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19/03/2001 - 03h57

Marítima cobra gastos com reforma da P-36

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MÁRIO MAGALHÃES, da Folha de S.Paulo, no Rio

A plataforma P-36 é motivo de disputa entre a Petrobras e a empresa contratada para intermediar a compra e gerenciar a reforma da plataforma, a Marítima Petróleo e Engenharia Ltda.

A Marítima cobra cerca de US$ 35 milhões (R$ 74 milhões), que julga lhe serem devidos pela estatal em virtude de gastos decorrentes da mudança do projeto de reforma. A cobrança até agora ocorreu em negociações comerciais, não judicialmente.

A Petrobras tenta, na Justiça, o ressarcimento (cujo valor não foi divulgado) de despesas que afirma terem sido causadas por gestão ineficiente da Marítima.

Por contrato de dezembro de 1996, a plataforma custaria US$ 356 milhões. O preço final foi US$ 500 milhões, o mesmo valor do seguro contratado pela Petrobras para perda total, conforme o presidente da empresa, Henri Philippe Reichstul, num acréscimo de 40,4% (US$ 144 milhões).

A Petrobras assinou contrato com a Marítima para adquirir a plataforma, então denominada Spirit of Columbus, construída em 1994 por um grupo italiano. Projetada para perfuração de poços em águas profundas, precisaria ser transformada em plataforma de produção (com equipamento para tratar o óleo).

Segundo a Petrobras, o contrato previa o pagamento de US$ 356 milhões em leasing de 12 anos. O site da Marítima afirma que o valor era US$ 350 milhões.

A Marítima transportou a plataforma de Palermo, na Itália, para o estaleiro Mill Davie, em Québec (Canadá). A P-36 ficaria com capacidade para a produção diária de 150 mil barris de petróleo e seria instalada no campo de Marlim, na bacia de Campos (RJ).

Durante a obra, a Petrobras resolveu que a P-36 deveria ir para o campo de Roncador, também no norte do Rio. O projeto foi adaptado e a capacidade, ampliada para 180 mil barris por dia.

Em agosto de 1998, o grupo controlador do estaleiro Davie pediu concordata, provocando transtornos no cronograma da obra. Em maio de 1999, a Petrobras interveio no contrato com a Petromec, subsidiária da Marítima. Afirmou que a Petromec não havia "conseguido captar os recursos necessários à continuidade das obras" e assumiu a supervisão da reforma no Canadá.

A Petrobras passou a pagar diretamente as empresas subcontratadas pela Marítima. A P-36 chegou ao Rio em novembro de 1999 e entrou em operação em maio de 2000. A Petrobras diz que a diferença de US$ 144 milhões foi provocada por erros e atraso na entrega. A Marítima tem afirmado que entregou a plataforma no prazo e nas especificações.

A empresa prepara ações nas Justiças do Brasil e da Inglaterra contra a Petrobras, devido ao cancelamento de contratos e supostos danos causados por acusações da estatal. Em inquérito interrompido pela Justiça em 1999, a Polícia Federal investigou suspeitas de irregularidades em contratos entre as duas empresas.

Leia especial sobre as explosões na plataforma da Petrobras
 

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