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18/03/2001 - 19h29

Petrobras considera prematuro afirmar que P-36 não corre risco

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CRISTIAN KLEIN
SABRINA PETRY

enviados da Folha de S.Paulo a Macaé

A operação para tentar salvar a plataforma da Petrobras P-36, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro, mostrou hoje o seu primeiro resultado efetivo: a estrutura parou de afundar e recuperou dois graus em sua inclinação _passou de 25º para 23º.

Apesar da boa notícia, a Petrobras considera prematuro afirmar que a plataforma não corre mais risco de afundamento. Principalmente porque as condições climáticas da região pioraram ontem. As ondas, que antes eram de 1,1 metro, aumentaram para 1,5 metro, com perspectiva de chegarem a 1,8 metro hoje.

O processo de estabilização da plataforma está sendo realizado por meio de bombeamento de nitrogênio. O gás injetado expulsa a água dos compartimentos inundados. Desde que foi iniciado, o bombeamento retirou pelo menos 700 mil litros de água da P-36. Essa quantidade é cerca de 10% do total que precisa ser retirado da coluna da plataforma que foi atingida por três explosões na última quinta-feira, provocando a morte de 10 trabalhadores.

Embora não ameacem a estabilidade da plataforma, as ondas atrapalham o trabalho dos 20 mergulhadores, que estão atuando na área. Por causa disso, o bombeamento de nitrogênio havia sido interrompido temporariamente, às 13h30, de ontem

Para o gerente-geral da unidade de negócios da Petrobras, Carlos Eduardo Bellot, a P-36 ainda não está salva, mas o risco de a plataforma afundar rapidamente agora é remoto. O seguro, em caso de perda total, é de US$ 500 milhões. A cobertura parcial é de US$ 125 milhões.

Hoje, membros do pool de seguradoras nacionais, liderado pela Bradesco Seguros, sobrevoou a P-36 com um engenheiro da Petrobras.

Além do bombeamento de nitrogênio, um outro mecanismo vai ser utilizado para elevar a plataforma, por meio de injeção de ar comprimido. Ele será feito pela empresa holandesa Smit, uma das mais especializadas do mundo nesse tipo de trabalho, segundo Bellot.

O coordenador da equipe de mergulho da Marítima, uma das empresas envolvidas na recuperação da plataforma, Jeovah Lima, 43, disse que o trabalho dos mergulhadores é de alto risco. "Já mergulhei em plataformas e me arrepio quando penso no que está sendo feito lá. Por isso, os que estão lá são os melhores do Brasil." A Marítima é a empresa que ficou responsável pelo gerenciamento da reforma da P-36.

Os mergulhadores são responsáveis por localizar os pontos aonde serão instaladas as bombas de nitrogênio. Eles também são responsáveis pela instalação dos equipamentos.

Para realizar o trabalho, eles passam uma hora debaixo d'água, mergulham três vezes por dia e recebem o auxílio de um robô equipado com câmeras filmadoras e braços articulados.

  • Leia mais sobre o acidente com a P-36

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