De acordo com o governo do Estado, Serra disse que após a localização das vítimas será feita uma base de cimento para dar mais sustentação e evitar novos deslizamentos.
A garoa que atinge a cidade ameaçou os trabalhos no local. Na madrugada, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil chegaram a construir uma espécie de dique para evitar que a água de uma eventual chuva escoe para o local.
Chuva
O Consórcio Via Amarela, contratado pelo Metrô para construir a linha 4-amarela, culpou a chuva pelo acidente. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Em nota remetida à imprensa na tarde deste sábado, o consórcio afirma que "as fortes chuvas das últimas semanas, que assolaram a capital paulista com grande intensidade e duração, levam a indícios de que teriam causado uma reação anômala e inesperada no maciço de terra em que se encontra a obra, provocando o seu repentino colapso e conseqüente desmoronamento."
As empresas ressaltaram que o acidente "não é indicativo de falha ou negligência" e que as causas do desmoronamento "estão sendo analisadas por empresas projetistas do mais alto reconhecimento técnico e experiência internacional".
Trânsito
A marginal Pinheiros foi interditada no sentido Castello Branco, na região do acidente. Caso a via permaneça bloqueada na segunda-feira, a prefeitura poderá retomar o rodízio de veículos. A operação foi suspensa em dezembro passado e só deveria voltar a vigorar no próximo dia 29.
"Aguardamos manifestação dos órgãos da Secretaria de Transportes, em especial o Metrô, informando os resultados dos laudos que estão sendo elaborados para explicar o acidente. A prefeitura já está preparada para retomar o rodízio de veículos a partir desta segunda feira, caso as marginais permaneçam interrompidas para o tráfego de veículos em decorrência desse acidente", disse neste sábado o prefeito Gilberto Kassab (PFL).
Desabamento e desalojados
O local que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Segundo informações do governo do Estado, do fosso partem dois túneis: um segue por baixo do rio Pinheiros e o outro vai para o centro. Foi a partir desse segundo túnel que a estrutura, inaugurada há um ano, começou a desabar.
Serra afirmou que as buscas às vítimas serão feitas por cima, pois não há mais possibilidade de avançar pelo túnel. Há risco de novos deslizamentos. As paredes do túnel que passa sob a marginal deverão ser reforçadas com concreto.
O governador afirmou que dois veículos já retirados dos escombros estavam "inteiramente compactados". Ele disse que ambos estavam vazios.
Inicialmente, a estrutura que desabou tinha cerca de 40 metros de diâmetro. Depois do acidente, o solo continuou cedendo por ao menos cinco horas, até o diâmetro do buraco alcançar 80 metros de extensão. São aproximadamente 30 metros de profundidade.
Segundo a assessoria de imprensa da Odebrecht, o acidente ocorreu durante a escavação da metade inferior da estação, cujo formato é o de um cilindro de dez metros de diâmetro. Seis operários escavam a área com uma retroescavadeira, a aproximadamente 30 metros de profundidade, quando perceberam que uma das paredes estava ruindo. Houve tempo hábil para os seis operários deixarem o local, e nenhum deles ficou ferido.
Os moradores das ruas próximas foram retirados às pressas de suas casas. Neste sábado, tiveram acesso aos imóveis para a retirada de objetos pessoais. Todos foram escoltados por técnicos da Defesa Civil que permaneciam atentos a sinais de desmoronamento.
Segundo a Defesa Civil, os imóveis só serão liberados depois da retirada de um guindaste de aproximadamente 32 metros de altura e 120 toneladas que está na margem da cratera aberta no acidente e ainda ameaça cair. O risco é que a eventual queda do equipamento promova novos deslizamentos de terra e aumente ainda mais o buraco, que tem 80 metros de diâmetro.
O guindaste foi amarrado a um contrapeso e estabilizado por meio de concreto injetado, ainda na noite de sexta. Equipes, agora, trabalham na desmontagem do equipamento. O trabalho, segundo a Defesa Civil, durará ao menos mais 48 horas.
Com GABRIELA MANZINI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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O Metrô contratou o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para apurar as causas do desabamento ocorrido na tarde de sexta-feira (12) no canteiro de obras da futura estação Pinheiros, na linha 4-Amarela. O acidente abriu uma cratera que engoliu carros e provocou o isolamento de ruas próximas. Moradores foram desalojados e levados a hotéis por um período indeterminado. Sete pessoas podem ter sido soterradas.
Em nota enviada à imprensa na tarde deste sábado, o Metrô informou que os esforços ainda são concentrados na verificação, "com o possível resgate", de vítimas, e a maior preocupação é "garantir a segurança da população da região". Não há previsão para a divulgação do laudo do IPT.
