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04/02/2007
-
13h47
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo
A gestão Gilberto Kassab (PFL) gastou, no ano passado, R$ 1,516 milhão com o escritório da jornalista Lu Fernandes, assessora de imprensa do governador José Serra (PSDB) na eleição municipal de 2004.
Ela foi subcontratada pelo Consórcio Parceria São Paulo --liderado pela Agnelo Pacheco--, que tem a conta publicitária da prefeitura. O valor repassado ao escritório, que tem oito funcionários, está no "Relatório Analítico por Campanha", que detalha os gastos com a propaganda oficial.
Conforme o relatório, do total, somente R$ 288 mil foram pagos a Lu Fernandes no primeiro semestre. A maior parte, R$ 795 mil, se concentrou entre 2 de agosto e 6 de dezembro. Dois pagamentos foram programados para este ano.
O escritório, segundo a própria empresa, elabora a estratégia de comunicação para as secretarias dos Transportes, da Educação e das Subprefeituras e para a Subprefeitura da Sé. Para realizar o serviço, recebeu, em média, R$ 126,3 mil ao mês.
Segundo o secretário-executivo de Comunicação, Marcus Vinicius Sinval, a prefeitura não interfere na escolha das empresas terceirizadas pela Agnelo Pacheco. A agência, por sua vez, se nega a comentar como são feitos os contratos.
O escritório Lu Fernandes é a segunda empresa que prestou serviços para Serra na campanha que passou a receber dinheiro da prefeitura. No início de 2005, a equipe do então prefeito determinou que a Agnelo contratasse a produtora GW, responsável pela campanha tucana no ano anterior, conforme admitiu à Folha, na época, o assessor especial Sérgio Kobayashi --segundo ele, não havia conflito de interesses.
Além das terceirizadas, nos próximos meses a publicidade de Kassab terá duas agências ligadas a políticos tucanos, a Lua Branca, que fez campanhas de Serra e Geraldo Alckmin, e a Nova S/B, de Bob Costa, assessor do hoje governador quando ele era ministro da Saúde.
As agências venceram a licitação para substituir o consórcio liderado pela Agnelo. Neste ano, o valor previsto para propaganda é de R$ 35 milhões.
Somente em 2006, a prefeitura pagou R$ 2 milhões à GW, conforme balanço da Agnelo, para prestar serviços como gravação de eventos. Em todo o ano, as despesas de publicidade foram de R$ 29,436 milhões.
Outro lado
A Prefeitura de São Paulo não interfere na contratação de empresas que prestam serviços terceirizados no contrato com o Consórcio Parceria São Paulo, afirmou o secretário-executivo de Comunicação de São Paulo, Marcus Vinicius Sinval.
A Agnelo Pacheco se recusou a comentar os contratos, dizendo que todas as informações deveriam partir da prefeitura.
"Não há interferência da prefeitura. A agência [no caso, o Consórcio Parceria São Paulo] faz cotações de mercado todas as vezes que é demandada pela prefeitura", disse Sinval, via e-mail. "A relação da prefeitura é com a agência licitada, e esta pode promover subcontratações, de acordo com as cláusulas contratuais vigentes."
A jornalista Lu Fernandes disse não poder afirmar se houve ou não interferência de Serra na contratação da sua empresa. Essa resposta, segundo ela, apenas a Agnelo Pacheco seria capaz de dar.
Fernandes disse, porém, que as subcontratações ocorreram, geralmente, pela "afinidade" das empresas com o governo.
Na opinião dela, o valor pago não é exorbitante porque está até abaixo dos preços de mercado.
A GW diz ter sido contratada pelo menor preço e cobrar menos do que a prefeitura gastava antes.
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ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo
A gestão Gilberto Kassab (PFL) gastou, no ano passado, R$ 1,516 milhão com o escritório da jornalista Lu Fernandes, assessora de imprensa do governador José Serra (PSDB) na eleição municipal de 2004.
Ela foi subcontratada pelo Consórcio Parceria São Paulo --liderado pela Agnelo Pacheco--, que tem a conta publicitária da prefeitura. O valor repassado ao escritório, que tem oito funcionários, está no "Relatório Analítico por Campanha", que detalha os gastos com a propaganda oficial.
Conforme o relatório, do total, somente R$ 288 mil foram pagos a Lu Fernandes no primeiro semestre. A maior parte, R$ 795 mil, se concentrou entre 2 de agosto e 6 de dezembro. Dois pagamentos foram programados para este ano.
O escritório, segundo a própria empresa, elabora a estratégia de comunicação para as secretarias dos Transportes, da Educação e das Subprefeituras e para a Subprefeitura da Sé. Para realizar o serviço, recebeu, em média, R$ 126,3 mil ao mês.
Segundo o secretário-executivo de Comunicação, Marcus Vinicius Sinval, a prefeitura não interfere na escolha das empresas terceirizadas pela Agnelo Pacheco. A agência, por sua vez, se nega a comentar como são feitos os contratos.
O escritório Lu Fernandes é a segunda empresa que prestou serviços para Serra na campanha que passou a receber dinheiro da prefeitura. No início de 2005, a equipe do então prefeito determinou que a Agnelo contratasse a produtora GW, responsável pela campanha tucana no ano anterior, conforme admitiu à Folha, na época, o assessor especial Sérgio Kobayashi --segundo ele, não havia conflito de interesses.
Além das terceirizadas, nos próximos meses a publicidade de Kassab terá duas agências ligadas a políticos tucanos, a Lua Branca, que fez campanhas de Serra e Geraldo Alckmin, e a Nova S/B, de Bob Costa, assessor do hoje governador quando ele era ministro da Saúde.
As agências venceram a licitação para substituir o consórcio liderado pela Agnelo. Neste ano, o valor previsto para propaganda é de R$ 35 milhões.
Somente em 2006, a prefeitura pagou R$ 2 milhões à GW, conforme balanço da Agnelo, para prestar serviços como gravação de eventos. Em todo o ano, as despesas de publicidade foram de R$ 29,436 milhões.
Outro lado
A Prefeitura de São Paulo não interfere na contratação de empresas que prestam serviços terceirizados no contrato com o Consórcio Parceria São Paulo, afirmou o secretário-executivo de Comunicação de São Paulo, Marcus Vinicius Sinval.
A Agnelo Pacheco se recusou a comentar os contratos, dizendo que todas as informações deveriam partir da prefeitura.
"Não há interferência da prefeitura. A agência [no caso, o Consórcio Parceria São Paulo] faz cotações de mercado todas as vezes que é demandada pela prefeitura", disse Sinval, via e-mail. "A relação da prefeitura é com a agência licitada, e esta pode promover subcontratações, de acordo com as cláusulas contratuais vigentes."
A jornalista Lu Fernandes disse não poder afirmar se houve ou não interferência de Serra na contratação da sua empresa. Essa resposta, segundo ela, apenas a Agnelo Pacheco seria capaz de dar.
Fernandes disse, porém, que as subcontratações ocorreram, geralmente, pela "afinidade" das empresas com o governo.
Na opinião dela, o valor pago não é exorbitante porque está até abaixo dos preços de mercado.
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