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21/03/2001 - 03h37

Petrobras suspeita de falha em tanque de resíduos

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CHICO SANTOS, da Folha de S.Paulo, no Rio

A Petrobras decidiu examinar as plantas de suas 94 plataformas marítimas de produção e de exploração de petróleo para reposicionar o tanque de dreno (ou de resíduos) de todas as que tenham o equipamento, localizado em uma coluna de sustentação, como ocorria com a P-36, unidade que foi a pique ontem.

Embora o relatório sobre as causas do acidente só deva ficar pronto em 30 dias, a equipe técnica da empresa já está praticamente segura de que a série de três explosões que resultou em dez mortos e um ferido, além da perda total da plataforma, teve origem no tanque de resíduos.

O tanque recebe todos os resíduos líquidos resultantes dos trabalhos na plataforma. Esses resíduos não podem ser atirados ao mar porque causariam danos ambientais.

Novidade
A localização do tanque de resíduos em uma coluna de sustentação é uma concepção relativamente nova que gerou debates no corpo técnico da empresa e acabou prevalecendo.

Foram tomados cuidados para evitar riscos, até mesmo com a instalação de um suspiro de ventilação. Também houve a preocupação de colocar o tanque de dreno na parte mais alta da coluna, até para evitar que ele jogasse resíduos no mar.

Agora, depois do desastre, os técnicos da Petrobras estão convencidos de que essa concepção tem que ser revista.

Origem
Os técnicos ainda não podem afirmar com absoluta segurança que a origem das explosões foi no tanque de resíduos porque falta um levantamento mais preciso sobre alguns fatos ocorridos na plataforma na madrugada de quinta-feira passada.

Um dos fatos que precisam ser mais bem estudados pelos técnicos é a forma como foram geradas as duas explosões que se seguiram à primeira.

De acordo com a hipótese que está sendo considerada quase certa pelos especialistas da estatal, a primeira explosão na plataforma teria sido causada por gases que se acumularam dentro do tanque. Esses gases se originaram do próprio óleo drenado para o reservatório.

O calor e as chamas gerados por essa explosão, em contato com um bolsão de gás ainda não identificado pelos técnicos, provocaram a segunda e principal explosão e, minutos depois, a terceira, de pequena intensidade.

Outra teoria dos técnicos da Petrobras é que a inundação da coluna
danificada, que acabou levando ao afundamento da plataforma, foi provocada pelo acionamento automático das bombas que captam água do mar para uso na plataforma -até mesmo para combater incêndios- em caso de defeito no sistema primário de captação.

Inundação e afundamento
De acordo com essa teoria, a explosão teria rompido o tubo pelo qual entra a água que dá pressão aos equipamentos de combate a incêndios na plataforma, fazendo com que fosse acionado automaticamente o sistema de bombas sobressalentes, que ficava dentro da coluna danificada.

Como a água bombeada não podia ser usada, pois a plataforma havia sido abandonada, ela acabou provocando o início da inundação e, posteriormente, o afundamento.

O quadro foi se agravando progressivamente por causa da entrada de água por outros pontos da plataforma.

Essa tese é baseada nos resultados dos primeiros exames, feitos com o auxílio dos mergulhadores, que não constataram nenhum rombo na estrutura da coluna da plataforma.

Os técnicos acreditavam que as explosões poderiam ter aberto buracos na coluna.

Leia especial sobre as explosões na plataforma da Petrobras

 

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