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19/06/2001 - 18h51

Segurança do Rio investiga envolvimento de policiais com o tráfico

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FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Folha de S.Paulo, no Rio

A Secretaria de Segurança Pública do Rio investiga dois casos em que policiais civis e militares são suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Insatisfeita com a transferência de um preso para o Instituto Vieira Ferreira Neto, em Niterói, a secretaria afastou o chefe da carceragem da Polinter (Polícia Interestadual), Wellington Menezes. Uma sindicância foi aberta.

O preso é Rodrigo Barbosa Marinho, o Rolinha, suposto responsável pelo abastecimento de drogas no complexo de favelas do Alemão (zona norte).

O Vieira Ferreira Neto é conhecido no sistema carcerário como "Sítio do Picapau Amarelo", pelo pouco rigor a que os presos são submetidos.

O episódio gerou uma crise com o Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), órgão da Secretaria de Justiça que administra os presídios.

Rolinha chegou ao Vieira Ferreira Neto na quarta-feira. Estava preso na Polinter. Durante o feriadão, houve rumores de que estaria tramando uma fuga. Ontem, o Desipe o transferiu para a Casa de Custódia Jorge Santana (Bangu, zona oeste).

O diretor da Polinter, Jáder Amaral, disse que a decisão de transferir o preso foi do chefe da carceragem, que não teria agido de má-fé.

"Pedimos vaga ao Desipe. Vieram cinco vagas em Niterói, e o Menezes transferiu. Não vi má-fé. Pode ter havido falta de cautela, mas, diante da nossa situação de superlotação (840 presos onde caberiam 300), foi o que ele decidiu. Poderia ser mais perigoso manter o Rolinha aqui", afirmou Amaral.

Procurado na Polinter, Menezes e não foi encontrado pela Folha.

A Secretaria de Justiça informou que só enviou a lista de vagas e que a decisão sobre quem iria ocupá-las foi da Polinter. Segundo a secretaria, não têm havido fugas no Vieira Ferreira Neto.

Polícia Militar
Em investigação conduzida pela PM (Polícia Militar), cerca de 20 policiais do 22º Batalhão (Benfica, zona norte) são suspeitos de receber propinas de Paulo Cesar Silva dos Santos, o Linho, chefe do tráfico no complexo da Maré (zona norte).

O comandante da PM, Wilton Ribeiro, se recusou a falar do caso. Disse apenas que tudo está sendo apurado. Oficialmente, segundo ele, o comandante do 22º BPM, tenente-coronel Mauro Figueiredo, foi afastado por problemas de saúde e contra ele não há suspeita.

Tráfico e extorsão
É difícil quantificar o envolvimento de policiais com o tráfico, mas os processos instaurados pela Corregedoria Geral Unificada mostram que a prática tem aumentado: pulou de 0,2% do total de setembro a dezembro do ano passado para 2,6% nos processos instaurados de janeiro deste ano até hoje.

O crime de extorsão (em que muitas vezes há tráfico envolvido) é o mais comum: 28% dos casos em 2000 e 18% este ano.

Na Ouvidoria da Polícia (acolhe denúncias contra policiais), os casos de extorsão representam 16% das denúncias recebidas em dois anos de funcionamento. Os casos de envolvimento direto com o tráfico (80 denúncias) representam 2,3% do total.
 

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