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10/03/2007
-
10h42
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar revela que policiais que comandam milícias na favela Vila Sapê e no morro do Jordão, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), vendem armas e drogas para traficantes e praticam estupros.
É a primeira investigação oficial da corporação sobre o envolvimento de PMs com milícias que vem à tona citando nomes de suspeitos e o "modus operandi" das quadrilhas.
Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, há provas de que pelo menos 100 policiais estão atuando em milícias no Rio.
Os crimes apontados no inquérito contrariam a filosofia pregada pelos milicianos, que expulsariam traficantes das favelas e, em seguida, proibiriam a prática de delitos nas comunidades dominadas.
A investigação aponta os nomes de oito PMs envolvidos --sendo que dois já foram assassinados-- além de apelidos de outros sete. Quatro dos acusados estão presos e respondem a conselho disciplinar na corregedoria, o que pode levá-los à expulsão da corporação.
No morro do Jordão, são sete o número de PMs acusados de comandar a milícia. O poder está dividido, o que tem provocado confrontos entre os grupos --foi no Jordão que morreram dois policiais.
Segundo o relato de testemunhas, os suspeitos apreenderiam drogas com os viciados na comunidade só para vendê-las para traficantes. E pretendem ainda instalar uma boca-de-fumo no Jordão.
Consta no inquérito que os policiais cobram propinas de traficantes de outras favelas de Jacarepaguá, vendem armas para eles, além de prendê-los e exigir dinheiro para os soltar. São acusados ainda de manter, na comunidade, uma central para a realização de extorsões por telefone.
Assassinatos
A investigação da polícia indica que o grupo seria responsável pelos assassinatos do dono de uma padaria, por causa de uma dívida, e do vigilante André Luiz Leão Vandeli.
Na vizinha Vila Sapê, a milícia seria comandada por pelo menos dez PMs, sendo que alguns também agem no Jordão.
De acordo com informações colhidas pela polícia, os envolvidos são acusados de estupros, já torturaram um morador que foi encontrado fumando maconha em casa e agrediram um outro porque ele estava com o som em volume alto.
Os policiais cobrariam taxas semanais de R$ 20 a R$ 30 de proprietários de barracas e R$ 5 de moradores. Exigem ainda R$ 60 (R$ 30 de cada time) para a utilização do campo de futebol da comunidade.
Fragmentos de ossos
A Delegacia de Homicídios Oeste está investigando ainda uma denúncia de que essas milícias mantêm um cemitério clandestino em Jacarepaguá, onde estariam enterrados mais de 30 corpos.
Anteontem, a delegacia encontrou fragmentos de ossos queimados e um microondas (restos de pneus queimados) no morro da Covanca, em Jacarepaguá. A suspeita é de que as milícias poderiam estar usando o local para queimar pessoas.
Na semana passada, a Corregedoria da corporação prendeu 23 policiais militares de dois batalhões suspeitos de integrarem uma milícia que atuaria em quatro municípios da Região dos Lagos (litoral fluminense).
Os suspeitos foram soltos, mas poderão ser presos novamente porque o órgão diz já ter provas de que eles controlam redes clandestinas de tevê a cabo e são proprietários de uma empresa de segurança ilegal, que cobra taxas de moradores e comerciantes.
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Milícia vende arma e droga no Rio, aponta inquérito
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar revela que policiais que comandam milícias na favela Vila Sapê e no morro do Jordão, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), vendem armas e drogas para traficantes e praticam estupros.
É a primeira investigação oficial da corporação sobre o envolvimento de PMs com milícias que vem à tona citando nomes de suspeitos e o "modus operandi" das quadrilhas.
Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, há provas de que pelo menos 100 policiais estão atuando em milícias no Rio.
Os crimes apontados no inquérito contrariam a filosofia pregada pelos milicianos, que expulsariam traficantes das favelas e, em seguida, proibiriam a prática de delitos nas comunidades dominadas.
A investigação aponta os nomes de oito PMs envolvidos --sendo que dois já foram assassinados-- além de apelidos de outros sete. Quatro dos acusados estão presos e respondem a conselho disciplinar na corregedoria, o que pode levá-los à expulsão da corporação.
No morro do Jordão, são sete o número de PMs acusados de comandar a milícia. O poder está dividido, o que tem provocado confrontos entre os grupos --foi no Jordão que morreram dois policiais.
Segundo o relato de testemunhas, os suspeitos apreenderiam drogas com os viciados na comunidade só para vendê-las para traficantes. E pretendem ainda instalar uma boca-de-fumo no Jordão.
Consta no inquérito que os policiais cobram propinas de traficantes de outras favelas de Jacarepaguá, vendem armas para eles, além de prendê-los e exigir dinheiro para os soltar. São acusados ainda de manter, na comunidade, uma central para a realização de extorsões por telefone.
Assassinatos
A investigação da polícia indica que o grupo seria responsável pelos assassinatos do dono de uma padaria, por causa de uma dívida, e do vigilante André Luiz Leão Vandeli.
Na vizinha Vila Sapê, a milícia seria comandada por pelo menos dez PMs, sendo que alguns também agem no Jordão.
De acordo com informações colhidas pela polícia, os envolvidos são acusados de estupros, já torturaram um morador que foi encontrado fumando maconha em casa e agrediram um outro porque ele estava com o som em volume alto.
Os policiais cobrariam taxas semanais de R$ 20 a R$ 30 de proprietários de barracas e R$ 5 de moradores. Exigem ainda R$ 60 (R$ 30 de cada time) para a utilização do campo de futebol da comunidade.
Fragmentos de ossos
A Delegacia de Homicídios Oeste está investigando ainda uma denúncia de que essas milícias mantêm um cemitério clandestino em Jacarepaguá, onde estariam enterrados mais de 30 corpos.
Anteontem, a delegacia encontrou fragmentos de ossos queimados e um microondas (restos de pneus queimados) no morro da Covanca, em Jacarepaguá. A suspeita é de que as milícias poderiam estar usando o local para queimar pessoas.
Na semana passada, a Corregedoria da corporação prendeu 23 policiais militares de dois batalhões suspeitos de integrarem uma milícia que atuaria em quatro municípios da Região dos Lagos (litoral fluminense).
Os suspeitos foram soltos, mas poderão ser presos novamente porque o órgão diz já ter provas de que eles controlam redes clandestinas de tevê a cabo e são proprietários de uma empresa de segurança ilegal, que cobra taxas de moradores e comerciantes.
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