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15/03/2001 - 18h09

Em 6 dias, dengue cresce 59% em Santos

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FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Um aumento de 59% em menos de uma semana do número de casos de dengue em Santos colocou em alerta as autoridades de saúde da cidade, a maior do litoral paulista.

Relatório divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde apontou um total acumulado de 62 casos desde 1º de janeiro. Até o último dia 9, tinham sido registrados 39 doentes na cidade.

O número de casos neste ano já representa quase 80% do verificado em todo o ano passado (78) e poderá crescer ainda mais caso se confirmem as suspeitas de contaminação de 47 pessoas cujas amostras de sangue ainda estavam até ontem em análise pelo Instituto Adolfo Lutz.

"Foi um crescimento considerável em uma semana", afirmou o prefeito Beto Mansur (PPB). O principal receio da administração municipal é a eclosão de uma epidemia semelhante à de 1999, quando oficialmente 7.257 pessoas contraíram dengue, recorde estadual naquele ano.

A fim de tentar conter o avanço da doença, a prefeitura vai realizar no final de semana, com o auxílio de homens do Exército e do Corpo de Bombeiros, uma busca intensiva de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, nos bairros Marapé e Campo Grande.

Situados na zona intermediária da cidade, entre a orla e o Centro, os dois bairros são vizinhos e concentram a maioria dos casos. No Campo Grande, há 27 doentes, e, no Marapé, 9. O objetivo do mutirão será visitar a maioria das residências dos dois bairros e eliminar focos do mosquito.

O secretário municipal da Saúde, Tomas Soderberg, afirmou que, devido às epidemias de anos anteriores, uma parcela expressiva da população que já contraiu a doença noutra ocasião está imunizada _caso seja picada por um mosquito que transmita o mesmo tipo de vírus, não voltará a desenvolver a doença.

"Como já tivemos uma grande epidemia, é possível que 40% a 50% estejam protegidos de um mesmo tipo de vírus", declarou o secretário. Em Santos, já surgiram os vírus dos tipos 1 e 2.

O prefeito Beto Mansur afirmou que a cidade deixou de receber verba federal específica para a dengue. Segundo ele, de R$ 1,3 milhão por ano para o combate à doença, o governo federal passou a enviar somente R$ 800 mil, destinados ao controle de endemias em geral, entre as quais dengue, e às campanhas de vacinação.

De acordo com o prefeito, o valor é "baixo" para as necessidades do município, mas, segundo afirmou, a prefeitura está complementando com recursos próprios, em quantia que ele não soube informar.

O secretário Tomas Soderberg disse que, até o final do mês, espera contar com 60 agentes do Programa de Saúde da Família, do governo federal, que, entre outras atividades, auxiliarão na prevenção à dengue.

Atualmente, o município (418 mil habitantes) dispõe de 117 agentes de dengue, que se dedicam exclusivamente ao combate à doença, além de 219 agentes comunitários e 110 agentes de quarteirão, que fazem trabalho preventivo e ajudam a identificar locais onde há criadouros do mosquito.
 

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