Publicidade
Publicidade
05/07/2001
-
19h35
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Pela primeira vez em sua história, a Polícia Militar da Bahia vai paralisar as suas atividades. Depois de duas semanas de negociações com o governo, policiais civis e militares do Estado decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.
A decisão foi tomada na tarde de hoje, após a realização de uma assembléia que reuniu cerca de 2.000 policiais em um ginásio do Sindicato dos Bancários da Bahia, localizado ao lado de um quartel da PM.
A greve começou imediatamente depois da assembléia. Com faixas e cartazes, os policiais participaram de uma passeata pelas principais ruas do centro da capital baiana.
A categoria reivindica um piso de R$ 1.200, a reintegração de 68 policiais que foram exonerados e a libertação de dois líderes do movimento _o tenente Ewerton Uzeda e o sargento Isidório Santana.
Tentativa
Ontem, o governador César Borges anunciou um reajuste de 14% para a PM. Com as gratificações, o salário médio de um soldado que trabalha na rua é de R$ 450. Um policial civil ganha R$ 600. Nos dois valores estão inclusas as gratificações. O piso das duas categorias é R$ 180.
Após a decretação da greve, a assessoria da PM informou que o governo vai continuar negociando com os policiais, mas descartou a possibilidade de atender à reivindicação salarial da categoria.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Bahia, Crispiniano Daltro, disse que o governo desprezou a mobilização dos policiais.
"Por determinação da Secretaria da Segurança Pública, muitos policiais ficaram aquartelados durante todo o dia de hoje (ontem), justamente para não participar da assembléia."
Durante a assembléia, o tenente-coronel Jadir de Santana criticou o governador César Borges e pediu melhores condições de trabalho. "Tenho 30 anos na PM e recebo líquido R$ 1.300 por mês."
Crispiniano Daltro afirmou que o governo agora deve tomar a iniciativa para acabar com a greve. "Demos duas semanas de prazo e nada foi feito. Agora, não vamos retroceder."
Violência
Em maio, a PM baiana reprimiu com violência três passeatas estudantis que pediam as cassações de Antonio Carlos Magalhães (PFL) e José Roberto Arruda (sem partido). Acusados de quebra de decoro parlamentar, os dois políticos renunciaram para preservar os seus direitos.
Na semana passada, a perseguição da PM a um homem acusado de invadir a casa de um empresário provocou a morte de uma criança de seis anos.
Laudo preliminar da perícia técnica diz que os tiros que provocaram a morte do menino Vítor Basanez não saíram dos revólveres dos policiais, mas os pais da criança insistem que um tenente teria matado o garoto.
Os policiais civis e militares da Bahia devem se reunir às 10h de hoje para avaliar o primeiro dia de greve. Em todo o Estado, existem 28 mil policiais.
Leia especial sobre a crise na polícia
PM faz assembléia e decreta greve na Bahia
Publicidade
da Agência Folha, em Salvador
Pela primeira vez em sua história, a Polícia Militar da Bahia vai paralisar as suas atividades. Depois de duas semanas de negociações com o governo, policiais civis e militares do Estado decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.
A decisão foi tomada na tarde de hoje, após a realização de uma assembléia que reuniu cerca de 2.000 policiais em um ginásio do Sindicato dos Bancários da Bahia, localizado ao lado de um quartel da PM.
A greve começou imediatamente depois da assembléia. Com faixas e cartazes, os policiais participaram de uma passeata pelas principais ruas do centro da capital baiana.
A categoria reivindica um piso de R$ 1.200, a reintegração de 68 policiais que foram exonerados e a libertação de dois líderes do movimento _o tenente Ewerton Uzeda e o sargento Isidório Santana.
Tentativa
Ontem, o governador César Borges anunciou um reajuste de 14% para a PM. Com as gratificações, o salário médio de um soldado que trabalha na rua é de R$ 450. Um policial civil ganha R$ 600. Nos dois valores estão inclusas as gratificações. O piso das duas categorias é R$ 180.
Após a decretação da greve, a assessoria da PM informou que o governo vai continuar negociando com os policiais, mas descartou a possibilidade de atender à reivindicação salarial da categoria.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Bahia, Crispiniano Daltro, disse que o governo desprezou a mobilização dos policiais.
"Por determinação da Secretaria da Segurança Pública, muitos policiais ficaram aquartelados durante todo o dia de hoje (ontem), justamente para não participar da assembléia."
Durante a assembléia, o tenente-coronel Jadir de Santana criticou o governador César Borges e pediu melhores condições de trabalho. "Tenho 30 anos na PM e recebo líquido R$ 1.300 por mês."
Crispiniano Daltro afirmou que o governo agora deve tomar a iniciativa para acabar com a greve. "Demos duas semanas de prazo e nada foi feito. Agora, não vamos retroceder."
Violência
Em maio, a PM baiana reprimiu com violência três passeatas estudantis que pediam as cassações de Antonio Carlos Magalhães (PFL) e José Roberto Arruda (sem partido). Acusados de quebra de decoro parlamentar, os dois políticos renunciaram para preservar os seus direitos.
Na semana passada, a perseguição da PM a um homem acusado de invadir a casa de um empresário provocou a morte de uma criança de seis anos.
Laudo preliminar da perícia técnica diz que os tiros que provocaram a morte do menino Vítor Basanez não saíram dos revólveres dos policiais, mas os pais da criança insistem que um tenente teria matado o garoto.
Os policiais civis e militares da Bahia devem se reunir às 10h de hoje para avaliar o primeiro dia de greve. Em todo o Estado, existem 28 mil policiais.
Leia especial sobre a crise na polícia
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice