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19/03/2001 - 03h59

"Acomodações nas plataformas são improvisadas", dizem parentes

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da Folha de S.Paulo

Parentes das vítimas das explosões na P-36 afirmaram ontem que as acomodações de funcionários nas plataformas da Petrobras são precárias e muitas vezes improvisadas, o que acaba dando a elas apelidos como "navio negreiro" e "Carandiru".

Vanusa de Souza Oscar, 29, mulher do operador de produção Charles Roberto Oscar, 35, um dos dez mortos no acidente, diz que o marido contava que, mesmo na P-36, a mais nova plataforma da Petrobras, não há estrutura para acomodar um grande número de pessoas.

"Eles dormem em beliches, muitas vezes com duas pessoas em cada cama, ou em contêineres sem ventilação nem banheiro, que são colocados para suprir a falta de quartos na plataforma."

A P-36 tem capacidade para acomodar 115 pessoas, mas ela operava com 175 funcionários embarcados. Questionado sobre a superlotação da plataforma, o presidente da estatal, Henri Reichstul, disse não ter informação sobre o assunto.

Além da falta de estrutura, Charles, que havia 13 anos trabalhava na estatal, reclamava da falta de segurança. Segundo sua mulher, não eram raros os incêndios nem vazamentos.

Rita de Cássia Araújo, 34, mulher do técnico de segurança Mário Sérgio Mateus, que completaria 40 anos anteontem, também diz que o marido reclamava da falta de estrutura.

"Ele já trabalhou em várias, inclusive na Anchova. Ele estava lá no dia do acidente -em 1984, quando morreram 37 pessoas- e dizia que todas as acomodações eram precárias."

A superlotação já rendeu sete ações civis públicas do Ministério Público contra a Petrobras.

O corpo do mecânico Sérgio dos Santos Souza, resgatado anteontem, será enterrado hoje, às 10h, no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. O cadáver foi identificado pela arcada dentária.

Leia especial sobre as explosões na plataforma da Petrobras
 

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