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14/06/2000
-
21h22
PEDRO DANTAS, da Sucursal do Rio
A ausência de perfurações a bala no corpo do homem que sequestrou 10 passageiros de um ônibus na zona sul do Rio, segunda-feira, surpreendeu os quatro policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) que o transportaram para o hospital municipal Souza Aguiar, no centro da cidade. Os policiais estão detidos desde terça-feira, acusados de matar o sequestrador, identificado pela polícia como Sandro do Nascimento, por asfixia.
Funcionários do hospital Souza Aguiar confirmaram à Folha que os policiais entregaram o corpo afirmando que se tratava de uma vítima de PAF (perfuração por arma de fogo). Ao verem o boletim de emergência, do qual não constava qualquer perfuração, eles fizeram pressão sobre os plantonistas para que o boletim fosse alterado.
Os funcionários não detalharam que tipo de pressão foi essa, mas disseram que não incluiu ameaça de morte ou de violência física. Hoje, a direção do Souza Aguiar orientou verbalmente a equipe para que não comentasse o assunto com jornalistas.
Amanhã, os médicos que estavam de plantão na noite de segunda-feira e os quatro policiais que levaram o corpo prestarão depoimento na 15ª Delegacia de Polícia, na Gávea (zona sul), que está investigando o caso.
A delegada Martha Rocha também requereu os boletins de atendimento do Souza Aguiar e do hospital Miguel Couto, para onde foi levada a refém Geísa Firmo Gonçalves.
Os funcionários do Souza Aguiar ouvidos pela Folha contaram que o corpo chegou ao hospital às 19h15 de segunda-feira. Os policiais disseram ao encarregado de registrar o ingresso de pacientes que se tratava de uma vítima fatal de PAF (perfuração por arma de fogo).
Aparentemente, eles acreditavam que o sequestrador tinha sido ferido pelos dois disparos de submetralhadora feitos pelo soldado Marcelo Oliveira dos Santos, quando apenas a refém Geísa foi ferida.
Seguindo os procedimentos do hospital, o corpo de Nascimento foi levado à sala de ressuscitação, dotada de um minicentro cirúrgico, no segundo andar do Souza Aguiar.
Como Nascimento não apresentou reação, o médico plantonista abriu o boletim de emergência, onde não anotou registros de perfurações a bala, mas sim de hematomas pelo corpo, principalmente no pescoço, e a morte por asfixia mecânica (estrangulamento com auxílio de objeto).
Ao receberem o boletim, e constatarem que as agressões sofridas por Nascimento foram o motivo da morte, os policiais começaram a sugerir que o médico refizesse o documento.
Sentindo-se pressionado pela presença de homens armados, o chefe do plantão do Souza Aguiar ligou para a diretora do hospital, Maria Emília Amaral, que acionou o secretário municipal de Saúde, Raul Gazolla.
Preocupado com a segurança dos plantonistas, o secretário ligou para assessores do prefeito, Luiz Paulo Conde, que conseguiram contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Um coronel da PM, segundo os funcionários, compareceu rapidamente no hospital, acalmou os policiais e contornou a situação.
No dia do assalto, a reportagem da Folha viu que estavam no Souza Aguiar dois carros do Bope e um carro do policiamento local. No pátio do Souza Aguiar, os policiais do Bope informaram à reportagem que os policiais que haviam trazido o corpo estavam dentro do hospital e que o "legista estava trancado com o corpo fazendo a autópsia".
Clique aqui para ler toda a cobertura do caso na página especial Pânico no Rio
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Ausência de balas no corpo de sequestrador do Rio surpreende policiais
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A ausência de perfurações a bala no corpo do homem que sequestrou 10 passageiros de um ônibus na zona sul do Rio, segunda-feira, surpreendeu os quatro policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) que o transportaram para o hospital municipal Souza Aguiar, no centro da cidade. Os policiais estão detidos desde terça-feira, acusados de matar o sequestrador, identificado pela polícia como Sandro do Nascimento, por asfixia.
Funcionários do hospital Souza Aguiar confirmaram à Folha que os policiais entregaram o corpo afirmando que se tratava de uma vítima de PAF (perfuração por arma de fogo). Ao verem o boletim de emergência, do qual não constava qualquer perfuração, eles fizeram pressão sobre os plantonistas para que o boletim fosse alterado.
Os funcionários não detalharam que tipo de pressão foi essa, mas disseram que não incluiu ameaça de morte ou de violência física. Hoje, a direção do Souza Aguiar orientou verbalmente a equipe para que não comentasse o assunto com jornalistas.
Amanhã, os médicos que estavam de plantão na noite de segunda-feira e os quatro policiais que levaram o corpo prestarão depoimento na 15ª Delegacia de Polícia, na Gávea (zona sul), que está investigando o caso.
A delegada Martha Rocha também requereu os boletins de atendimento do Souza Aguiar e do hospital Miguel Couto, para onde foi levada a refém Geísa Firmo Gonçalves.
Os funcionários do Souza Aguiar ouvidos pela Folha contaram que o corpo chegou ao hospital às 19h15 de segunda-feira. Os policiais disseram ao encarregado de registrar o ingresso de pacientes que se tratava de uma vítima fatal de PAF (perfuração por arma de fogo).
Aparentemente, eles acreditavam que o sequestrador tinha sido ferido pelos dois disparos de submetralhadora feitos pelo soldado Marcelo Oliveira dos Santos, quando apenas a refém Geísa foi ferida.
Seguindo os procedimentos do hospital, o corpo de Nascimento foi levado à sala de ressuscitação, dotada de um minicentro cirúrgico, no segundo andar do Souza Aguiar.
Como Nascimento não apresentou reação, o médico plantonista abriu o boletim de emergência, onde não anotou registros de perfurações a bala, mas sim de hematomas pelo corpo, principalmente no pescoço, e a morte por asfixia mecânica (estrangulamento com auxílio de objeto).
Ao receberem o boletim, e constatarem que as agressões sofridas por Nascimento foram o motivo da morte, os policiais começaram a sugerir que o médico refizesse o documento.
Sentindo-se pressionado pela presença de homens armados, o chefe do plantão do Souza Aguiar ligou para a diretora do hospital, Maria Emília Amaral, que acionou o secretário municipal de Saúde, Raul Gazolla.
Preocupado com a segurança dos plantonistas, o secretário ligou para assessores do prefeito, Luiz Paulo Conde, que conseguiram contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Um coronel da PM, segundo os funcionários, compareceu rapidamente no hospital, acalmou os policiais e contornou a situação.
No dia do assalto, a reportagem da Folha viu que estavam no Souza Aguiar dois carros do Bope e um carro do policiamento local. No pátio do Souza Aguiar, os policiais do Bope informaram à reportagem que os policiais que haviam trazido o corpo estavam dentro do hospital e que o "legista estava trancado com o corpo fazendo a autópsia".
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