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13/06/2000
-
23h45
KAMILA FERNANDES, da Agência Folha, em Fortaleza
A família de Geísa Firmo Gonçalves, 20, não quer vingança. Os parentes querem que o governo do Estado do Rio de Janeiro se responsabilize pela morte dela e pague uma indenização.
Para isso, prometem entrar na Justiça. Geísa foi morta na segunda-feira (12) durante o sequestro de um ônibus na capital fluminense."Dinheiro nenhum vai trazer a Geísa de volta, mas temos de tomar todas as providências para que os governantes saibam que ela não era sozinha no mundo, que não era um bicho que podem matar e jogar no lixo", disse Marta Firmo, prima de Geísa.
Fazia cerca de um ano que a moça havia deixado Fortaleza (CE), cidade onde nasceu. O fato de não ter mais a mãe _Josefa Firmo, morta há dois anos_ a motivou a ir para o Rio de Janeiro morar com o namorado.
Geísa deixou a escola e viajou. Conseguiu um emprego de professora em uma escolinha de artes na favela da Rocinha, onde ensinava artesanato a crianças. "Ela não pensou duas vezes. Largou tudo", disse a prima. "Antes de pegar o avião, ela foi ao shopping e mandou fazer uma camiseta com o nome dele."
Na capital cearense, Geísa vivia com a irmã, Elisangela Gonçalves, no bairro João 23, periferia da cidade. Os parentes não sabem onde vive o pai das moças, Edilson Gonçalves, com quem a professora nunca manteve um relacionamento próximo.
Além da irmã, as únicas pessoas da família com quem convivia no Ceará eram tios e primos. Ela será enterrada hoje no mesmo jazigo onde está a mãe, em Fortaleza.
Críticas
Para o coronel da PM Ivan Macedo, presidente do Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Ceará e tio de Geísa, a polícia carioca errou ao tentar libertar sua sobrinha com violência. "Aconteceu um erro grave. O policial, que tinha uma metralhadora na mão, não conseguiu conter a emoção e quis, com a arma, resolver tudo, ser o herói. Quando ele atirou no bandido, houve uma reação natural, e o sequestrador atirou em Geísa até como uma forma de se defender", disse.
Marta Firmo e Francisca Firmo Paz, 68, tia de Geísa, estavam assistindo TV quando viram as imagens do sequestro.
O coronel Macedo não acompanhou pela televisão o desfecho do drama. "O erro (da polícia) foi ainda maior porque não adiantava cometer outro crime, desta vez contra o bandido, porque isso não ia trazer a Geísa de volta ou amenizar o mal feito a ela. Todos têm alguma coisa a perder, que é a vida. E isso a minha sobrinha já havia perdido," disse.
Clique aqui para ler toda a cobertura do caso na página especial Pânico no Rio
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Família de refém morta em sequestro de ônibus no RJ quer indenização
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A família de Geísa Firmo Gonçalves, 20, não quer vingança. Os parentes querem que o governo do Estado do Rio de Janeiro se responsabilize pela morte dela e pague uma indenização.
Para isso, prometem entrar na Justiça. Geísa foi morta na segunda-feira (12) durante o sequestro de um ônibus na capital fluminense."Dinheiro nenhum vai trazer a Geísa de volta, mas temos de tomar todas as providências para que os governantes saibam que ela não era sozinha no mundo, que não era um bicho que podem matar e jogar no lixo", disse Marta Firmo, prima de Geísa.
Fazia cerca de um ano que a moça havia deixado Fortaleza (CE), cidade onde nasceu. O fato de não ter mais a mãe _Josefa Firmo, morta há dois anos_ a motivou a ir para o Rio de Janeiro morar com o namorado.
Geísa deixou a escola e viajou. Conseguiu um emprego de professora em uma escolinha de artes na favela da Rocinha, onde ensinava artesanato a crianças. "Ela não pensou duas vezes. Largou tudo", disse a prima. "Antes de pegar o avião, ela foi ao shopping e mandou fazer uma camiseta com o nome dele."
Na capital cearense, Geísa vivia com a irmã, Elisangela Gonçalves, no bairro João 23, periferia da cidade. Os parentes não sabem onde vive o pai das moças, Edilson Gonçalves, com quem a professora nunca manteve um relacionamento próximo.
Além da irmã, as únicas pessoas da família com quem convivia no Ceará eram tios e primos. Ela será enterrada hoje no mesmo jazigo onde está a mãe, em Fortaleza.
Críticas
Para o coronel da PM Ivan Macedo, presidente do Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Ceará e tio de Geísa, a polícia carioca errou ao tentar libertar sua sobrinha com violência. "Aconteceu um erro grave. O policial, que tinha uma metralhadora na mão, não conseguiu conter a emoção e quis, com a arma, resolver tudo, ser o herói. Quando ele atirou no bandido, houve uma reação natural, e o sequestrador atirou em Geísa até como uma forma de se defender", disse.
Marta Firmo e Francisca Firmo Paz, 68, tia de Geísa, estavam assistindo TV quando viram as imagens do sequestro.
O coronel Macedo não acompanhou pela televisão o desfecho do drama. "O erro (da polícia) foi ainda maior porque não adiantava cometer outro crime, desta vez contra o bandido, porque isso não ia trazer a Geísa de volta ou amenizar o mal feito a ela. Todos têm alguma coisa a perder, que é a vida. E isso a minha sobrinha já havia perdido," disse.
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