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14/06/2000
-
22h23
SERGIO TORRES, da Folha de S.Paulo, da Sucursal do Rio
Quatro homens armados invadiram nesta quarta-feira (14) uma casa em Santa Teresa (zona sul do Rio) e ameaçaram incendiar Elvira Sutton, 85, para que ela lhes desse dinheiro. Um policial e dois assaltantes terminaram feridos.
A dona-de-casa teve o corpo encharcado com álcool durante os 30 minutos em que permaneceu como refém do grupo. Um dos assaltantes chegou a riscar um fósforo para incendiar Elvira, mas a chama, apesar de acesa junto ao corpo, não se propagou. Ela ainda foi agredida com coronhadas e tapas na cabeça.
Os assaltantes exigiam que ela entregasse dinheiro, jóias e abrisse um cofre. Como ela dizia que nada tinha de valor em casa, o bando decidiu queimá-la.
O empregado Carlinhos, que chegava para trabalhar, desconfiou de que algo acontecia na casa e avisou o neto de Elvira, o analista de sistemas Marc Sutton, 38, que mora em uma casa vizinha. Sutton telefonou para a PM.
Três PMs foram ao local, sendo recebido a tiros. Um sargento foi ferido, assim como dois assaltantes. Foi pedido reforço. A PM montou um cerco no local, do qual participaram 150 policiais militares _ 20 deles pertencentes ao Bope (Batalhão de Operações Especiais), considerada a tropa de elite da PM fluminense.
Chefiava a ação da polícia o tenente-coronel José Penteado, comandante do Bope. Dois dias antes, ele comandara o cerco policial ao ônibus em que o sequestrador identificado como Sandro do Nascimento fizera dez reféns, no Jardim Botânico (zona sul). No episódio, a refém Geísa Firmo Gonçalves acabou morta.
Chegou depois
Hoje, a equipe do Bope chegou logo após o fim do confronto. "Graças a Deus, dessa vez deu tudo certo. Não precisei negociar", afirmou Penteado quando deixava Santa Teresa.
Ficaram feridos na troca de tiros o sargento Cláudio Luís de Souza Alves, 36, baleado no peito, e os assaltantes Márcio Fraga da Silva, 26, com um tiro na coluna, e Roberto Alexandre Silva, 28, ferido no braço direito. Os três estão hospitalizados.
Elvira Sutton saiu ilesa do confronto, assim como os seis empregados que estavam na casa e também foram rendidos pelo grupo.
Um invasor conseguiu fugir pelo matagal existente atrás da casa. No final da tarde, ele foi preso, baleado em um dos pés. O assaltante identificado como Bruno, 17, foi preso na casa e levado para a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Bruno manteve Elvira aprisionada em um quarto. Ele ameaçava matá-la, mas, com a chegada do reforço, acabou se rendendo.
De acordo com o registro da 7ª DP (Delegacia de Polícia), em Santa Teresa, os assaltantes invadiram a casa às 10h40.
Foram rendidos, além de Elvira Sutton, o jardineiro Geraldo Rodrigues, a acompanhante Maria Mendes de Oliveira, a cozinheira Isaura, o copeiro Jorge, o jardineiro Cícero e a lavadeira Ilda.
Rodrigues, 28, disse que os assaltantes ameaçavam matar todo mundo. "Achamos que tinha chegado a nossa vez. Era um bando que usava de violência. Eles insistiam que a senhora (Elvira) tinha que abrir o cofre", disse.
Há 26 anos trabalhando com Elvira, Maria Mendes de Oliveira, 56, contou que, assim que começaram os tiros, os empregados se atiraram no chão. "Parecia uma guerra. Cheguei a machucar o braço quando me joguei no assoalho. Esse bairro já foi bom. Hoje é muito violento",disse.
A tentativa de assalto e a ação policial assustaram os moradores de Santa Teresa, bairro de classe média, mas cercado por favelas.
