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04/04/2001
-
20h23
RAFAEL GARCIA
da Folha Online
Os dados divulgados hoje pelo IBGE revelam que o aumento da escolaridade média entre os jovens na década de 90 teve pouca influência no índice de desemprego.
A opinião é do diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) Sérgio Mendonça. Para ele, os dados deixam claro que a falta de qualificação de trabalhadores não é uma causa majoritária do aumento do desemprego. "É uma gota no oceano", diz.
Segundo a "Síntese dos Indicadores Sociais 2000" do IBGE, a escolaridade média dos jovens de 15 a 24 anos aumentou 1,2 anos, mas a proporção de trabalhadores nesta faixa etária caiu de 59,2%, em 1992, para 51,7%, em 1999.
"O que deu para observar é que o desemprego passou a atingir também a população de maior escolaridade", diz Mendonça.
Para o pesquisador, um dos fatores que reforça essa interpretação é o fato de que muitas das empresas exigem dos candidatos a emprego "um conjunto de exigências acima do posto de trabalho em si".
Exemplos disso são os coletores de lixo, que em muitos casos precisam ter o ensino fundamental completo para conseguir emprego, e os operadores de telemarketing, que estão procurando mais os cursos de inglês.
A relação inversa entre escolaridade e emprego, no entanto, é percebida com maior intensidade.
Para o pesquisador do Dieese, a falta de postos de trabalho cria uma preocupação maior nas pessoas em estudar mais, o que acaba contribuindo para um aumento da média nacional de escolaridade. "Não é o fator principal, mas ele existe entre vários outros", afirma Mendonça.
Um indício disso é o fato do número de adolescentes que trabalham e estudam ter crescido 9,6% no mesmo período, segundo o IBGE. A preocupação com aumento da escolarização é maior entre os jovens de 20 a 24 anos chegando a 51% de crescimento (de 16,9%, em 1992 para 25,5% em 1999).
Para Mendonça, uma variável que não teve destaque nas estatísticas mas deve ser considerada é o salário. "Há vagas no mercado de trabalho que exigem muita escolaridade e muita qualificação para salários baixos", que acabam não sendo preenchidas.
Aumento de escolaridade influiu pouco no índice de desemprego
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da Folha Online
Os dados divulgados hoje pelo IBGE revelam que o aumento da escolaridade média entre os jovens na década de 90 teve pouca influência no índice de desemprego.
A opinião é do diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) Sérgio Mendonça. Para ele, os dados deixam claro que a falta de qualificação de trabalhadores não é uma causa majoritária do aumento do desemprego. "É uma gota no oceano", diz.
Segundo a "Síntese dos Indicadores Sociais 2000" do IBGE, a escolaridade média dos jovens de 15 a 24 anos aumentou 1,2 anos, mas a proporção de trabalhadores nesta faixa etária caiu de 59,2%, em 1992, para 51,7%, em 1999.
"O que deu para observar é que o desemprego passou a atingir também a população de maior escolaridade", diz Mendonça.
Para o pesquisador, um dos fatores que reforça essa interpretação é o fato de que muitas das empresas exigem dos candidatos a emprego "um conjunto de exigências acima do posto de trabalho em si".
Exemplos disso são os coletores de lixo, que em muitos casos precisam ter o ensino fundamental completo para conseguir emprego, e os operadores de telemarketing, que estão procurando mais os cursos de inglês.
A relação inversa entre escolaridade e emprego, no entanto, é percebida com maior intensidade.
Para o pesquisador do Dieese, a falta de postos de trabalho cria uma preocupação maior nas pessoas em estudar mais, o que acaba contribuindo para um aumento da média nacional de escolaridade. "Não é o fator principal, mas ele existe entre vários outros", afirma Mendonça.
Um indício disso é o fato do número de adolescentes que trabalham e estudam ter crescido 9,6% no mesmo período, segundo o IBGE. A preocupação com aumento da escolarização é maior entre os jovens de 20 a 24 anos chegando a 51% de crescimento (de 16,9%, em 1992 para 25,5% em 1999).
Para Mendonça, uma variável que não teve destaque nas estatísticas mas deve ser considerada é o salário. "Há vagas no mercado de trabalho que exigem muita escolaridade e muita qualificação para salários baixos", que acabam não sendo preenchidas.
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