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16/01/2007 - 09h24

Quero justiça, afirma filha de aposentada morta em desabamento

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AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo

Cerca de cem pessoas acompanharam ontem o enterro da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, vítima do acidente nas obras da linha 4-amarela do metrô. O sepultamento foi no cemitério de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo.

O corpo chegou, em caixão lacrado, às 17h30. O enterro aconteceu às 18h. Quem arcou com os custos do funeral foi o Consórcio Via Amarela, responsável pela obra.

A inspetora industrial Angela de Azevedo, 42, filha de Abigail, disse esperar justiça. "Dinheiro não trará a minha mãe de volta, mas a justiça tem que ser feita. Eu penso que, se todo mundo colocasse a boca no trombone, o Brasil seria muito melhor."

Ela afirmou que, como leiga, não poderia dizer o que havia de errado na obra. "Mas [para acontecer o acidente] bom não estava." A inspetora primeiro queria resolver as questões do enterro da mãe para, depois, pensar em como irá proceder.

Angela reclamou ainda do tratamento dado pelo Consórcio Via Amarela que, de acordo com ela, está omitindo informação dos familiares de vítimas do desabamento.

"Os coitadinhos [parentes] ficam lá ganhando sanduichinho e vale-transporte."

O consórcio não quis comentar as declarações de Angela e disse, em nota oficial, que "montou um acampamento no local do acidente para que os familiares das pessoas desaparecidas possam acompanhar os trabalhos de busca".

A nota diz ainda que todas as famílias estão acompanhadas por assistentes sociais.

Causa da morte

A causa da morte de Abigail foi politraumatismo, segundo o IML (Instituto Médico Legal). A morte teria sido instantânea.

O comerciante Silvio Antonio de Azevedo, 45, passou grande parte do dia ontem no IML, aguardando a liberação do corpo da mãe.

No instituto, recebeu a visita do governador José Serra (PSDB). Silvio disse que o governador lhe prestou solidariedade e que também estava chocado com o acidente.

Neste ano, Abigail completaria 50 anos de casamento --bodas de ouro. Ela conheceu o marido, Salvador, no local de trabalho --ambos foram funcionários da Fepasa.

Segundo Silvio, Abigail parou de trabalhar fora quando os filhos nasceram. "Meu pai está muito abalado. Ela o mimava bastante e ele tem pensado na falta que a minha mãe vai fazer", contou.

Abigail era sócia da ACM, onde praticava natação e hidroginástica, havia duas décadas.

Além de Silvio e Angela, a aposentada deixa outros dois filhos. Ela e o marido dividiam a casa com Angela e uma neta.

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