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02/11/2000 - 16h31

Para padre Marcelo, show-missa revoluciona Igreja

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  • FABIANE LEITE
    SILVIA FREIRE
    da Folha Online

    O padre Marcelo Rossi, que conseguiu reunir 2,4 milhões de pessoas em show-missa pelo Dia de Finados realizado nesta manhã, disse que megaeventos deste tipo, em que se prega a alegria na data que homenageia os mortos, revolucionam a Igreja Católica.

    Rossi reuniu hoje no autódromo de Interlagos, região sul de São Paulo, durante "Missa pela Vida", o maior público de um evento da Igreja Católica no Brasil, superando o número de fiéis 2 milhões de pessoas _ que foram assistir missa do Papa João Paulo 2º em 1997 no aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

    "É uma revolução na Igreja Católica. É um momento muito forte de alegria. Saudades sim, tristeza não", afirmou o padre.

    "As pessoas muitas vezes esquecem (da alegria) e ficam no dia de hoje numa tristeza, e nunca era feito nada pela Igreja. Eu lembro que na minha época não podia nem buzinar, as rádios tocavam só música clássica. Hoje, se celebra a vida", disse Rossi.

    O padre disse que o show-missa do Dia de Finados foi o último megaevento que organiza neste ano. "Esta é a última grande celebração do milênio. Marcou o milênio, não é verdade?"

    Sem previsão para fazer novos megaeventos, Rossi promete se dedicar à realização de um novo CD.

    Papa

    Apesar de ter superado o público do papa, Rossi evitou fazer comparações. "Eu não sabia. Não estou procurando isso (comparação). O santo padre deve estar feliz porque é a família católica que conseguiu isso", disse Rossi. "O papa vai voltar."

    Para o padre, o público recorde foi o resultado de uma somatória de fatores. "Foi o tempo, a fé, a missa."

    Os shows-missa do padre tiveram em início em novembro 1997. O primeiro grande evento foi no Estádio do Morumbi, zona sul, e reuniu 70 mil pessoas. Em 1998 não houve show-missa.

    No ano passado, também no dia de finados, o padre conseguiu reunir 600 mil no Santuário do terço Bizantino, em Santo Amaro, zona sul, local onde faz as missas corriqueiras.

    No início deste ano, mais de 1 milhão de pessoas assistiram missa do padre em homenagem ao início do novo ano, também realizada no autódromo.

    Depois da missa de hoje, o padre disse que "só queria descansar", pois estava acordado há 28 horas.

    Choro

    Rossi disse que chorou ao chegar ao autódromo, por volta de 5h seu momento de "maior emoção". Preso no trânsito, disse que ficou sensibilizado quando viu milhares de pessoas chegando ao autódromo.

    O padre afirma que também ficou emocionado quando pediu um minuto de silêncio ao público pela paz no Oriente Médio. O "minuto" de silêncio, no entanto, teve exatos 45 segundos.

    Durante o show-missa, houve apresentações de Agnaldo Rayol, Fat Family, Chitãozinho e Xororó e Sandy e Júnior, estes últimos os preferidos do público, que cantaram parte das músicas em playback.

    Rossi tentou trazer outros cantores ao show, Daniel e Leonardo, que não puderam comparecer porque tinham outros compromissos.

    O padre exibiu em telões imagens de Roberto Carlos e de Maria Rita, mulher do cantor que morreu no ano passado, no show-missa do ano passado. Segundo ele, o objetivo era homenagear outros mortos por meio de Maria Rita.

    Durante a missa, D. Fernando Figueiredo, bispo da Diocese de Santo Amaro, autorizado pelo papa, concedeu perdão (indulgência) aos pecados de todos os presentes.

    Rossi cantou três músicas evangélicas. Justificou dizendo que é contra guerras religiosas.

    Depois da missa, D. Fernando destacou que não foi feita coleta de dinheiro. "O principal é a oferta do coração. Não queríamos a parte material e sim o espiritual, o coração". Nas missas corriqueiras do padre são feitas coletas.

    No fim do evento, Rossi não esqueceu de agradecer à "querida Rede Globo", que transmitiu o show-missa ao vivo. Agradeceu especialmente à Marluce Dias, superintendente geral da emissora.

    Na entrevista após a missa, Rossi não quis falar sobre o resultado da eleição, mas não descartou um encontro com a prefeita eleita de São Paulo Marta Suplicy (PT).

    Antes de ir embora, Rossi deu entrevistas até para uma emissora estatal francesa, benzeu com um toque na cabeça quem aguentou esperar por ele até o fim e correu para o carro. Disse que ia dormir.

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