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13/06/2000 - 15h20

Regis faz mudança "cosmética" e pouco efetiva nas regionais

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FABIANE LEITE, repórter da Folha Online

O prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira (sem partido), realizou mudanças "cosméticas" e pouco efetivas nas administrações regionais, mantendo boa parte dos responsáveis destes órgãos que já trabalhavam no governo Celso Pitta (PTN).

Regis praticamente apenas remanejou grande parte dos regionais e não trouxe novos nomes para os órgãos. Ele havia prometido modificar todos os regionais quando assumiu a prefeitura, logo depois de Pitta ser afastado pela Justiça.

Disse ainda que impediria interferências políticas nas regionais.
Mais tarde, Regis disse que poderiam ser mantidos apenas os administradores que tivessem apoio da população.

O prefeito interino diz que escolheu apenas engenheiros de carreira da prefeitura, por critérios técnicos. Mas a lista dos novos administradores teria vindo direto de seu gabinete e passado pela secretaria-geral das subprefeituras somente para verificação se os regionais teriam processos.

A polícia e o Ministério Público Estadual investigam há mais de um ano uma rede de corrupção em regionais que seriam controladas por vereadores.

Existem 27 administrações regionais em São Paulo. Regis criou recentemente cinco subprefeituras, a que as regionais estão subordinadas. As administrações regionais são responsáveis por serviços como limpeza, poda de árvores e expedição de alvarás para imóveis em suas regiões.

Velhos nomes

Dos 22 administradores nomeados, onze são velhos nomes dos órgãos e já tinham ocupado o cargo ou estavam respondendo por uma regional. Dois deles, Raul Alonso Filho e Carlos Alberto Borsato, têm ligações com vereadores.

Antônio Carlos Ganem, novo regional do Butantã (zona oeste) era o regional de Campo Limpo (zona sul).

Fábio Escorel, nomeado para a administração regional do Campo Limpo, foi regional substituto de Pinheiros, na zona oeste da cidade, durante na administração Pitta.

Ronald Shalders Pereira Mendes, que assume a regional de Cidade Ademar, na zona sul, comandou a regional do Butantã, na zona oeste, até ser remanejado.

O novo administrador regional da Freguesia do Ó, zona norte, Raul Alonso Filho, estava comandando a regional de Pirituba, também na zona norte. A família de Alonso Filho é próxima do vereador Paulo Frange (PTB).

Edson Basílio Gasques, que assumiu a regional de Itaquera, zona leste, foi regional de Ermelino Matarazzo, na mesma região, até novembro.

O administrador regional da Lapa, zona oeste, Gilberto Coelho Hardagh, passou pelas regionais de Pinheiros (zona oeste) e Capela do Socorro (zona sul) na gestão Pitta.

Marcos Roberto dos Santos, novo regional de Pinheiros (zona oeste), era o titular da administração regional de Santo Amaro (zona sul) antes de assumir o novo cargo.

Carlos Alberto Borsatto, que assume a regional de Vila Formosa, na zona leste, foi regional de Vila Prudente, na mesma região. Ele tem ligações com o vereador archibaldo Zancra (PL), de quem é vizinho. Ambos trabalharam juntos quando Zancra foi o regional de Vila Prudente.

Já Ricardo Fratic Bacic, novo titular da regional de São Mateus, zona leste, era o regional de Vila Formosa, zona leste.

Maurício Marcos Monteiro, que era o regional de Pinheiros (zona oeste) é o novo regional da Vila Mariana (zona sul).

Edson B.Castilho, que assume a Vila Prudente, na zona leste, veio da administração regional de São Mateus, na mesma região.

Carimbo

Segundo Álvaro Bortoletto, secretário-geral das subprefeituras, o critério para a escolha dos regionais foi a preferência por engenheiros de carreira. Ele nega que qualquer um dos regionais tenha compromisso com vereadores. "Se tiver o carimbo de quem o indicou, precisa falar", ironizou.

Zancra esteve presente na posse dos regionais e confirmou sua ligação com Borsatto. Mas nega qualquer tipo de interferência na regional. "Vim falar com o Almino Affonso (secretário de Relações Políticas)", afirmou.
Frange também confirma ter proximidade com Alonso, por ter atendido o pai do novo regional da freguesia do Ó. O vereador é médico. "Mas ele não é indicação nossa. Não tive interferência", afirmou.

"Se havia influência (de vereadores) ele vai para outra regional", disse Regis sobre os novos administradores. "Quando o vereador levar pedidos legítimos, eles serão atendidos", afirmou.

As transferência feitas por Regis, no entanto, mantiveram muitos regionais em áreas próximas das que já trabalhavam, o que poderia levar a manutenção das mesmas influências políticas.

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