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04/04/2001
-
16h57
FÁBIO PORTELA
da Folha Online
A pesquisa "Indicadores Sociais dos ano 90", divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela um paradoxo: ao mesmo tempo em que houve melhora dos indicadores sociais como renda, saúde ou escolaridade, aumentou também a porcentagem de mortes violentas entre os jovens.
Segundo o sociólogo Túlio Kahn, pesquisador do Ilanud (Instituto latino-americano da ONU para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente), em tese a melhora da qualidade de vida da população deveria se refletir na queda de mortes violentas (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios). Mas ocorreu justamente o inverso.
"O aumento da mortalidade é, sem dúvida, o dado mais negativo do relatório do IBGE, já que vai na contramão de outros indicadores", afirmou o pesquisador à Folha Online.
"Aparentemente, os dados parecem contraditórios, mas podem ser justificados por fatores que não aparecem até o momento na pesquisa do IBGE", diz Kahn.
O sociólogo enumera três razões para o aumento da violência entre os jovens: o crescimento rápido e desorganizado da periferias dos grandes centros urbanos, a maior disponibilidade de armas de fogo em circulação e o aumento das atividades do narcotráfico.
Kahn afirma que a violência não aumentou de forma uniforme no país, mas está extremamente concentrada nas áreas de periferia dos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
"Nessas regiões os índices de criminalidade são sensivelmente maiores do que em áreas consideradas nobres."
Os números apresentados pelo sociólogo ilustram o que ele diz: enquanto a média nacional de homicídios é de 24 por 100 mil habitantes, o índice registrado na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, chega a 56 mortes por 100 mil/habitantes. Em bairros como Jardim Ângela, o problema é mais grave: 111 mortos por 100 mil/habitantes.
"O que se percebe é que a violência aumentou nas regiões mais pobres e mais prejudicadas pela péssima distribuição de renda que existe no Brasil". Túlio Kahn lembra que a pesquisa do IBGE mostra que, ao longo da década, a desigualdade social se manteve inalterada.
Pesquisa do IBGE apresenta Brasil "paradoxal", afirma sociólogo
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da Folha Online
A pesquisa "Indicadores Sociais dos ano 90", divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela um paradoxo: ao mesmo tempo em que houve melhora dos indicadores sociais como renda, saúde ou escolaridade, aumentou também a porcentagem de mortes violentas entre os jovens.
Segundo o sociólogo Túlio Kahn, pesquisador do Ilanud (Instituto latino-americano da ONU para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente), em tese a melhora da qualidade de vida da população deveria se refletir na queda de mortes violentas (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios). Mas ocorreu justamente o inverso.
"O aumento da mortalidade é, sem dúvida, o dado mais negativo do relatório do IBGE, já que vai na contramão de outros indicadores", afirmou o pesquisador à Folha Online.
"Aparentemente, os dados parecem contraditórios, mas podem ser justificados por fatores que não aparecem até o momento na pesquisa do IBGE", diz Kahn.
O sociólogo enumera três razões para o aumento da violência entre os jovens: o crescimento rápido e desorganizado da periferias dos grandes centros urbanos, a maior disponibilidade de armas de fogo em circulação e o aumento das atividades do narcotráfico.
Kahn afirma que a violência não aumentou de forma uniforme no país, mas está extremamente concentrada nas áreas de periferia dos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
"Nessas regiões os índices de criminalidade são sensivelmente maiores do que em áreas consideradas nobres."
Os números apresentados pelo sociólogo ilustram o que ele diz: enquanto a média nacional de homicídios é de 24 por 100 mil habitantes, o índice registrado na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, chega a 56 mortes por 100 mil/habitantes. Em bairros como Jardim Ângela, o problema é mais grave: 111 mortos por 100 mil/habitantes.
"O que se percebe é que a violência aumentou nas regiões mais pobres e mais prejudicadas pela péssima distribuição de renda que existe no Brasil". Túlio Kahn lembra que a pesquisa do IBGE mostra que, ao longo da década, a desigualdade social se manteve inalterada.
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