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02/05/2007
-
22h49
da Folha Online
O jovem que matou a estudante Liana Friedenbach em novembro de 2003 permanecia na Fundação Casa (ex-Febem) mesmo depois de já ter cumprido o tempo máximo de internação na instituição, que é de três anos. Ele fugiu da unidade Tietê, no complexo Vila Maria na noite desta quarta-feira.
Preso dias depois do crime, ele foi levado à instituição, onde deveria permanecer até o fim do ano passado. O jovem só não foi libertado porque a Justiça declarou que ele é incapaz de cuidar de si mesmo depois de atingir a maioridade civil.
Com a decisão, o jovem deveria ter ido para um hospital psiquiátrico em novembro do ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde, incumbida de indicar um estabelecimento para onde ele iria, sugeriu dois locais --as casas de custódia de Taubaté e de Franco da Rocha-- que acabaram rejeitados pela Justiça por serem destinados a adultos.
Sem dispor de uma instituição de saúde própria para adolescentes, a secretaria sugeriu, então, que ele fosse mantido na própria Febem, onde receberia tratamento de profissionais da saúde. O jovem deveria permanecer na Febem até a decisão final da Justiça.
Crime
Os estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, foram assassinados na região de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), em novembro de 2003. Eles foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado.
O casal mentiu sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
Os namorados teriam passado a madrugada do dia 31 de outubro de 2003 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro de São Paulo). Teriam ficado no local até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte de São Paulo).
Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram macarrão instantâneo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.
Cinco pessoas foram detidas sob acusação de envolvimento no crime: um adolescente --na época com 16 anos--, Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires.
Cronologia
Veja a cronologia do crime, segundo a polícia:
- Dia 1º de novembro de 2003 - o adolescente e Pernambuco saíram para caçar, pela manhã, e avistaram os namorados. O casal foi abordado à tarde. O objetivo inicial dos criminosos seria assaltar os estudantes. No entanto, ao perceberem que estavam sem dinheiro, teriam optado pelo seqüestro.
Os estudantes foram levados para um sítio da região, que serviria como cativeiro. Sem a presença do caseiro, os criminosos decidiram levar os estudantes para a casa de um amigo, na mesma região, que também estava vazia.
Liana disse pertencer a uma família rica e propôs a solicitação de um resgate em troca da libertação do casal. À noite, Pernambuco violentou Liana, enquanto Felipe permaneceu em outro quarto. No mesmo dia, o adolescente decidiu matar o estudante.
- Dia 2 - os estudantes foram obrigados a caminhar por uma trilha. Enquanto Felipe seguiu com Pernambuco, o adolescente ficou com Liana na mata. Felipe foi assassinado nas proximidades de um barranco, com um tiro na nuca. Liana, segundo o adolescente, não viu o namorado ser morto, mas ouviu o tiro. Ela perguntou pelo namorado, mas Pernambuco disse que ele havia sido libertado. Pernambuco fugiu após o crime.
Liana permaneceu em poder do adolescente, mas nenhum pedido de resgate foi feito à família.
O pai de Liana descobriu que ela havia viajado com Felipe.
- Dia 3 - sob suspeita de que os jovens haviam se perdido na mata, o COE (Comando de Operações Especiais) iniciou as buscas. O local do acampamento foi descoberto no mesmo dia. Além da barraca, as roupas dos estudantes, a carteira e o celular de Liana foram localizados.
Antônio Caitano Silva, dono do casa onde o adolescente permanecia com Liana, chegou com um amigo --Agnaldo Pires. O adolescente apresentou Liana como sua namorada e ofereceu a menina para os colegas. Ela foi violentada por Agnaldo Pires, diz a polícia.
Silva, Pires, o adolescente e Liana seguiram para a casa de Antonio Matias de Barros --dono da primeira casa que serviria de cativeiro-- e foram pescar.
No fim da tarde, um irmão do adolescente foi até a casa de Barros. Ele procurava o irmão porque a mãe estava preocupada com seu desaparecimento e comentou que muitos policiais estavam na região. Liana foi, mais uma vez, apresentada como namorada do adolescente.
Com a aproximação da polícia, o adolescente decidiu matar Liana. No entanto, ele disse aos amigos que levaria a garota até a rodoviária.
- Dia 5 - Liana foi assassinada a facadas pelo adolescente, em uma área de mata fechada. O crime teria ocorrido durante a madrugada.