O governador do Estado, José Serra (PSDB), esteve no local do acidente neste sábado. Ele confirmou que a prioridade é localizar as vítimas desaparecidas e atender os moradores que foram desalojados. "A assistência é completa, pois temos 42 famílias já hospedadas em hotéis e que terão suas casas refeitas, se necessário. E também estamos nos empenhando na busca das pessoas que estão desaparecidas", disse.
Raimundo Pacco/Folha Imagem |
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô |
As sete pessoas consideradas desaparecidas são o ocupante de um caminhão, quatro ocupantes de uma lotação, uma idosa e um outro homem que estava nas proximidades.
De acordo com o governo do Estado, Serra disse que após a localização das vítimas será feita uma base de cimento para dar mais sustentação e evitar novos deslizamentos.
A garoa que atinge a cidade ameaçou os trabalhos no local. Na madrugada, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil chegaram a construir uma espécie de dique para evitar que a água de uma eventual chuva escoe para o local.
Chuva
O Consórcio Via Amarela, contratado pelo Metrô para construir a linha 4-amarela, culpou a chuva pelo acidente. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Werther Santana/Folha Imagem |
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento |
Em nota remetida à imprensa na tarde deste sábado, o consórcio afirma que "as fortes chuvas das últimas semanas, que assolaram a capital paulista com grande intensidade e duração, levam a indícios de que teriam causado uma reação anômala e inesperada no maciço de terra em que se encontra a obra, provocando o seu repentino colapso e conseqüente desmoronamento."
As empresas ressaltaram que o acidente "não é indicativo de falha ou negligência" e que as causas do desmoronamento "estão sendo analisadas por empresas projetistas do mais alto reconhecimento técnico e experiência internacional".
Trânsito
A marginal Pinheiros foi interditada no sentido Castello Branco, na região do acidente. Caso a via permaneça bloqueada na segunda-feira, a prefeitura poderá retomar o rodízio de veículos. A operação foi suspensa em dezembro passado e só deveria voltar a vigorar no próximo dia 29.
"Aguardamos manifestação dos órgãos da Secretaria de Transportes, em especial o Metrô, informando os resultados dos laudos que estão sendo elaborados para explicar o acidente. A prefeitura já está preparada para retomar o rodízio de veículos a partir desta segunda feira, caso as marginais permaneçam interrompidas para o tráfego de veículos em decorrência desse acidente", disse neste sábado o prefeito Gilberto Kassab (PFL).
Desabamento e desalojados
O local que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Segundo informações do governo do Estado, do fosso partem dois túneis: um segue por baixo do rio Pinheiros e o outro vai para o centro. Foi a partir desse segundo túnel que a estrutura, inaugurada há um ano, começou a desabar.
Serra afirmou que as buscas às vítimas serão feitas por cima, pois não há mais possibilidade de avançar pelo túnel. Há risco de novos deslizamentos. As paredes do túnel que passa sob a marginal deverão ser reforçadas com concreto.
O governador afirmou que dois veículos já retirados dos escombros estavam "inteiramente compactados". Ele disse que ambos estavam vazios.
Inicialmente, a estrutura que desabou tinha cerca de 40 metros de diâmetro. Depois do acidente, o solo continuou cedendo por ao menos cinco horas, até o diâmetro do buraco alcançar 80 metros de extensão. São aproximadamente 30 metros de profundidade.
Segundo a assessoria de imprensa da Odebrecht, o acidente ocorreu durante a escavação da metade inferior da estação, cujo formato é o de um cilindro de dez metros de diâmetro. Seis operários escavam a área com uma retroescavadeira, a aproximadamente 30 metros de profundidade, quando perceberam que uma das paredes estava ruindo. Houve tempo hábil para os seis operários deixarem o local, e nenhum deles ficou ferido.
Os moradores das ruas próximas foram retirados às pressas de suas casas. Neste sábado, tiveram acesso aos imóveis para a retirada de objetos pessoais. Todos foram escoltados por técnicos da Defesa Civil que permaneciam atentos a sinais de desmoronamento.
Segundo a Defesa Civil, os imóveis só serão liberados depois da retirada de um guindaste de aproximadamente 32 metros de altura e 120 toneladas que está na margem da cratera aberta no acidente e ainda ameaça cair. O risco é que a eventual queda do equipamento promova novos deslizamentos de terra e aumente ainda mais o buraco, que tem 80 metros de diâmetro.
O guindaste foi amarrado a um contrapeso e estabilizado por meio de concreto injetado, ainda na noite de sexta. Equipes, agora, trabalham na desmontagem do equipamento. O trabalho, segundo a Defesa Civil, durará ao menos mais 48 horas.
Com GABRIELA MANZINI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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