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11/07/2001
-
03h52
WILLIAM FRANÇA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Presidência da República está acompanhando, com apreensão, a movimentação de integrantes do comando de greve da Polícia Militar da Bahia por outras corporações do país, especialmente nas do Nordeste, de São Paulo e do Distrito Federal.
Segundo o governo, a proposta dos grevistas seria deflagrar uma grande paralisação das PMs em todo o país, a exemplo do que ocorreu em julho de 1997, quando o movimento atingiu 13 Estados.
A Associação de Cabos e Soldados da Bahia nega que esteja agindo para que ocorram paralisações de PMs em outros Estados.
Segundo a Folha apurou, além da preocupação básica de ver uma força policial armada em greve, o Planalto também demonstrou preocupação com o uso político da greve da polícia.
No caso baiano, está sendo identificado o uso da greve de parte da PM por deputados estaduais contrários ao governador César Borges (PFL), o que transformou as reivindicações salariais em disputa com caráter eleitoral.
Em greve há sete dias, PMs que trabalham em Salvador ocuparam ontem à tarde mais um batalhão, o 18º, que dá segurança ao centro histórico da capital baiana.
Os grevistas controlam 4 dos 7 batalhões localizados na região metropolitana de Salvador.
Segundo a PM, dos 2.324 policiais escalados para trabalhar ontem em Salvador, 1.480 foram às ruas. A Associação de Cabos e Soldados informou que 126 soldados trabalharam normalmente.
Dos 3.600 civis, 250 trabalharam ontem, segundo o sindicato da categoria. A Secretaria da Segurança Pública informou que a adesão à greve entre os civis atinge 20% da categoria. São 24.400 PMs e 3.600 policiais civis.
Anteontem, o juiz Eduardo Carvalho concedeu liminar ao governo estadual determinando a imediata reintegração de posse em todos os quartéis (5º, 8º,16º e, agora, o 18º) ocupados pelos rebelados da PM. Segundo a liminar, o governo pode requisitar a força para cumprir a determinação judicial.
Temendo um confronto entre os próprios policiais (os PMs aquartelados estão armados), César Borges voltou a afirmar que prefere dialogar com os grevistas.
Anteontem, o Exército se ofereceu para realizar a segurança na capital baiana, mas Borges também não aceitou o pedido.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Bahia, Agnaldo Pinto, disse ontem que os aquartelados não vão cumprir a determinação da Justiça. "O que nós queremos é abertura de um canal de negociação".
Os grevistas reivindicam piso salarial de R$ 1.200, a reintegração de 68 militares exonerados e a libertação de dois líderes do movimento que estão presos. O governo oferece reajuste de 14% e admite aumentar o percentual, desde que a greve seja suspensa.
Greve da PM baiana preocupa Planalto
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Presidência da República está acompanhando, com apreensão, a movimentação de integrantes do comando de greve da Polícia Militar da Bahia por outras corporações do país, especialmente nas do Nordeste, de São Paulo e do Distrito Federal.
Segundo o governo, a proposta dos grevistas seria deflagrar uma grande paralisação das PMs em todo o país, a exemplo do que ocorreu em julho de 1997, quando o movimento atingiu 13 Estados.
A Associação de Cabos e Soldados da Bahia nega que esteja agindo para que ocorram paralisações de PMs em outros Estados.
Segundo a Folha apurou, além da preocupação básica de ver uma força policial armada em greve, o Planalto também demonstrou preocupação com o uso político da greve da polícia.
No caso baiano, está sendo identificado o uso da greve de parte da PM por deputados estaduais contrários ao governador César Borges (PFL), o que transformou as reivindicações salariais em disputa com caráter eleitoral.
Em greve há sete dias, PMs que trabalham em Salvador ocuparam ontem à tarde mais um batalhão, o 18º, que dá segurança ao centro histórico da capital baiana.
Os grevistas controlam 4 dos 7 batalhões localizados na região metropolitana de Salvador.
Segundo a PM, dos 2.324 policiais escalados para trabalhar ontem em Salvador, 1.480 foram às ruas. A Associação de Cabos e Soldados informou que 126 soldados trabalharam normalmente.
Dos 3.600 civis, 250 trabalharam ontem, segundo o sindicato da categoria. A Secretaria da Segurança Pública informou que a adesão à greve entre os civis atinge 20% da categoria. São 24.400 PMs e 3.600 policiais civis.
Anteontem, o juiz Eduardo Carvalho concedeu liminar ao governo estadual determinando a imediata reintegração de posse em todos os quartéis (5º, 8º,16º e, agora, o 18º) ocupados pelos rebelados da PM. Segundo a liminar, o governo pode requisitar a força para cumprir a determinação judicial.
Temendo um confronto entre os próprios policiais (os PMs aquartelados estão armados), César Borges voltou a afirmar que prefere dialogar com os grevistas.
Anteontem, o Exército se ofereceu para realizar a segurança na capital baiana, mas Borges também não aceitou o pedido.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Bahia, Agnaldo Pinto, disse ontem que os aquartelados não vão cumprir a determinação da Justiça. "O que nós queremos é abertura de um canal de negociação".
Os grevistas reivindicam piso salarial de R$ 1.200, a reintegração de 68 militares exonerados e a libertação de dois líderes do movimento que estão presos. O governo oferece reajuste de 14% e admite aumentar o percentual, desde que a greve seja suspensa.
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