- Dia 10 - Policiais encontram os corpos das vítimas.
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O jovem que matou a estudante Liana Friedenbach em novembro de 2003 permanecia na Fundação Casa (ex-Febem) mesmo depois de já ter cumprido o tempo máximo de internação na instituição, que é de três anos. Ele fugiu da unidade Tietê, no complexo Vila Maria na noite desta quarta-feira.
Gustavo Roth/Folha Imagem |
Local onde o casal Liana Friedenbach e Felipe Caffe foi abordado pelos criminosos |
Com a decisão, o jovem deveria ter ido para um hospital psiquiátrico em novembro do ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde, incumbida de indicar um estabelecimento para onde ele iria, sugeriu dois locais --as casas de custódia de Taubaté e de Franco da Rocha-- que acabaram rejeitados pela Justiça por serem destinados a adultos.
Sem dispor de uma instituição de saúde própria para adolescentes, a secretaria sugeriu, então, que ele fosse mantido na própria Febem, onde receberia tratamento de profissionais da saúde. O jovem deveria permanecer na Febem até a decisão final da Justiça.
Crime
Os estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, foram assassinados na região de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), em novembro de 2003. Eles foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado.
Reprodução |
O casal Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, morto na Grande SP em novembro de 2003 |
Os namorados teriam passado a madrugada do dia 31 de outubro de 2003 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro de São Paulo). Teriam ficado no local até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte de São Paulo).
Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram macarrão instantâneo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.
Cinco pessoas foram detidas sob acusação de envolvimento no crime: um adolescente --na época com 16 anos--, Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires.
Cronologia
Veja a cronologia do crime, segundo a polícia:
- Dia 1º de novembro de 2003 - o adolescente e Pernambuco saíram para caçar, pela manhã, e avistaram os namorados. O casal foi abordado à tarde. O objetivo inicial dos criminosos seria assaltar os estudantes. No entanto, ao perceberem que estavam sem dinheiro, teriam optado pelo seqüestro.
Os estudantes foram levados para um sítio da região, que serviria como cativeiro. Sem a presença do caseiro, os criminosos decidiram levar os estudantes para a casa de um amigo, na mesma região, que também estava vazia.
Liana disse pertencer a uma família rica e propôs a solicitação de um resgate em troca da libertação do casal. À noite, Pernambuco violentou Liana, enquanto Felipe permaneceu em outro quarto. No mesmo dia, o adolescente decidiu matar o estudante.
- Dia 2 - os estudantes foram obrigados a caminhar por uma trilha. Enquanto Felipe seguiu com Pernambuco, o adolescente ficou com Liana na mata. Felipe foi assassinado nas proximidades de um barranco, com um tiro na nuca. Liana, segundo o adolescente, não viu o namorado ser morto, mas ouviu o tiro. Ela perguntou pelo namorado, mas Pernambuco disse que ele havia sido libertado. Pernambuco fugiu após o crime.
Liana permaneceu em poder do adolescente, mas nenhum pedido de resgate foi feito à família.
O pai de Liana descobriu que ela havia viajado com Felipe.
- Dia 3 - sob suspeita de que os jovens haviam se perdido na mata, o COE (Comando de Operações Especiais) iniciou as buscas. O local do acampamento foi descoberto no mesmo dia. Além da barraca, as roupas dos estudantes, a carteira e o celular de Liana foram localizados.
Antônio Caitano Silva, dono do casa onde o adolescente permanecia com Liana, chegou com um amigo --Agnaldo Pires. O adolescente apresentou Liana como sua namorada e ofereceu a menina para os colegas. Ela foi violentada por Agnaldo Pires, diz a polícia.
Silva, Pires, o adolescente e Liana seguiram para a casa de Antonio Matias de Barros --dono da primeira casa que serviria de cativeiro-- e foram pescar.
No fim da tarde, um irmão do adolescente foi até a casa de Barros. Ele procurava o irmão porque a mãe estava preocupada com seu desaparecimento e comentou que muitos policiais estavam na região. Liana foi, mais uma vez, apresentada como namorada do adolescente.
Com a aproximação da polícia, o adolescente decidiu matar Liana. No entanto, ele disse aos amigos que levaria a garota até a rodoviária.
- Dia 5 - Liana foi assassinada a facadas pelo adolescente, em uma área de mata fechada. O crime teria ocorrido durante a madrugada.
- Dia 10 - Policiais encontram os corpos das vítimas.
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