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16/06/2000 - 23h11

Novo chefe da Guarda Civil causa divergência entre prefeitura e PM

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FABIANE LEITE
SILVIA FREIRE
repórteres da Folha Online

O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Rui César Mello, nega ter indicado o coronel da reserva Eli Nepomuceno para chefiar a GCM (Guarda Civil Metropolitana) da capital paulista.

O secretário de Comunicação da prefeitura, Antenor Braido, no entanto, garante que César Mello fez a indicação, assim como o secretário de Governo, o deputado federal licenciado Arnaldo Faria de Sá, que conversou com Mello.

A "saia justa" entre a prefeitura e o comando da PM em torno da nomeação surgiu depois que se verificou que o nome Eli Nepomuceno consta no livro "Rota 66", do jornalista Caco Barcellos. Segundo o livro, Eli Nepomuceno estaria envolvido na morte de três rapazes em 1975, quando ele seria comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar).

Eli Nepomuceno também é relacionado, no livro, à morte de um outro rapaz, que teria sido alvejado na frente da mãe.

O novo comandante da Guarda, Eli Nepomuceno, não foi localizado pela reportagem.

Passado limpo

Ainda não se sabe se o novo comandante da guarda seria a mesma pessoa do livro. Isso porque haveria outras pessoas na PM com nomes semelhantes ao seu. No entanto, a idade do novo chefe da guarda corresponde à da pessoa citada no livro. No currículo do novo comandante da GCM é citado que ele recebeu medalhas por seu trabalho na Rota.

Faria de Sá disse que Nepomuceno não assumirá se ficar comprovado que ele teria ligação com as acusações feitas no livro. "Se se comprovar, modifica." O secretário afirmou não ter conhecimento sobre as informações do livro.

"A prefeitura solicitou um nome para a PM, já que queria alguém competente e com passado limpo. Não dá para a prefeitura conhecer todos, não tem como saber quem é", disse Braido no início da noite.

De acordo com Braido, no entanto, as conversações terão de partir do comando da PM.

Relacionamento harmônico

"Quem indica (o comandante da Guarda) é o prefeito", disse o comandante da PM em entrevista por telefone no início da noite.

"O deputado Arnaldo veio conversar como secretário de Governo, baseado num relacionamento harmônico. Ele pediu um rol de nomes, oficiais de reserva, não me lembro se citei o do coronel Nepomuceno. Eu posso ter falado, ele pode ter falado, mas não recomendei ninguém especificamente. Eu realmente não indiquei", declarou.

Mello disse não ter lido o livro "Rota 66" e afirma desconhecer o suposto envolvimento de Nepomuceno com qualquer tipo de acusação. "Ele não tem nenhuma condenação, ao que me consta. Não o conheço de forma mais próxima." Segundo o comandante da PM, Nepomuceno já teve "vários trabalhos admiráveis" na PM.

Saia justa

É a segunda vez que Faria de Sá, que apoiava há poucos dias a candidatura de Paulo Maluf (PPB) à Prefeitura de São Paulo, provoca uma "saia justa" na administração de Celso Pitta.

Na quinta-feira, ele anunciou antes da hora que Pitta não seria mais candidato à reeleição, obrigando o prefeito a confirmar a informação com muita contrariedade.

Pitta planejava fazer o anúncio com mais pompa, possivelmente no fim-de-semana, e conversando com a sua legenda, o PTN.

O secretário diz que "não houve saia justa" e que Pitta já teria confirmado a decisão de se manter fora do pleito municipal.

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