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10/11/2000 - 19h15

Marcelo Yuka está com corpo paralisado da cintura para baixo

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FERNANDA DA ESCÓSSIA
SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio

O baterista e letrista do grupo O Rappa, Marcelo Yuka, está com o corpo paralisado da cintura para baixo. Yuka, 35, foi baleado três vezes na noite de ontem ao reagir a um assalto na Tijuca, na zona norte do Rio.

Seu estado de saúde é "extremamente grave", disse o neurocirurgião Ênio de Vuono, que operou o músico no hospital do Andaraí (zona norte). À noite, ele continuava internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), mas o hospital informou que não corria risco de morte.

A paralisia das pernas de Marcelo Yuka pode não ser definitiva, já que a bala que atingiu sua coluna causou um trauma na medula, mas não a seccionou. O médico afirmou que Marcelo Yuka nunca mais andaria caso a medula fosse seccionada.

"Quando existe secção, o quadro é irreversível. Só o tempo dirá se essa paralisia é reversível. Existe essa possibilidade", disse Vuono.

Marcelo Fontes Nascimento Santana, o Marcelo Yuka, foi baleado às 22h15 de ontem, na esquina das ruas Andrade Neves e José Higino, na Tijuca, um bairro de classe média cercado por favelas.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio apresentou a versão de que o músico, ao volante de uma Toyota Hilux, foi baleado ao tentar fugir de ré de um grupo de criminosos que interrompera o trânsito para roubar um Pointer estacionado na calçada.

Amigos de Yuka apresentaram outra versão: o músico teria tentado socorrer a dona do Pointer, Ana Cláudia (o sobrenome não foi divulgado pela polícia). Ele teria manobrado a picape para assustar os assaltantes.

Um taxista que testemunhou o fato contou que pelo menos três assaltantes dispararam tiros de pistolas contra Yuka. O motorista, que não quis dar o nome, afirmou não ter como precisar se o músico tentou ou não ajudar a dona do Pointer. Ele disse que havia pelos menos oito assaltantes, que usaram uma Blazer e um Gol.

Yuka foi baleado na barriga, no tórax e no braço esquerdo. A bala que atingiu o tórax perfurou o pulmão esquerdo e se alojou a 5 milímetros da medula do músico.

O tiro no braço esquerdo causou uma fratura exposta do úmero (osso do braço). A bala que atingiu a barriga não provocou lesões graves.

Ao ser socorrido, Yuka disse aos policiais e ao pai, Djalma Santana, que não sentia as pernas. Levado para o hospital do Andaraí, o músico foi submetido a três cirurgias durante a madrugada.

A primeira operação ocorreu no abdome. A segunda foi feita no tórax, para interromper a hemorragia pulmonar. A mais grave foi a terceira, realizada na coluna de Yuka. Ela demorou quatro horas. Ao final da cirurgia, os médicos conseguiram extrair a bala que ameaçava a medula.

À tarde, Marcelo Yuka sofreu uma quarta cirurgia, no braço esquerdo, para a correção da fratura do úmero.

Vários amigos do músico estiveram no hospital, entre eles os companheiros de O Rappa (o vocalista Marcelo Falcão, o guitarrista Xandão e o tecladista Lobato) e os compositores Ed Motta e Ivo Meirelles.

O subsecretário estadual de Segurança, coronel Lenine de Freitas, também esteve no hospital. Ele disse que a Polícia Civil e a Polícia Militar investigam o caso.

À tarde, a polícia anunciou que procura Carlos Roberto Videira da Silva, 22, considerado suspeito de envolvimento no episódio. Baleado, ele foi medicado de madrugada no hospital Miguel Couto e liberado.
 

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