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15/03/2001
-
13h00
RICARDO FELTRIN
Editor de Cotidiano da Folha Online
O "inferno astral" de Henri Philippe Reichstul na Petrobras começou em janeiro do ano passado quando, sob seu comando, a empresa causou um vazamento de quase 2 milhões de toneladas de óleo na baía da Guanabara, matando peixes, aves e ameaçando todo o ecossistema da baía e das praias da zona sul do Rio.
Por causa do acidente, a empresa foi multada em R$ 51 milhões e Reichstul, convocado para depor na Polícia Federal.
Começaram as primeiras pressões por sua saída, enquanto o Ibama calculava em dez anos o tempo necessário para a recuperação o ecossistema na baía.
Seis meses depois, em julho, um novo vazamento ocorreu na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), no Paraná. Agora o desastre foi três vezes maior que o do Rio, e voltou a "balançar" Reichstul no cargo.
Foram 4 milhões de litros, o maior vazamento em 25 anos. A Petrobras foi duramente criticada por omitir informações e fornecer números subavaliados do vazamento nos primeiros dias após o acidente. Falava-se em "apenas" 40 mil litros de óleo cru. "Erro de avaliação", foi a justificativa dada então.
O "inferno astral" voltou a atacar no final do ano passado. Dessa vez, por iniciativa do próprio Reichstul, que anunciava em dezembro que a Petrobras mudaria de nome: seria PetroBrax.
O objetivo da mudança, segundo ele, era "unificar a marca e facilitar o seu processo de internacionalização".
Os sindicatos ligados à empresa foram os primeiros a se levantar contra a mudança, cujos estudos iniciais custaram pelo menos R$ 700 mil. Para os trabalhadores, a troca era o primeiro passo para a privatização da Petrobras.
Bombardeado por sindicalistas, políticos e pela opinião pública, a troca de nome acabou vetada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ainda na última semana de dezembro.
Mesmo assim, o teimoso Reichstul voltaria a insistir na troca, no dia 11 de janeiro deste ano. Agora anunciava que a marca Petrobrax seria usada, sim, mas só no mercado internacional.
Novo bombardeio _agora, no Congresso Nacional. Deputados e senadores passaram a pedir a cabeça do executivo. FHC teve de intervir e pôr um ponto final na discussão: o nome PetroBrax estava definitivamente enterrado.
O grave acidente da P-36, no entanto, pode significar outro ponto final. O da carreira de Reichstul no comando da empresa que registrou o maior lucro do país, de todos os tempos:
R$ 11,9 bilhões no ano passado.
Leia mais sobre o acidente na Petrobras
Reichstul vive "inferno astral" desde vazamento na baía de Guanabara
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Editor de Cotidiano da Folha Online
O "inferno astral" de Henri Philippe Reichstul na Petrobras começou em janeiro do ano passado quando, sob seu comando, a empresa causou um vazamento de quase 2 milhões de toneladas de óleo na baía da Guanabara, matando peixes, aves e ameaçando todo o ecossistema da baía e das praias da zona sul do Rio.
Por causa do acidente, a empresa foi multada em R$ 51 milhões e Reichstul, convocado para depor na Polícia Federal.
Começaram as primeiras pressões por sua saída, enquanto o Ibama calculava em dez anos o tempo necessário para a recuperação o ecossistema na baía.
Seis meses depois, em julho, um novo vazamento ocorreu na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), no Paraná. Agora o desastre foi três vezes maior que o do Rio, e voltou a "balançar" Reichstul no cargo.
Foram 4 milhões de litros, o maior vazamento em 25 anos. A Petrobras foi duramente criticada por omitir informações e fornecer números subavaliados do vazamento nos primeiros dias após o acidente. Falava-se em "apenas" 40 mil litros de óleo cru. "Erro de avaliação", foi a justificativa dada então.
O "inferno astral" voltou a atacar no final do ano passado. Dessa vez, por iniciativa do próprio Reichstul, que anunciava em dezembro que a Petrobras mudaria de nome: seria PetroBrax.
O objetivo da mudança, segundo ele, era "unificar a marca e facilitar o seu processo de internacionalização".
Os sindicatos ligados à empresa foram os primeiros a se levantar contra a mudança, cujos estudos iniciais custaram pelo menos R$ 700 mil. Para os trabalhadores, a troca era o primeiro passo para a privatização da Petrobras.
Bombardeado por sindicalistas, políticos e pela opinião pública, a troca de nome acabou vetada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ainda na última semana de dezembro.
Mesmo assim, o teimoso Reichstul voltaria a insistir na troca, no dia 11 de janeiro deste ano. Agora anunciava que a marca Petrobrax seria usada, sim, mas só no mercado internacional.
Novo bombardeio _agora, no Congresso Nacional. Deputados e senadores passaram a pedir a cabeça do executivo. FHC teve de intervir e pôr um ponto final na discussão: o nome PetroBrax estava definitivamente enterrado.
O grave acidente da P-36, no entanto, pode significar outro ponto final. O da carreira de Reichstul no comando da empresa que registrou o maior lucro do país, de todos os tempos:
R$ 11,9 bilhões no ano passado.
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