Clique aqui para ler toda a cobertura do caso na página especial Pânico no Rio
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Assaltantes ameaçaram incendiar mulher mantida como refém hoje no Rio
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Quatro homens armados invadiram nesta quarta-feira (14) uma casa em Santa Teresa (zona sul do Rio) e ameaçaram incendiar Elvira Sutton, 85, para que ela lhes desse dinheiro. Um policial e dois assaltantes terminaram feridos.
A dona-de-casa teve o corpo encharcado com álcool durante os 30 minutos em que permaneceu como refém do grupo. Um dos assaltantes chegou a riscar um fósforo para incendiar Elvira, mas a chama, apesar de acesa junto ao corpo, não se propagou. Ela ainda foi agredida com coronhadas e tapas na cabeça.
Os assaltantes exigiam que ela entregasse dinheiro, jóias e abrisse um cofre. Como ela dizia que nada tinha de valor em casa, o bando decidiu queimá-la.
O empregado Carlinhos, que chegava para trabalhar, desconfiou de que algo acontecia na casa e avisou o neto de Elvira, o analista de sistemas Marc Sutton, 38, que mora em uma casa vizinha. Sutton telefonou para a PM.
Três PMs foram ao local, sendo recebido a tiros. Um sargento foi ferido, assim como dois assaltantes. Foi pedido reforço. A PM montou um cerco no local, do qual participaram 150 policiais militares _ 20 deles pertencentes ao Bope (Batalhão de Operações Especiais), considerada a tropa de elite da PM fluminense.
Chefiava a ação da polícia o tenente-coronel José Penteado, comandante do Bope. Dois dias antes, ele comandara o cerco policial ao ônibus em que o sequestrador identificado como Sandro do Nascimento fizera dez reféns, no Jardim Botânico (zona sul). No episódio, a refém Geísa Firmo Gonçalves acabou morta.
Chegou depois
Hoje, a equipe do Bope chegou logo após o fim do confronto. "Graças a Deus, dessa vez deu tudo certo. Não precisei negociar", afirmou Penteado quando deixava Santa Teresa.
Ficaram feridos na troca de tiros o sargento Cláudio Luís de Souza Alves, 36, baleado no peito, e os assaltantes Márcio Fraga da Silva, 26, com um tiro na coluna, e Roberto Alexandre Silva, 28, ferido no braço direito. Os três estão hospitalizados.
Elvira Sutton saiu ilesa do confronto, assim como os seis empregados que estavam na casa e também foram rendidos pelo grupo.
Um invasor conseguiu fugir pelo matagal existente atrás da casa. No final da tarde, ele foi preso, baleado em um dos pés. O assaltante identificado como Bruno, 17, foi preso na casa e levado para a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Bruno manteve Elvira aprisionada em um quarto. Ele ameaçava matá-la, mas, com a chegada do reforço, acabou se rendendo.
De acordo com o registro da 7ª DP (Delegacia de Polícia), em Santa Teresa, os assaltantes invadiram a casa às 10h40.
Foram rendidos, além de Elvira Sutton, o jardineiro Geraldo Rodrigues, a acompanhante Maria Mendes de Oliveira, a cozinheira Isaura, o copeiro Jorge, o jardineiro Cícero e a lavadeira Ilda.
Rodrigues, 28, disse que os assaltantes ameaçavam matar todo mundo. "Achamos que tinha chegado a nossa vez. Era um bando que usava de violência. Eles insistiam que a senhora (Elvira) tinha que abrir o cofre", disse.
Há 26 anos trabalhando com Elvira, Maria Mendes de Oliveira, 56, contou que, assim que começaram os tiros, os empregados se atiraram no chão. "Parecia uma guerra. Cheguei a machucar o braço quando me joguei no assoalho. Esse bairro já foi bom. Hoje é muito violento",disse.
A tentativa de assalto e a ação policial assustaram os moradores de Santa Teresa, bairro de classe média, mas cercado por favelas.
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